Ser atleticano
Feliz daquele que teve a oportunidade de torcer na arquibancadas do antigo Joaquim Américo.
Feliz daquele que teve a oportunidade de ouvir a narração de um gol do Furacão na rádio clube paranaense pelo saudoso Lombardi Júnior ou por Carneiro Neto.
Feliz daquele que desde criança sabe o que é torcer pelo Clube Atlético Paranaene.
Feliz daquele que sabe o que é ir ao Caldeirão, cantar o hino, pular feito louco, torcer como nunca.
Isso é que é torcer por um time.
Mas o que é ser atleticano?
É uma doença? Uma religião pagã? Uma benção dos céus? É a sorte grande?
Daí que a bandeira atleticana cheira a tudo:
Cheira ao suor da mulher amada, cheira lágrima, cheira grito de gol, cheira a dor, cheira a festa e à alegria.
Só não cheira a naftalina, pois nunca conhece o fundo de uma gaveta, tremula ao vento.
A gente muda de tudo na vida:
Muda de cidade, muda de roupa, muda de mulher, muda de religião e até de amor a gente muda.
A gente só não muda de ser atleticano, é um amor cego e tem a cegueira da paixão.
Que mistério tem o Atlético que, às vezes, parece que ele é gente?
Que a gente o associa às pessoas da família?
Que mistério tem o Atlético que a gente o confunde com uma religião?
Que a gente o invoca como só um santo de fé?
Que mistério tem o Atlético que, à simples presença de sua camisa, um milagre opera?
Que tudo se alegra à passagem de sua bandeira?
Que tudo se transfigura num mar vermelho e preto?
Ser atleticano é um querer bem. É uma ideologia.
Sou atleticano, e nesse amor, pertenço a maior torcida desta cidade e porque não dizer do estado.
Obrigado Senhor, por ter me dado a sorte de nascer atleticano.