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16 dez 2008 - 13h05

Fuga para a vitória

Terminado este campeonato brasileiro e com ele todo o sofrimento pelo qual a torcida passou, espera-se que o Atlético saia renovado e não repita em 2009 os mesmos erros de 2008 que quase levaram o time para o inferno da segunda divisão.

Nos três anos anteriores, o Atlético passou pela mesma situação de brigar do lado de baixo da tabela do campeonato brasileiro. Com Evaristo em 2005, houve uma arrancada fenomenal que quase levou o time para mais uma Libertadores. Em 2006 e 2007, campanhas péssimas também, mas o Atlético conseguiu se livrar do rebaixamento com algumas rodadas de antecedência.

Mas em 2008 as dificuldades foram maiores. O Atlético tropeçou nos próprios erros e somente graças à competência de Geninho e sua comissão técnica, à garra dos jogadores e ao fanatismo da torcida é que o Atlético permaneceu na elite. Não fossem esses ingredientes e o Atlético iria certamente disputar a segunda divisão que já era encarada com naturalidade pelo seu presidente.

Do Geninho acho que tudo já foi dito sobre ele. Nunca vi um técnico ter uma identificação tão grande com uma torcida como ele com a do Atlético. Impressionante. Também, pudera, além de ser campeão brasileiro com o rubro-negro, Geninho fez o que muitos consideravam impossível: salvar o Atlético da lama da segunda divisão. Ele fez tudo certo. Com precisão cirúrgica. Perfeito. Cuidou de todos os detalhes. Tivesse vindo antes e não duvido que terminaríamos a competição numa colocação melhor. Não tivesse vindo…

Os jogadores, tão tripudiados, merecem aplausos. Ficou claro que o grupo se uniu, esqueceu as diferenças pessoais, as deficiências técnicas e dedicou-se inteiramente a uma causa: livrar o Atlético do rebaixamento. Conseguiram. Esses heróis merecem uma justa recompensa, porque honraram o manto maior do futebol paranaense.

A torcida voltou a incendiar o caldeirão, como nos bons tempos. E não só o caldeirão. A invasão de Florianópolis foi fundamental para aquela vitória épica contra o Figueirense no Orlando Scarpelli. Ali o Atlético ficou e o Figueirense desceu.

O afastamento da cúpula que estava comandando o time de futebol também foi importante para essa recuperação. De fora, não havia como atrapalharem mais ainda a situação.

Um outro fator também foi a rebeldia do Danilo, após ter sido convocado para fazer parte do banco de reservas por Geninho. Se fora das quatro linhas ele é um funcionário exemplar, neste ano sua performance no gramado foi extremamente decepcionante. Sem Danilo a zaga mudou da água para o vinho, ficou mais consistente, e aquelas avenidas que estávamos acostumados a ver, pelas quais os nossos adversários se encaminhavam rapidamente para as nossas traves simplesmente desapareceram e também desapareceram aqueles gols inacreditáveis sempre nos finais dos jogos que nos tiraram pontos preciosos.

Li num jornal publicado em São Paulo que ele está louco para sair para o Palmeiras. Bom para ele e para o Atlético.

Pois bem. Em 2008 chegamos no último jogo com possibilidades de rebaixamento. Mas o Atlético não tomou conhecimento do Flamengo, num esforço sobre-humano de superação física e técnica. No jogo do dia 07/12, o nervosismo de alguns e a falta de técnica de outros foi compensada com uma raça sem igual, debaixo de um sol escaldante. Rhodolfo e Chico estavam marcando muito mal, mas Valencia corria por todo mundo e Alan Bahia se desdobrava no meio. Alberto parecia um menino e cobrava cada jogada. Até o então apagado Julio dos Santos teve lampejos de bom futebol e deu o melhor de si para substituir Ferreira à altura. O Atlético atacava na exata metade em que não havia sombra e o sol castigava, mas os jogadores estavam incansáveis. A bola alçada de Netinho funcionou, assim como o oportunismo de Rafael Moura. O Atlético foi devastador e não merecia ter tomado aqueles dois gols no primeiro tempo.

No segundo tempo o Atlético somente confirmou a vitória diante de um Flamengo que estava completamente zonzo em campo. São Galatto, diante dos meus olhos, operou mais um milagre. Os cariocas não viam a hora do jogo terminar para tomar aquela ducha e partir voando para o Rio. E Caio Júnior colecionou mais uma goleada no seu currículo recheado de derrotas para o furacão.

Final de jogo, festa e comemoramos a fuga do rebaixamento como um título. Foi emocionante ver os jogadores se atirando no gramado diante da torcida organizada sob a fumaça irritante daqueles sinalizadores que deviam ser proibidos na Arena.

Depois das comemorações, as eleições e a vitória do grupo situacionista que entre outras, promete um time competitivo para 2009. Vamos ver. Pelo menos tiveram bom senso e mantiveram o Geninho no comando. Com ele, seguramente o Atlético pode esperar momento melhores que os vividos em 2008. Mas não nos enganemos. Apesar da incrível reação na segunda metade do segundo turno do campeonato, que começou naquela jogo contra o Internacional no Beira-Rio, sabemos todos que para disputar títulos serão necessários reforços e reforços de qualidade, que venham para ser titulares. Não basta apenas Geninho e todo o seu carisma no banco. É preciso que contratem os reforços que ele pedir. Laterais, meias de criação e atacantes que saibam jogar e fazer gols são imprescindíveis e o Atlético não os tem no momento. De qualquer forma acreditamos na competência do Geninho e estamos seguros que ele saberá escolher as peças ideais para a montagem de um time que nos trará muitas alegrias em 2009.

Esse negócio de time B também é um grande erro. Parem com isso. Melhor um elenco mais enxuto mas com jogadores de mais gabarito do que um amontoado de jogadores que nunca se firmam no time principal e disputam torneios sem sentido algum. Dispensas já aconteceram. Mas e as contratações, quando virão? Muitos times grandes já estão se reforçando…

Bem, tomara que a recém, empossada diretoria cumpra suas promessas e não faça tolices do tipo vender/emprestar jogadores importantes no meio de competições e preocupe-se mais com o futebol que é a razão de ser do Atlético. Não basta apenas ter uma bela estrutura. Somente ganhando títulos o Atlético será efetivamente grande.

Vamos torcer para que em 2009, não vejamos derrotas como a da final do Parananese, as eliminações frente aos temidos Corinthians-AL e Chivas e comemoremos títulos e não apenas fugas de rebaixamento.

Feliz natal e fim de ano a todos.



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