Se passaram quatro anos. Me lembro que nem se fosse hoje, no início do ano de 2005, o Atlético anunciava a contratação do jogador Lima. Eu não conhecia o mesmo, nem sabia que esteve no Coritiba dois anos antes. O primeiro comentário que assisti foi do grande Barcímio Sicupira e me lembro muito bem de suas palavras:”Eu não gosto do futebol do Lima, Bonamigo (treinador dos ervilhas em 2003), diz que o Lima desequilibra jogo!

Pois bem, desta maneira aguardei o transcorrer das partidas e o primeiro jogo que vi o Lima jogar foi no telão da frente da Arena, Independiente de Medellín 2 x 2 CAP pela Copa Libertadores de 2005 e o que vi: um desastre de jogador!, não conseguia matar uma bola direito, tropeçava na mesma, perdia para os defensores, embora tenha feito taticamente realmente uma boa partida, pois segurava principalmente o ala direito do Independiente e a zaga do time colombiano com maestria, dada sua ótima estatura, mas tecnicamente foi de doer, pensava comigo pra que trazer um jogador tão ruim como este. Foi só a primeira impressão. No jogo contra o Londrina pelo Paranaense ele começou a mostrar um pouco mais de domínio de bola e taticamente muito bem de novo. Foram passando os jogos os torneios e no jogo da volta contra o Chivas no México vi que tínhamos um craque, sim um craque, não tinha me dado conta até aquele momento do grande jogador que estava no Furacão, aí parei e voltei o filme na minha cabeça. Contra o Coritiba na final do paranaense ele entrou e mudou o jogo, deu o passe pro Denis Marques fazer o gol da vitória, deu mais objetividade, mobilidade e velocidade ao time, três dias antes contra o América de Cali, fez o gol salvador de desempate quando o empate de 1 x 1 era inevitável aos 45 do 2.º tempo e que nos ajudou na classificação para a 2.ª fase, e por ai vai.

Após a Libertadores, no Campeonato Brasileiro foi um passeio de Lima, gols importantes, jogadas rápidas e fulminantes, não tinha pra ninguém, Coritiba, Fluminense, Palmeiras, Brasiliense, Vasco e outros têm péssimas recordações de Lima na Arena e em outros gramados.

Recordo-me do jogo contra o Fluminense no returno do Brasileirão em Volta Redonda, Meu Deus! Tomamos 4 x 1 do Tricolor das Laranjeiras, mas só quem assistiu ao jogo pode entender o quanto foi injusto o resultado pelo que jogamos naquele jogo, Lima acabou com o Fluminense, juntamente com Aloísio e Evandro, perdemos uns 29 gols feitos, oportunidade em que a máxima do futebol novamente transpareceu: quem não faz toma e tomamos quatro.

A partir de 2006 viajou por muitos times, sem sucesso algum, mas eu acredito no Lima e corroborando as palavras de Paulo Afonso Bonamigo: “Lima desequilibra jogo”, e foi uma excelente contratação pro Atlético e pra ele mesmo, pois pode ter certeza que ele voltará a brilhar e nos fazer feliz como em 2005, ele vai tropeçar na bola de vez em quando, mas enganará o marcador, vai correr parecendo que está se arrastando e chegar na frente do defensor adversário, vai parecer estar sonolento e num toque definir uma jogada e o mais importante fará muitos gols e assistências certeiras e claro limar a bola, deixá-la redondinha, redondinha.

Ainda, Lima é daquele seleto grupo de jogadores e treinadores que para outros times são simples e normais, mas que quando vestem a camisa rubro-negra e só com ela se tornam excelentes e insuperáveis, como Adriano Gabiru, Clayton, Geninho, Evaristo de Macedo.

Por fim, todos devem lembrar que em 2006, quando defendia o Botafogo do Rio, jogo em que tomamos de 5 a 0 na Arena, ele fez gol e não comemorou, ficou quieto em respeito ao grande carinho que tem pela Camisa e pelo que é o Clube Atlético Paranaense.

Saudações Rubro-Negras!