14 jan 2009 - 10h59

"Esse time entra em campo para ser campeão", afirma Malucelli

Durante a campanha eleitoral, uma das promessas da chapa liderada pelo sócio Marcos Malucelli era de investir no departamento de futebol. Segundo ele, o clube havia atingido um patamar de excelência em termos de patrimônio, o que permitiria dedicar mais recursos a "chuteiras" do que a "tijolos".

Havia a expectativa de que o clube contratasse vários atletas para a temporada 2009. Porém, a decisão da diretoria foi de montar um elenco adotando outras medidas. A primeira delas foi de renovar o contrato da comissão técnica liderada por Geninho. Apenas o preparador físico Moraci Sant’Anna não permaneceu – clique aqui para saber as razões.

Depois, foi extinto o time sub-23 e vários jogadores foram dispensados. A ideia era de enxugar o elenco, para que Geninho pudesse trabalhar com um grupo de no máximo 30 jogadores. Apostas como Alex Willian, Caíque e Gustavo Goiano, todos do time B, foram liberadas. Outros jogadores pouco aproveitados em 2008 também não tiveram contratos renovados, casos de Gustavo, Kelly e Fernando.

Dos vários jogadores atleticanos emprestados a outros clubes, apenas o volante Jairo e o zagueiro Juninho serão aproveitados. O primeiro chega para suprir a saída de Alan Bahia e o segundo vem para repor a perda de Danilo.

Poucos reforços

O pequeno número de reforços surpreendeu a torcida. Chegaram apenas os atacantes Lima, Jorge Preá e Marcinho. Marcos Malucelli justifica a política de contratações do clube lembrando que o mercado está inflacionado e que não adianta contratar jogadores sem critério. "O problema não é falta de jogador. Na minha opinião, o problema maior é uma falta de qualidade técnica maior de jogadores que estão sendo oferecidos e também a questão de remuneração. Salários altos, e o Atlético vive dentro de um orçamento de clube que ainda não atingiu o patamar do eixo Rio-São Paulo. Não podemos pagar aqui salário de Rio-São Paulo", justificou o presidente atleticano.

"Nós não podemos fazer loucuras. Temos um plantel pronto, temos que contratar de acordo com nossas possibilidades e necessidades. Está difícil o mercado", observou Marcos Malucelli, que falou sobre o assunto na semana passada em uma entrevista coletiva no CT do Caju e em outra à Rádio Banda B.

Orçamentos separados

O dirigente revelou que o Atlético possui orçamentos separados para as obras da Arena e para o departamento de futebol. "Uma coisa é a obra, com orçamento próprio, e outra coisa é o futebol. Não podemos misturar dinheiro da obra no futebol senão a obra não conclui e vai todo para o futebol. Então, nós temos um empréstimo da Caixa Econômica e vamos terminar o primeiro anel com esses recursos. Para o futebol, é uma entrada de dinheiro à parte e nós não misturaremos. Esse nome de impacto eu também quero e fica até aberto se alguém quiser sugerir algum nome que esteja dentro dos padrões dos clubes de Curitiba", desafiou.

Segundo Malucelli, o clube fechou o mês de dezembro de 2008 com um custo de R$ 2,3 milhões somente em folha de pagamento com funcionários e atletas. "Se você pegar só aí e multiplicar por doze dá R$ 30 milhões. Nós temos um orçamento hoje para 2009, de R$ 50 milhões de saída. Precisamos ver como faremos como a entrada, mas teremos R$ 50 milhões de saída", disse.

Mesmo com o aumento da receita da televisão, o Atlético ainda precisa procurar outros recursos para suprir todos os custos. "Teremos um upgrade de 40%. Passaremos de R$ 12 para R$ 16 milhões, mas para R$ 50 milhões faltam 34. E pioram as verbas de patrocinadores, porque está todo mundo atrás de patrocinador e ninguém consegue", comparou.

Base mantida

Ao mesmo tempo em que investiu em poucas contratações, o Atlético manteve a base do time que terminou a temporada de 2008. De acordo com a diretoria, a decisão foi tomada porque os jogadores corresponderam e tiveram um bom desempenho nos últimos jogos do Brasileiro.

Malucelli aposta que muitos atletas até subirão de produção depois de uma pré-temporada bem feita e sem a pressão de vencer os jogos para escapar do rebaixamento, o que aconteceu no ano passado. "Nós estávamos em um momento ruim. Isso prejudica demais a atuação. O jogador entra tenso, a probabilidade de contusão muscular aumenta, o medo de errar faz com que ele não tente. Nós tínhamos jogadores que não tinham feito a pré-temporada, que vieram no meio do campeonato, como o Alberto, Júlio César, Kelly, Fernando, Rafael Moura, uma série deles. Mas agora vamos fazer uma pré-temporada. Você colocaria dúvida na qualidade técnica de Galatto, Alberto, Rhodolfo, Antonio Carlos, Valencia, Ferreira, Julio dos Santos e Rafael Moura, que chegou depois, mas acabou nos salvando? Listamos oito em onze. Isso corresponde a 70% de um time", afirmou.

Para o presidente, o Atlético sai em vantagem em relação aos demais clubes que disputarão o Campeonato Paranaense porque já tem um time pronto. "Esse time entra em campo para ser campeão. E esse time é o mesmo que ganhou sucessivamente do Cruzeiro, do Sport, do Vitória, do Flamengo, empatou com o Botafogo, empatou com o Vasco e só perdeu para o Náutico. É o mesmo time que em 8 partidas, de 24 pontos fez 17. Fez 70% dos pontos. Será possível que esse time não vai bem no Estadual?", questionou.



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