Há coisas que parecem que não tem como piorar, mas acreditem, sempre existem aqueles que conseguem tal proeza. O Campeonato Paranaense, por exemplo, em todos esses anos de existência, já teve mil fórmulas diferentes, algumas interessantes, outras medíocres. A deste ano é uma daquelas que se supera pela mediocridade.

Como bem disse o Daniel Machado em sua coluna, é muito difícil que o Campeão Paranaense não seja aquele que terminou em primeiro, na primeira fase. Depois reclamam que os estaduais são deficitários, mas também com essas fórmulas malucas, como não seriam? Seria tão mais simples fazer o feijão com arroz, o óbvio, aquilo que funciona. Mas no lugar disso preferem essa fórmula que acaba com qualquer possível disputa da taça de campeão.

Durante muitos anos, o futebol paranaense girou única e exclusivamente em torno do Campeonato Paranaense. Nem penso em voltar àqueles tempos, mas era uma época em que o campeonato regional tinha algum valor. Hoje, disputar o campeonato estadual é quase que cumprir tabela. Para os times da capital, serve de preparação para o Campeonato Brasileiro, e para os do interior é a maneira encontrada para que tenham um calendário a cumprir. Mesmo que grande parte recorra a times de aluguel para que isso aconteça.

Não bastasse a fórmula, a tabela é mal elaborada. O clássico já na terceira rodada foi uma prova disso. Um jogo feio, sem graça, com público razoável, que em nada lembra os grandes Atletibas que essa cidade já presenciou. E ainda tem mais, Atlético e Paraná se enfrentarão na Baixada, em pleno domingo de carnaval. Genial!

Grandes campeonatos, grandes públicos, valorização do futebol do interior, parece que vamos na contramão de tudo isso. E se continuarmos nessa toada, nos resta aceitar passivamente a invasão de paulistas como no Toledo e J. Malucelli. Acredito que não é isso que os torcedores do futebol paranaense gostariam de ver acontecer.