Malucelli explica a situação financeira do Atlético
O presidente Marcos Malucelli concedeu entrevista coletiva à imprensa na manhã desta quinta-feira na Arena da Baixada. Além de Malucelli, compuseram a mesa o primeiro vice-presidente do Conselho Administrativo, Enio Fornéa Júnior, e o presidente do Conselho Deliberativo, Gláucio Geara.
Entre outros assuntos, Malucelli tratou da situação financeira do Rubro-Negro, rebateu críticas formuladas pela oposição durante esta semana e avaliou comentários feitos pelo ex-presidente Mario Celso Petraglia.
A íntegra da entrevista coletiva foi reproduzida por escrito no site oficial do Atlético. O site oficial também disponibilizou a entrevista em vídeo – clique aqui para conferir.
Esclarecimento
Logo no início, Marcos Malucelli fez questão de esclarecer que o Atlético não está inadimplente. Ou seja, os valores são devidos pelo clube, mas vêm sendo pagos paulatinamente. O presidente diz que os dados não assustam à diretoria se comparados com os débitos de outros clubes brasileiros.
Valores
A quantia total devida pelo clube é de R$ 23,8 milhões. Os valores apresentados pelo presidente durante a coletiva são os seguintes:
Dívidas consolidadas com bancos – R$ 2,5 milhões
Rede Globo (adiantamento de parcelas de direito de transmissão) – R$ 3,6 milhões
Aquisição de direitos econômicos de jogadores – R$ 1,8 milhão
Caixa Econômica Federal (empréstimo a ser quitado em cinco anos) – R$ 4,5 milhões
PSTC (parcelas relativas a Dagoberto e Guilherme) – R$ 6,2 milhões
Tributos federais – R$ 5,2 milhões
"Somando tudo dá o valor de R$ 25 milhões (sic), que parece ser um valor alto. Mas não precisaremos pagar nem um centavo amanhã. É uma dívida consolidada que não nos assusta, não atrapalha o dia-a-dia do clube", esclareceu o presidente. "A situação é tranquila. É perfeitamente sanável os compromissos e aqui não vai qualquer acusação à diretoria anterior", completou.
Posteriormente, o site oficial do clube esclareceu, em nota, que a dívida exigível é apenas aquela parcela relativa à aquisição de direitos econômicos de jogadores. Todas as demais estão consolidadas. "A dívida exigível do CAP totaliza R$ 1,8 milhão de reais. Os demais valores se referem a passivo integralmente negociado e cuja quitação será efetuada nos respectivos vencimentos, a maioria deles mensais, com receitas com origem certa e definida", esclarece a nota.
Receita
Em relação à situação financeira do clube, Malucelli demonstrou preocupação com relação à ausência de patrocinador. "O que atrapalha o dia-a-dia do clube é a falta de mais recursos entrando mês a mês. Não tivemos venda de jogadores, saiu a Kyocera. Vai gerar um déficit de R$ 25 milhões no final do ano. Precisamos mais receitas e patrocínios e quem sabe no mês que vem já anunciamos", afirmou.
As receitas estimadas para este ano são as seguintes:
Rede Globo (direitos de transmissão) – R$ 12 milhões
Sócios – R$ 10 milhões
HDI (patrocínio manga da camisa) e demais promoções – R$ 7 milhões
De acordo com o presidente, as estimativas de despesas para esse ano são de R$ 45 milhões. Ou seja, haveria um déficit de R$ 17 milhões.
Enxugamento do elenco
Dentre as medidas saneadoras adotadas pela diretoria, Malucelli destacou a redução do número de atletas vinculados ao clube. Ele disse que os gastos com o futebol profissional foram reduzidos em 25% (com a liberação de 34 atletas), mas as despesas com as categorias de base aumentaram em 16%, em função da retomada da categoria infantil.