Título é para sempre
Há um tempo atrás foi implantada uma idéia na direção do CAP de que Campeonato Paranaense pouco ou nada valia. Era para fazer experiências, pois só dava prejuízo. Menosprezava-se o campeonato e os adversários como se nas chamadas prioridades, Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil, o CAP fosse um costumeiro ganhador. Ou pelo menos um costumeiro finalista.
Se o Campeonato Paranaense é deficitário, tem pouca exposição nacional, é fraco, desinteressante, deveria acabar, é outra história. Ele existe e é para ser ganho sempre. É o que está mais ao alcance, o mais provável. Campeonatos brasileiros são dificílimos, mesmo montando boas equipes. Muitos clubes grandes (atualmente nem tanto), tradicionais, que disputam para ganhar desde seu início em 1971, têm um ou dois títulos no máximo. E os com mais títulos, nunca menosprezaram ou empenharam-se menos em suas rivalidades locais.
Devido ao fracasso em décadas passadas, estamos ainda muito defasados em números de títulos estaduais. E ser campeão estadual mesmo do pobre e desprezado Paranaense, tem sim repercussão na mídia nacional. Gera prestígio ao clube e ao elenco. Atrai investidores e torcida. E principalmente proporciona grande alegria aos torcedores, que é o objetivo, a razão de existir de um grande clube.
Não é mais admissível que, tendo tamanha estrutura e a maior torcida do Estado, o Atlético passe quatro anos sem um título paranaense. O planejamento do CAP deveria sempre começar visando a conquista do Paranaense. A Copa do Brasil, que corre praticamente junta, ficaria mais ao alcance. O Brasileiro ficaria no mínimo menos traumático já desde seu início; com um time que já entraria fortalecido, ao contrário do que tem acontecido nos últimos anos.
Este ano mudou um pouco a mentalidade. A nova direção entrou mais focada no campeonato. A comissão técnica foi mantida. Houve um enxugamento do elenco sem o retorno do caminhão de emprestados e velhos conhecidos, colocados que eram novamente na vitrine para serem negociados, em detrimento da formação de um time forte. Mas quase não foi suficiente. Havia deficiências técnicas, que quase levaram a outro ano de espera. Algumas foram solucionadas na reta final com a entrada de jovens valores, mas outras ainda permanecem.
Diante da realidade do futebol brasileiro onde clubes badalados neste início de ano têm entre seus titulares jogadores como: Cristian, Jorge Henrique, Morais, Evandro, Danilo, Igor, só para citar alguns ex-atleticanos, percebe-se que não é muito difícil montar um time competitivo. Não é necessário contratar cinco ou seis no mínimo, como pregam profissionais da imprensa. Basta ter dois ou três tecnicamente superiores que façam a diferença e os demais se encaixam. Pelo menos se encaixam aqueles que conhecem seus limites técnicos e os superam na luta e na determinação. Não queria citar o nome de ninguém, ainda mais depois de um título, para não cometer injustiças, mas não posso aqui deixar de mencionar Valencia e Rafael Moura como exemplos desta virtude de luta e superação.
Estamos à beira de um Campeonato Brasileiro e espero que logo venha a notícia da vinda de um ou dois jogadores que venham suprir esta deficiência técnica. Os jovens que estão sendo promovidos já estão dando uma grande esperança e diminuindo as necessidades mais urgentes. Empolgaram o presidente, mas pode não ser o suficiente.
Título é para sempre. Ir a seu encontro é a razão da existência de um grande clube. É a alegria máxima da torcida. E esta torcida extraordinária merece sempre esta alegria.
Parabéns, nação atleticana.
Errata: o Atlético ainda não é o maior vencedor da década como noticiou o site oficial. A década começa em 2001 e vai até 2010. Assim como a primeira década começou no ano 1 e terminou no ano 10. Não existe o ano zero. O ano 2000 pertence à década passada.
Ainda não é, mas será.
Bicampeão 2009/2010!!!