22 maio 2009 - 10h25

Atleticanos comemoram 15 anos da volta à Baixada

A relação de amor, cumplicidade do torcedor atleticano com a Baixada é uma coisa rara de se ver no futebol. Uma relação talvez explicada pelo que significa o estádio para os atleticanos. Nesta sexta-feira, 22 de maio de 2009, completam-se exatos 15 anos da volta do Atlético ao estádio Joaquim Américo. A reinauguração do estádio, em 1994, marcou uma nova fase na vida do clube. O primeiro jogo foi contra o Flamengo, com o Furacão vencendo por 1 a 0, gol de Ricardo Blumenau.

Hoje, a Furacao.com relembra numa reportagem especial os anos longe da Baixada, a reforma no estádio e a sonhada volta para casa. Uh! Caldeirão!!!!!

A tristeza longe de casa

Primeiro campo de futebol de Curitiba, o estádio Joaquim Américo Guimarães nem sempre foi a casa do Atlético Paranaense. Inaugurado oficialmente em 06 de setembro de 1914, na derrota do Internacional por 7 a 1 para o Flamengo, com um público de 3 mil espectadores, a Baixada do Água Verde (como o local era conhecido na época) foi por muito tempo o principal estádio de futebol da cidade.

No entanto, em 1986 o local abriu suas portas pela última vez para sediar uma partida de futebol. Em 14 de julho de 1986, o Atlético fazia então o seu último jogo na Baixada antes de se mudar para o Pinheirão, com um empate em 0 a 0 contra o Cascavel. O público presente na partida foi de 1.602 pessoas. A intenção da diretoria atleticana na época era construir no lugar do estádio a sede social do clube.

Foram oito anos longe da Baixada. Anos de sofrimento, tensão e vários momentos difíceis para o Rubro-Negro. No lugar da pressão e da relação mística que sempre existiu na Baixada, os atleticanos tiveram que conviver com uma “casa” fria, com pouca visibilidade e péssimas condições de acomodação. Definitivamente, o Pinheirão nunca foi a verdadeira casa do Atlético Paranaense.

Em 1992, quando já eram passados seis anos de sofrimento para a torcida atleticana no Pinheirão, o então presidente José Carlos Farinhaque percebeu o equívoco que havia sido cometido em levar o Atlético e a sua imensa torcida para o estádio da Federação. Farinhaque e toda a diretoria rubro-negra resolveram que o Atlético voltaria para sua casa e aproximaria novamente a torcida do clube.

Mas a volta para casa não foi imediata. O clube promoveu uma ampla reforma no Joaquim Américo, que durou 2 anos. No total, foram gastos 2 milhões de dólares na reforma do estádio. Um trabalho que envolveu 250 operários, 300 mil tijolos e 10 mil sacos de cimento. Num projeto grandioso para o Atlético da época, foi construído o famoso “tobog㔠nas arquibancadas e o estádio foi reinaugurado com capacidade para 20 mil torcedores.

Emoção e festa na volta para casa

Foram 7 anos, 11 meses e 8 dias longe de casa. Mas em 22 de maio de 1994, enfim, a torcida atleticana teve a satisfação de ver o seu sonho realizado: o Atlético voltava, enfim, para a Baixada.

O dia 22 de maio de 1994 foi um sábado ensolarado na capital paranaense. Mas não era um dia qualquer. Em todos os bairros da cidade, o clima estava diferente, numa imensa expectativa de todos os torcedores para a reinauguração do novo Joaquim Américo.

A saudades de casa era imensa. Tanto, que enormes filas se formaram para a compra dos ingressos para o amistoso contra o Flamengo, que marcaria a reinauguração da Baixada. O adversário tinha estrelas como Nélio, Valdeir e Sávio. Já o Atlético era um time limitado, que tinha João Carlos Cavalo como principal candidato a ídolo da torcida.

Torcedores fizeram fila por ingresso da reinauguração [foto: arquivo]

Mesmo assim, a torcida foi confiante, naquele sábado para a novíssima Baixada. Não importava quem estava vestindo a camisa do Atlético; importava, sim, ver de novo o velho pinheiro no gol dos fundos, a curva da laranja e as cadeiras apelidadas de Farinhacão (uma homenagem ao presidente José Carlos Farinhaque, que reconstruiu o estádio e o entregou para Hussein Zraik inaugurar).

Uma hora e meia antes do jogo começar, centenas de crianças vestindo o manto vermelho e preto paranaense desfilavam pelo gramado cantando o hino do Furacão. Bandeiras espalhadas pelo gramado contavam a história do clube pelas camisas usadas pelo Rubro-Negro. Na festa, foram homenageados o ex-goleiro Alfredo Gottardi, o Caju, o ex-presidente do clube, Rubens Passerino Moura, e o ex-governador Ney Braga, que representou todos os abnegados atleticanos que colaboraram com a reforma do estádio. O maior artilheiro da história do clube, Barcímio Sicupira, também foi lembrado na festa, recebendo uma placa comemorativa.

Mais de 15 mil pessoas compareceram ao jogo. O Atlético com o tradicional uniforme rubro-negro e o Flamengo vestindo o uniforme número dois começavam a duelar pelo troféu "Volta à Baixada". No primeiro tempo foram poucas as chances de gol. O Atlético, apático, ainda não tinha encarnado o espírito do novo estádio.

Nem mesmo João Carlos Cavalo, que durante toda a semana havia prometido um gol, cumpriu a promessa. E chance foi que não faltou: Cavalo perdeu um pênalti logo na inauguração. O lateral Antônio César puxou o contra-ataque e foi derrubado por Henrique dentro da área. João Carlos tomou pouca distância e, convicto que marcaria, chutou fraco para a defesa do goleiro Adriano.

No segundo tempo, o técnico Zequinha fez uma mexida geral e colocou em campo Serginho, Almir, Ricardo Blumenau e Willian. O ataque ficou mais veloz e o Furacão começou a pressionar.

Aos 42 minutos, veio o gol da vitória atleticana: Ricardo Blumenau recebeu o cruzamento da direita e completou para fazer um de seus únicos gols e talvez o mais importante da carreira como profissional, justamente em sua estreia no Furacão.

Amistoso – (22/05/94) – Atlético 1 x 0 Flamengo
L: Joaquim Américo; H: 16h; A: Julião Queirolo; CA: Luiz Cláudio, Gélson Baresi, Charles Baiano e Régis; G: Ricardo Blumenau aos 42 do 2º.

ATLÉTICO: Gimar (Bira); Luiz Cláudio (Serginho), Jadir, Paulo César e Antonio César (Gune); Ademir Fonseca, Leomar (Rudinei) e João Carlos Cavalo (Almir); Dedé (Ricardo Blumenau), Assis (Chicão) e Émerson (Willian). T: Zequinha.

FLAMENGO: Adriano; Henrique, Gelson Baresi, Índio e Marcos Adriano; Charles Guerreiro, Hugo, Nélio e Valdeir (Paulo Nunes); Charles Baiano e Sávio. T: Sebastião Rocha.

Fonte: Hot Site dos 80 anos do Atlético, publicado pela Furacao.com



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