Vinte mil chatos
Desde que me tive a oportunidade de me tornar sócio e que passei a acompanhar com mais frequência os jogos do Atlético no estádio, passei a notar que os torcedores do Atlético se tornaram extremamente chatos.
A Baixada tem sido um caldeirão infernal, não para os adversários, mas para os próprios jogadores. Basta o time não jogar bem durante 20 minutos que já começam as primeiras manifestações de indignação. No segundo tempo a coisa piora. As reclamações veem em coro, e o que era pra ser uma vantagem – jogar em casa – se transforma numa espécie de pesadelo.
Fico imaginando a pressão psicológica e o impacto negativo que isso representa para o jogador em campo. A bola transforma-se numa batata quente. Ninguém quer permanecer com ela por mais de um segundo, sob risco de uma enxurrada de vaias. Quem é que vai tentar alguma jogada sabendo que se errar a situação vai piorar? Melhor rolar a bola de lado ou se livrar dela dando um bicão pra frente.
A torcida, impaciente, reclamando de tudo e de todos, ao invés de empurrar o time para a vitória, o empurra direto para o fosso.
É claro que o torcedores têm o direito de vaiar. Mas tem que saber que se isso não for feito tão somente quando soar o apito final, estará selando com qualquer possibilidade de contribuir positivamente com o resultado do jogo.
É fácil vibrar quando o time vai bem. Difícil é não vaiar quando ele não vai bem. Que tal incentivarmos, ou pelo menos não vaiarmos o time até o fim do jogo?
Ou então dividiremos o desprazer de ver um time jogando mal com a companhia de 20.000 chatos.