As viúvas odeiam
O que querem as viúvas? Elas querem o retorno do ditador supremo, do obscurantismo, da intolerância. Não lhes nego esse direito. Mas há um limite e esse limite é o Clube Atlético Paranaense.
Foram as viúvas que elegeram a dupla MM e GG. Foram elas que se arrependeram e passaram a atribuir aos seus antigos candidatos todos os males que nos afligem. As viúvas, enfim, ficaram nervosas. Nervosas e alienadas, hoje vivem de mitos, da ilusão de que os decretos do velho timoneiro nos transformaram, um dia, em potência definitiva do futebol mundial. E fingem que nunca existiram os times horríveis formados nos últimos quatro anos os times dos fernandes, givanildos, eutrópios e miores, os times petraglianos dos quais nasceu o amontoado sem alma que nos envergonha no campeonato atual.
As viúvas odeiam. Odeiam o passado, odeiam os grandes nomes da nossa história, os construtores de uma nação forjada em mais de oitenta e cinco anos de luta. As viúvas odeiam Joaquim Américo, odeiam Jofre Cabral, odeiam Ziquita, odeiam Washington e Assis, odeiam a majestade de Djalma Santos, a raça de Júlio, os dribles de Buião e Nilson Borges, o equilíbrio de Jackson e Cireno, a segurança de Caju. As viúvas odeiam tudo o que lhes remeta ao mundo pré-1995. Mas as viúvas também odeiam o que veio depois. Foram elas que acusaram Geninho de mercenário, numa orquestração absurda e burra. E são elas que se preparam para desmoralizar Alex Mineiro, o ídolo eterno.
As viúvas querem o retorno do ditador, dos decretos, das proibições. Não lhes nego esse direito, por mais que considere despropositado o louvor cego que confunde MCP com os santos, os infalíveis, as virgens de lábios de mel. É direito de qualquer um gostar de MCP, um homem cujo talento inegável foi esmagado pela soberba. Mas esse direito não lhes autoriza destruir o bem maior, que é de todos e que não morrerá jamais: o Clube Atlético Paranaense.
Menos, viúvas, menos…