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6 ago 2009 - 15h53

Ouro de Tolo

Eu devia estar contente
Porque eu tenho um time como o Atlético
Sou um sócio Furacão
E pago apenas R$ 50 reais
Por mês…

Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido um titulo nacional
No Brasileirao
Eu devia estar feliz
Porque consegui ter um estádio
Que sempre quis…

Eu devia estar alegre
E satisfeito
Por ter a Arena da Baixada
Depois de ter passado
Ódio por vários anos
Ali no Pinheirão..

Ah!
Eu devia estar sorrindo
E orgulhoso
Por ter finalmente um belo CT
Mas eu acho que isso não serve pra nada,
Se não botar a piazada pra jogar…

Eu devia estar contente
Por ter conseguido
Tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado…

Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto ‘e daí?’
Eu tenho uma porção
De títulos grandes prá conquistar
E eu não posso ficar aí parado…

Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo
Prá ir com a família
No Joaquim Américo
E torcer para o Furacão..

Ah!
Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada entrosado
Rafael Moura, Alberto, Netinho, Ze Antonio
E Antonio Carlos
Eu acho tudo isso um saco…

É você olhar no cartão de sócio
Se sentir
Um grandessíssimo idiota
Saber que é torcedor
Ridículo, limitado
Que só usa dez por cento
De sua garganta animal…

E você ainda acredita
Que é um doutor
Padre ou policial
Que está contribuindo
Com sua parte
Para o nosso belo
Quadro social…

Eu que não me sento
No trono da Arena
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a derrota chegar…

Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam estádios
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador…

Ah,
Eu que não me sento
No trono da Arena
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a derrota chegar…

Porque longe das cercas
Embandeiradas
Que separam timinhos
No cume calmo
Do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora
De um disco voador…

‘A propósito não se importem com o Ouro de Tolo (Rafael Moura, Ze Antonio, Netinho, Antonio Carlos). E vamos valorizar nossos Pratas da Casa (Pimba, Raul, Wallyson, Rhodolfo, Manuel, Patrick, e assim vai, etc…’



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