12 ago 2009 - 0h09

Nei, o Curinga rubro-negro

O curinga, no mundo do futebol, é aquele jogador que atua em diferentes posições no campo de jogo, um atleta polivalente. Para obter tal alcunha, o jogador deve ter muita determinação e raça, características mais do que presentes em Claudinei Cardoso Felix da Silva, o Nei.

Lateral-direita de origem, o jovem de Bragança Paulista-SP já atuou, com destaque, em todas as posições da defesa desde sua chegada ao clube, vindo da Ponte Preta, em janeiro de 2007.

As primeiras experiências fora de sua posição original foram ainda em seu primeiro ano de Atlético, com o técnico Vadão. Começou como reserva do outro lateral-direita, Jancarlos, mas foi por várias vezes utilizado na lateral-esquerda, no lugar de Michel. Depois, na partida contra o Atlético-MG, no Mineirão, estreou como zagueiro, posição que já tinha exercido em 2006, ainda atuando pela Ponte Preta. Chegou a jogar até como goleiro, nos minutos finais da primeira partida da fase semifinal do Campeonato Paranaense, contra o Paraná Clube, na Vila Capanema, após expulsão de Cléber. Na época, o atleta declarou: “Eu quero jogar sempre, não importa em que posição”.

Em 2009, antes da chegada do técnico Antônio Lopes, Nei só havia atuado como lateral-direita. Mas com o novo treinador, e com as saídas de Rafael Santos, emprestado ao Bologna-ITA, e Antônio Carlos, afastado, o jogador voltou a ser improvisado na zaga.

No jogo diante do Fluminense, em Londrina, fez dupla com Rhodolfo e atuou do lado direito. Contra o Cruzeiro, em Belo Horizonte, fechou o lado direito, enquanto Rhodolfo atuou como líbero e Bruno Costa fechou o lado esquerdo. E na última partida, diante do Botafogo, no Rio de Janeiro, começou no lado direito do trio de zaga, mas durante a partida inverteu sua posição com Manoel, que atuava como líbero. O zagueiro do lado esquerdo era Chico.

Além de grande qualidade defensiva, que lhe valeram elogios da torcida e da mídia, onde foi escolhido por duas vezes seguidas para integrar a Seleção da Rodada do site Globoesporte.com, Nei também oferece opções ofensivas ao técnico Antônio Lopes por ser lateral de origem. No jogo diante do Fluminense, ele e Raul alternavam as subidas ao campo ofensivo, dando mais mobilidade à equipe.

Perguntado, em entrevista ao site oficial do Furacão, se sua facilidade em jogar em várias posições mais atrapalha ou ajuda, o jogador respondeu “Tudo tem seu pró e contra. Aqui no Atlético joguei em todas as posições, exceto no ataque, que não gosto mesmo. Quando estou atuando como lateral tenho uma proposta e como zagueiro é bem diferente. Mas tenho que continuar trabalhando independente da posição. Temos que continuar jogando e vencendo”.

Superação

Nei também teve que demonstrar muita determinação e vontade de vencer nos últimos meses. No dia 16 de Agosto de 2008, no jogo contra o Ipatinga, na Arena, o jogador sofreu uma a lesão parcial do ligamento cruzado anterior do joelho direto, lesão que o impossibilitou de treinar com o grupo por vários meses. Quando a evolução se mostrou boa e o jogador foi liberado para treinar com bola, uma lesão no menisco do joelho direito adiou ainda mais sua reestreia com a camisa rubro-negra. No total, foram mais de dez meses parado.

O atleta também tratou do assunto em entrevista recente ao site oficial do Atlético: “No começo, quando eu machuquei, pensei que minha carreira tinha acabado, porque a lesão tinha sido muito séria. Muitos falaram que seria difícil eu voltar e poucos acreditavam que eu voltaria a jogar com qualidade. Quando eu estava quase pronto para jogar tive outra lesão no joelho. Mas meus amigos e meus familiares me ajudaram muito. O Edílson Thiele (médico do Atlético) também me deu força e me passou tranquilidade. Agora estou fazendo um bom papel no Atlético”.

Questionado sobre o apoio da torcida durante e após a recuperação, o atleta foi direto: “Durante a recuperação foi um fator mito importante. Quando machuquei tive o apoio de muitos torcedores que acabaram criando um vínculo comigo e viraram até amigos. Quando eu voltei e a torcida começou a me aplaudir quase chorei. No momento em que saí de campo não consegui segurar e acabei chorando mesmo. Foi um momento especial para mim e essa torcida está no meu coração”.



Últimas Notícias

Brasileiro

Fazendo contas

Há pouco mais de um mês o Athletico tinha 31 pontos, estava há 5 da zona de rebaixamento e tinha ainda 12 partidas para fazer.…

Notícias

Em ritmo de finados

As mais de 40 mil vozes que acabaram batendo o novo recorde de público no eterno estádio Joaquim Américo não foram suficientes para fazer com…

Brasileiro

Maldito Pacto

Maldito pacto… Maldito pacto que nos conduz há mais de 100 anos. Maldito pacto que nos forjou na dificuldade, que nos fez superar grandes desafios,…

Opinião

O tempo é o senhor da razão

A famosa frase dita e repetida inúmeras vezes pelo mandatário mor do Athletico, como que numa profecia, se torna realidade. Nada como o tempo para…