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16 ago 2009 - 10h49

Tome uma Kaiser antes (de ler isto)

Torcedor versus Dirigente. Deste lado, eu e meu sentimento. No lado oposto, ‘ele’ (com minúscula mesmo) e seu tino comercial. Eu cá com a Torcida, ‘ele’ lá com o empresariado. Eu aqui ainda sem grana, ‘ele’ em qualquer lugar já sem as botas. O fato é que existem dois lados nesta história. Houve um tempo em que eu pensava ser tudo uma coisa só. Graças, faz tempo que larguei mão de ser besta, precisamente uns 14 meses.

Meu divisor de águas foi Bob. Aquele que anteontem transbordava hormônios nos jogos e hoje extravasa fantasias com vestidos cor-de-rosa nos treinos. E a gota d’água foi um jogo Corinthians x Paraná Clube, em que ‘ele’ assistia de camarote ao lado de um empresário do Real Madrid, a observar o então “promissor Pequeno Dente”, hoje não mais que um fingido e cariado boleirosta. Esperei um pouco para falar o que muita gente fatalmente viria a dizer. Disseram e agora me poupo do exagero, contando apenas sobre o que ainda não foi dito, entre outras.

Ex-vassalo de seu reino, banhei-me da luz necessária a mostrar outros caminhos na vida rubro-negra, mais do que isto, elucidei-me sobre os rotineiros descaminhos. Então pulei a muralha doutrinadora da consciência que ‘ele’ havia criado em torno de nossas mentes e vazei, rumo ao Atlético sem Petraglia, ou seja, um CAP LIVRE. E nada melhor do que ser livre para viver.

Ainda moram em seu Castelo da Ideologia os seus fiéis correligionários. Não é questão de se respeitá-los, mas sim de denotar preocupação com os mesmos, já que a idolatria não traz limites consigo: se amanhã, ‘ele’ resolver vir à imprensa paga e sofismar que estrume faz bem ao estômago, seus seguidores prontamente acatarão. Dopados filosoficamente, mas são nossos amigos ou colegas, conhecidos. Preocupa a saúde deles. Saúde mental. Novo foco das políticas de saúde pública, mesmo que sanatórios continuem sendo fechados Brasil adentro. Agora os loucos estão nas ruas, sem perspectiva de tratamento. Mês de agosto, como bem lembrou Juarez Villela: até que considera-se “normal” esta variante de “aparição”. E eu pergunto:

-“Who let the MADS out?”

Respeitando a 3ª Lei de Newton, apresento minha inevitável e humilde “reação” (é isso que ‘ele’ gostha!), começando pelo início:

1- “Dificilmente a reforma feita na Europa, que transformou a maioria dos clubes em empresas conduzidas de forma profissional, acontecerá no Brasil, em função de uma cultura que o torcedor se sente dono da marca” > além do desrespeito às realidades incomparáveis, também não vejo modelos europeus como cartilhas absolutas a serem aplicadas em todo ou qualquer lugar do mundo. A “marca” quem trouxe foi ‘ele’, nós torcedores somos os bastantes donos do NOSSO SENTIMENTO DE SER ATLETICANO, o que é algo impossível de comercialização: por ser imensurável, é inalienável.

2- “É um negócio privado na legislação, mas é público na cultura. Aí está uma das incoerências. Por ser uma atividade protegida e isenta de impostos, o Estado se sente no poder de legislar sobre ela” > imaginar se o Estado não controlasse minimamente esta atividade, o que seria da tal liberdade conferida aos “dirigentes” que não passam de diligentes da causa própria? Incoerência é a usurpação do interesse privado sobre a coisa pública!

3- “…a satisfação do nosso sócio é a vitória, o título. Você vender um jogador faltando algumas partidas por um grande valor econômico, ou perder o negócio e ele permanecer para você ganhar o título é uma situação extremamente conflitante” > concordo, mas que pena que a satisfação dos dirigentes é outra, de natureza distinta. Então vamos deixar de torcer desde o início, porque os bons negócios nas retas finais dos campeonatos garantirão nossa subsistência, em detrimento das medalhas, das conquistas, da vitória e dos títulos, que nada valem em sua pauta de valores. Pois isto não é da ‘vossa’ satisfação. Deve ser muito complicado vender jogadores após o fim dos torneios. Conflitante é o discurso, de tão divergentes são os ‘seus’ interesses dos nossos.

4- “…uma estrutura que o Brasil precisa alcançar, que permita você ter as clássicas receitas de bilheteria, merchandising e televisão dos custos do futebol. Você tem que vender o espetáculo e não seus palhaços” > fala uma coisa, fez durante 3 anos justamente o contrário: majoração de ingressos, letargia na adesão de sócios, merchan inexistente, brigas com a TV, venda dos melhores jogadores (e a clássica manutenção dos danilóides). Agora, depois da hora, é tarde demais para anunciar o ‘seu’ aprendizado.

5- “É um espetáculo para o povão… A oferta será sempre para uma camada privilegiada” > um dos principais mentores da elitização do futebol não tem competência para falar sobre “povão”, pois justamente esta fatia da sociedade é que foi brutalmente alijada da faculdade de torcer pelo seu time do coração. Pensamento tipicamente calvinista, é o trabalho que gera a riqueza que por sua vez determinará os “escolhidos”, o resto que se … Penso como seria a Arena se no lugar da Getúlio inferior houvesse uma geral a preços módicos: afinal, todos ali assistem aos jogos de pé, não é mesmo? A diferença então se resume no valor que se pagaria para estar ali. Mas quem pode paga, quem não pode, que torça pelo rádio. Novamente a supressão da maioria, reforçando o sentimento de pertencimento daqueles outros poucos às classes A e B, excludente das demais, pelo bem do indiano (ditame moderno da Vênus platinada) sistema de castas. Dane-se o cara que fica na em casa na periferia ao pé do rádio com os 2 filhos pequenos mais o sobrinho, ou aquele que pede lá fora 1 real para “inteirar” o ingresso: se querem, que paguem por mês, pois aqui só entram os consumidores. E por que a “eternidade” deste modelo? Acabaram-se as idéias sociais? O que o povão merece? Só circo? Convém escutar a letra de “Comida”, dos Titãs.

6- “Um treinador se acha no direito de ganhar R$ 600 mil/mês” > concordo pelo absurdo. Mas isto não justifica o risco, a invenção, apostas, muito menos a experiência laboratorial com incapacitados na posição de treinadores do CAP: as cobaias acabam sendo nós, a Torcida. Muito mais plausível é pagar um valor um pouco maior e trazer um qualificado, do que manter 6 a 10 péssimos boleiros irresponsáveis no elenco, cujo salário somado paga de sobra um técnico de nível adequado. Porque vagabundos não rendem com treinadores fracos.

7- “…merchandising, pouco explorado pela falta de credibilidade” > falando muito sério, isto foi o que menos cresceu nos últimos 4 anos do Atlético. Ao contrário, descresceu. E ninguém explicou porquê. A ausência do patrocinador principal faz este mistério perdurar no Clube. Depois do fim, depois que “foi saído”, “ele” aparece e consente que lá dentro não há “credibilidade”. Só não respondeu a razão desta desconfiança, o que todos queremos saber, nada mais daquilo que uma boa auditoria poderia desvendar.

8- “Temos 12 clubes considerados grandes, respeitados no Brasil. Temos quatro do Rio de Janeiro, quatro de São Paulo, dois de Minas Gerais e dois do Rio Grande do Sul, que se desenvolveram graças à economia e política desses estados. O resto não existe” > um dos maiores absurdos que já li em toda minha vida. Qual o referencial deste Sr. ante esta caquética afirmação? Será o poder da trupe de Ricardo Teixeira que nada nos considera? Será a mídia do sudeste que menos ainda nos noticia? Será o engravatado, editado, encomendado e retardado CQC? Ou será o afair do cosmopolita Joel Mallucelli pelo Corinthians Paulista, o mesmo que enviou seu presidente para chefiar a delegação da seleção/legião estrangeira na Estônia? É esta corja que serve de parâmetro para que nós sejamos avaliados tipo gado em feira? Óbvio que nós não cabemos na inconsciência deles, mas não por isto devemos nos considerar “inexistentes”. Assinou embaixo seu desconhecimento irrestrito de nossa história, valores e tradições.

9- ”Eu vejo o futebol paranaense com viabilidade, principalmente o da capital. O resto esqueça. Não acredito mais nessas competições estaduais, estão falidas” > ah,ah,ah… então acabem com o interior e o litoral. Soltem uma poderosa bomba hidrogênio e eliminem todas as vidas lá existentes, desconsiderem seu potencial agro-pecuário, toda a economia gerada pelo POVO que vive lá bem como sua condição humana e cidadã. Eles não merecem torcer por nós. Que torçam apenas pelos 12 acima que o Sr. considera existentes. Viva os “grandes”, não é, doutor contradição? Se o Estado do Paraná é só a capital, para que lutou com unhas e dentes pela marca “paranaense”? E este súbito amor revelado pelos verdes agora, de onde vem? Paraná Clube então é “viável”? Aqueles mesmos, todos que se insurgiram contra a Copa na Arena, arrotando impropérios e vomitavando asinhas de frango naquele jantar na frente do Paiol, eles agora lhe são “relacionáveis”, ou melhor dizendo, “negociáveis”?

10- “…o governador ligou para o presidente da Eletrobrás e conseguiu um patrocínio para a camisa do Vasco, de vários milhões de reais por ano, fala-se em duas dezenas. E eu acho que está certo” > E EU TENHO CERTEZA que está erradíssimo! Dinheiro público é para servir às necessidades do povo, e não para cobrir a incompetência de alguns particulares. Troque seu próximo ingresso dos três tenores por uma apresentação teatral volante comunitária numa das dezenas de favelas que temos em Curitiba e vá de perto conhecer o que é realmente necessário para uma população. A falta de habilidade profissional para bem conduzir o marketing que agrega valor para o crescimento, não pode ser complementada pela usura da verba pública desviada, sem importar a forma pela qual isto vergonhosamente acontece, seja por atos secretos ou declarados. O Vasco não pode morrer, mas o Atlético pode perfeitamente cair para a segunda, não é? No mínimo esquisito.

11- “Pagar R$ 200 mil para o Geninho, por exemplo, é um grande erro. Mas é o mercado… Então prefiro não ter do que pagar para quem não merece” > na visão de mercado, Geninho até mereceria mais. O problema é que ele nunca poderia ter êxito com os boleiros que você e sua sucessora chapa vitoriosa encarnaram no Atlético. Tem ciúme porque Genius (abraço doc Laertes) sempre será muito mais ídolo do que ’ele’, mais nada além disto, as ofensas são explicitamente passionais.

12- “Conseguimos nesses anos conduzir o Atlético Paranaense de maneira que o nível de endividamento foi decrescente, praticamente zerou” > a quem pretendem fazer dormir com esta falácia? Não somos os bois admiráveis de Zé Ramalho! Apesar de um dia termos sido burros. E os 18 milhões parcialmente “administráveis” que Marcos denunciou? Isto é “decrescente”? Zero é perto de 18 milhões? Por que os números não saem pela boca? Será que foram engolidos e “digeridos como achou conveniente”, a la Collor?

13- “Mas daqui para frente, meu amigo, vai ter que ser aprovado orçamento pela Liga…” > liga no Brasil lembra Copa João Havelange. Lembra Clube dos 13. Virada de mesa, lobby, conchavo, poder, perpetuação, descontrole, mentira organizada. O crime também é uma atividade organizada. Difícil combatê-los (abraço jurista e prof. Rafael).

14- “…nosso tamanho. Curitiba, Paraná, em nível nacional, na atividade futebol, não existe. Não temos torcida, não temos marca, não temos mercado, absolutamente nada” > pensei que tinha ouvido tudo, mas não. Outro expoente filhote do paradigma do tamanho. Fosse mulher pudica, pós-núpcias exigiria na justiça o rompimento do contrato de casamento caso o pênis de seu marido fosse pequeno. Novamente o referencial alheio. Se realmente não temos nada, então ‘ele’ também não passa de um “nada”, ou de um Mário Ninguém, que ajudou a “nada” construir.

15- “…eliminarmos absurdos como esse do Corinthians Paranaense, que é a entrega do nosso mercado para marcas paulistas…” > ÓBVIO que é um absurdo. Mais absurdo ainda é ‘ele’ nos considerar nada e logo em seguida acusar erro na entrega do nosso mercado para aqueles que não nos consideram: pura contradição.

16- “O envolvimento do poder político para trazer a Copa foi muito pequeno” > natural, pois o Paraná e Curitiba há décadas vêm sendo governados por dois principais grupos/correntes políticos, alternando-se no poder, raramente coincidindo um mesmo grupo nas esferas estadual com a municipal. Duas espécies, duas ideologias, múltiplos interesses, conflitos em decorrência do jogo de poder. Quando necessita-se de união é que as diferenças extravasam, afloram, muito em nome do orgulho e da ausência de humildade para tomar medidas que cheguem a um mesmo fim. Inerência da política, queimando na fogueira as vaidades ideológicas.

17- “O nível de exigência do caderno de encargos da Fifa é leonino” > todos já conheciam este zoológico. O leão é velho e desdentado, mas ruge alto. Elitista ao extremo, só faz querer arrancar dinheiro de quem ainda tem. Por isto trabalha em detrimento dos oprimidos, afastando-os dos campos de futebol. Por isto exige até o impossível para sugar de quem quer que seja tudo aquilo que possa ser transformado em euro. E depois, claro, repartido entre os dominantes. Amistosos caça-níqueis, copículas mil, patrocínios draconianos, rankings para ninar ignorantes, lavagem cerebral da anarfa opinião pública, submissa da mídia.

18- ”O Atlético já decidiu: não põe um tostão para a satisfação das exigências da Fifa. Para quê? Não tem nem razão, nem motivo” > concordo plenamente. E isto revela seu bom relacionamento com a cúpula atual, da qual nunca se desvencilhou. Sem solução de continuidade, a mesma coisa invoca dois sentimentos: enquanto seus discípulos anseiam por sua “volta”, nós outros tememos pelo retrocesso.

19- “Por que não unirmos os interesses dos dois em uma só praça esportiva? Cada um fica com seu centro de treinamento, com a sua administração do futebol, e o nome seria Arena Atletiba. Eles vendem o Couto Pereira, pegam esse dinheiro e a gente termina a Arena. Aí o estádio fica exclusivamente privado” > já disseram tudo. Faltou minha opinião sobre a Arena 4/3. Parte 1: para mim, a parte da Itiberê não foi concluída, não em função da “resistência do Expoente” ou da “falta de $”. Aquilo foi nada mais do que um “condicionamento” mental da torcida atleticana. Como ‘ele’ foi o mentor da Arena, somente ‘ele’ reuniria condições para terminá-la. Isto lhe dava motivo, credencial para se perpetuar na direção do Clube, vez em quando delegar a diretoria aos seus comparsas; enquanto isso, seu lado Juan Figer seguiria negociando a todo vapor. Quanto mais tempo a Arena ficasse inacabada, mais tempo teria para comercializar suas feridas. Ninguém em sã consciência e livre de interesses teria se lançado a construir uma obra daquele porte previsivelmente parcial. Nem os Engenheiros éticos concordariam com isto. O terço final foi o seu passaporte para a eternidade.

20- “A proposta de uma Arena Atletiba é bastante polêmica… precisamos jogar fora a pobreza da aldeia e deixarmos de lado a emoção e a paixão, o fanatismo e a inveja. É preciso trabalhar o futebol, neste momento, como negócio, até para depois aumentarmos tanto o faturamento quanto a paixão. ” > Parte 2: duas tribos numa taba só… índios para todo lado, em nome da riqueza da capital, até virar tudo um bacanal de canibal. O sonho tem limites. O delírio tem começo. A demência mostra sinais. Esta doença contagia. Mas contagia os imunodeprimidos, isto é, aqueles que são destituídos de história, valores e tradições. Aqueles que elegem um mártir para os conduzir em seus caminhos vazios de virtudes. Aqueles que prendem-se no passado como o asno em volta do pau: andam em círculos, achando-se corretamente direcionados. Aqueles que carecem de inteligência que aduza perspectiva em suas vidas. São os que perderam o senso do discernimento, ignorando a diferença entre o que é vermelho e preto e aquilo que é podre. Aqueles que amam uma só vez na vida: se não deu certo, ou consideram-se derrotados para sempre ou restam a velar o falecido passado. Esperança? Tststs…

21- “É muito bom não ser dirigente” > passar o bastão para um discípulo, eximir-se da conseqüente co-responsabilidade futebolística atual, das ingerências no departamento de futebol, do marketing insuficiente, do fracasso esportivo. Que o manezinho Marcos assuma, limpe o que puder. Depois eu volto triunfante nos braços de meus súditos. E os solidários crédulos do Rei abriram a porta do Castelo e fizeram-se ouvir, nos chamando de tacanhos. Pois seu visionário sonhador é tão carismático que são capazes de louvá-lo alopradamente como Inri Cristo ou até mesmo vampiristicamente como Jim Jones.

22- “E o que você responderia para os torcedores que pedem: “Volta Petraglia”? Isso não existe, não tem a menor possibilidade. Por quê? Porque eu não quero” > filme já visto anteriormente. Diga que não para ouvir um pedido mais veemente, a imploração, o suplício de uma raça, dando uma orgástica sensação de martirismo. Assim é mais gostoso, pois provoca no fã uma excitação tal que este não mede esforços em regozijar seu nome. “Vem baiano, vem meu cheiro, demorei muito pra te encontrar, agora eu quero só você! Teu jeito todo especial de ser, fico louco com você”. Taqueospa!

23- ”…um clube sem dívidas… Já fiz a minha parte” > quem possui um caráter que se preze, isto posto simplesmente vai embora. Não fica ao redor da carniça feito urubu malandro. Dando uns rasantes “polêmicos”, cuspindo na cara de quem um dia lhe vangloriou. Porque sugerir parceria com coxas, é tão humilhante quanto alugar o corpo no mais baixo meretrício. Pior, é dar sem cobrar. É a prostituição passiva, escancarando todos os buracos do organismo ao vilipêndio inimigo. É atropelar toda uma nação na reta do seu próprio futuro, ejacular nas páginas de sua digna história como se estivesse diante de uma Rudolf qualquer.

Concluindo: lamentável. “Ele”, que tanto nos orgulhara com seus feitos, tomadas de posições e obstinação, perdeu-se dentro de suas próprias elucubrações. Visionário, trouxe o oásis imaginado para o mundo real, no meio do deserto de idéias. Mas saiu em disparada sob o sol escaldante, rumo ao não sei quê. Ante a solidão de amigos que tomara para si, empobreceu seu ideário, a ponto de beirar à loucura dos aflitos. Hoje, ainda vê-se seu fiel séquito atrás de suas pegadas na areia, gritando no vazio do vácuo o nome do Messias salvador. Caras queimadas, relutam como “ele” em reconhecer o amadorismo que tomou conta dos seus atos, disseminando como um herpes zoster. É um caso para uma profunda análise de um neurologista, posto que o sistema nervoso foi atingido.

Lamentável, pois um dia eu acreditei piamente neste sujeito. Hoje o reverso já fez aniversário. Aniversário que lembra esperança, de dias melhores para sempre. E para isto não é preciso prostituir o corpo. Ainda mais porque o corpo não é ‘dele’, é da sociedade atleticana. Um povo que move-se pela esperança. Que torce, que grita, que reclama, que escreve porque tem esperança. Pois é imbuída de um sentimento puro, O SENTIMENTO DE SER ATLETICANO. ALGO IMISCÍVEL. Imiscível, imiscível, imiscível…

Ps: a Kaiser estava boa? Lógico que não. E até eu detestei esta coluna. É muito crédito para ‘aquele’ em quem não se acredita mais. Mas ‘ele’ merece uma placa no estádio: no Novo Pinheirão. Lá, onde poderá misturar as cores dos outros times. Porque o Clube Atlético Paranaense EXISTE SIM, E É BASTANTE VERMELHO E PRETO, E ASSIM SERÁ ATÉ DEPOIS DA MORTE.

Arremate. Pensando ‘neles’, os “não tacanhos” e seu rei, aqueles consumidores das “Ideias” (de jerico), convém perdoar e não nos custa insistir:

[Existirá
E toda raça então experimentará
Para todo mal
A cura]

“A Cura” / Lulu Santos



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