Mais sobre a intolerância

Amigos: começo esta digressão sobre a intolerância com a seguinte frase: ‘a lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos’. Quem mencionou a célebre frase foi um velhinho, que não era caquético nem bêbado, chamado de Gandhi. Na Revolução Francesa, sob o pretexto de se manter a integridade dos ideais revolucionários, Robespierre, ‘o incorruptível’, mandava prender todos os que não concordassem com a linha de pensamento dominante. Prendiam acusados e os advogados de defesa também. São inúmeros os exemplos históricos sobre a intolerância. Graças a Deus, que aqui no Brasil, vivemos, bem ou mal, sob a égide do Estado Democrático de Direito. Está garantida constitucionalmente a liberdade de expressão. Podemos falar abertamente sobre o que queremos, sem o receio de sermos guilhotinados ou de nos enviarem para masmorras. No nosso país, a manifestação cultural mais saudável de democracia e liberdade de expressão é o futebol. Podemos nos divertir tirando um sarro do torcedor adversário ou trocando idéias sobre o clube, como acontece neste espaço. Fingimos que somos técnicos ou dirigentes e lançamos destemidamente nossas opiniões. Mas o que caracteriza este espaço é o respeito e a aceitação da opinião do outro, sem necessidade de ofensas ou adjetivos pejorativos a quem quer que seja. Aproveitando o ensejo e dentro da perspectiva da discussão, quero dar uma cornetada: um dirigente ideal para o clube deveria ser uma mistura de vários: ser empreendedor como o Petraglia, ser democrata como o Malucelli e amar o clube como o Jofre Cabral amou. Isso é só para mostrar como é difícil chegarmos a algo que consideramos como ideal. Cada um tem a sua verdade, a sua lógica e o seu entendimento. Mas devemos ouvir o que todos têm a falar! É a democracia, é o prazer do futebol e alegria de fazer amigos, sem ódios, sem raivas ou rancores!