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11 fev 2010 - 21h47

É justo ser rebaixado?

Empates com Vilhena, derrotas para Operário de Ponta Grossa e outras diversas catástrofes são incompatíveis com times de elite do futebol brasileiro.

Muitos dizem que o futebol não é um esporte em que sempre vence o melhor, ou seja, futebol não é uma ‘ciência exata’.

Nesse diapasão, lembremos de quantas ‘injustiças’ foram cometidas na história desse esporte. Alguém consegue esquecer da Seleção Brasileira de 1982? E o surpreendente Once Caldas, campeão da Libertadores, sobre o poderoso Boca Juniors? Pois é. Só lembramos das ‘injustiças’ de grandes disputas, de títulos perdidos, de grandes times.

Entretanto, há uma grande ‘injustiça’ no futebol brasileiro e ela não está associada a grandes elencos ou fortes equipes. Na verdade o que ocorre é uma obra do acaso. Só as forças infinitas do universo conseguem explicar o porquê do Clube Atlético Paranaense se manter até hoje na primeira divisão. Isso sim é algo muito ‘injusto’. O nosso querido rubro-negro tem se esforçado imensamente para desmerecer o status de time grande.

‘Injusto’ por quê?

Porque ilude o torcedor. Torcida não vence jogo. Ficar ‘querendo’ inverter os papéis não é inteligente. Torcedor deve torcer. Virou moda justificar derrotas pelo fato de que ‘a torcida não empurrou’. Se for pra empurrar time que chamem uma retroescavadeira e joguem essas naias que entram em campo na trincheira.

Também é injusto porque não nos dá a humildade de ver que devemos mudar as coisas. Enquanto o ‘planejamento’ for cumprido, estará tudo sob contole (e é obvio que o planejamento é sempre cumprido, pois ninguém mais engana ninguém. O discurso de titulos não condiz com o real objetivo do clube, que é se manter na elite, com poucos gastos. A gestão empresarial do Atlético se resume em ter receitas e diminuir despesas. o velho e bom ‘consumir a paixão’)

Além disso, essa situação não gera revolução, e sim acomodação, afinal, os petraglistas sabem muito bem que as coisas mudaram no clube após uma crise vergonhosa gerada pós-atletiba de pascoa.

Injusto também porque não une forças, mas desune por vaidades políticas. Mallucelistas e Petraglistas não se entendem, são radicais. Querem mandar mais que agir. Apenas explorar o clube.

Enfim, há diversos benefícios com a segunda divisão. Talvez, a exemplo de Palmeiras, Botafogo e Atlético Mineiro, a segundona sirva pra tomar vergonha na cara.

Alguns podem até mencionar os prejuízos numa eventual queda, como a perda de receitas, a diminuição das cotas de televisão, a rescisão de contratos, dentre outros. Porém, numa gestão extremamente dinheirista (nada mudou, pois segue-se a mesma filosofia da gestão passada) talvez seja útil ‘sentir no bolso’ para acordar e mudar o rumo.

Há também os moralistas que certamente vão me mandar duzentos e-mails dizendo que sou coxa-branca, que não sei torcer, que não valorizo a transformação do clube porque não passei pelas angustiantes fases da década de 70 e do Pinheirão.

Porém, de antemão, já esclareço que tudo é questão de ação e reação. A gestão Petraglia mudou os conceitos de paixão. Estipulou um sistema de consumo: vá na Arena e deixe seu dinheiro, gaste nas lojas, compre produtos oficiais, pague caro pelo ingresso e curta o conforto.

Portanto, antes que alguém entenda que esse texto tem algum cunho político, esclareço que se trata apenas de uma reclamação de consumo. Sou um ‘cliente’ extremente insatisfeito pelo produto oferecido ultimamente. deveria escreve-lo no Procon.

Talvez isso esteja acontecendo pelas diversas propagandas enganosas, afinal foi nos prometido ‘repesentação internacional’ e ‘investimento em chuteiras’. Pior mesmo foi ‘cortar a cerveja’ (pelo menos bêbado dava pra aguentar esse time, mas nesse caso não culpo o Atlético, já que é uma ordem da CBF).

O meu produto não é o Joaquim Américo. Estádio coberto, cadeira confortável, lojinha de quitutes, tudo isso é muito bom. Sou grato sim por essas transformações na história rubro-negra. Foi um referencial no Brasil. O Atlético foi pioneiro. Mas até quando servirá de desculpa?

O clube parece aquees políticos que só fizeram uma coisa boa na vida e querem se eleger sempre pelo mesmo motivo.

A Arena, na mesma proporção, equivale ao Plano Real para o Fernando Henrique e a Estabilidade econômica para o Lula: ambos justificam seus insucessos com essas virtudes, como se devêssemos dar graças a Deus para eles. Da mesma forma, se algo vai mal no Atlético, já vem um e diz: e a Arena? Você Lembra como era antes?

A grande questão é:´justo o Atlético se manter na primeira divisão? É saudável essa “união” eterna em novembro para apoiar o clube até o último minuto?

Cansei disso…



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