20 set 2010 - 16h06

Representantes do Estado do Paraná, Município de Curitiba e Clube Atlético Paranaense assinaram nesta segunda-feira o documento que formaliza a viabilidade financeira para as obras na Arena da Baixada visando a Copa 2014. O evento contou com a participação do governador Orlando Pessuti, do prefeito Luciano Ducci, do presidente do Conselho Administrativo do Atlético, Marcos Malucelli, do presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Gláucio Geara, além de representantes da CBF, Câmara Municipal e Assembleia Legislativa.

O termo de cooperação financeira formaliza a forma de financiamento e destinação das verbas para as obras na Arena nos padrões para receber jogos da Copa do Mundo de 2014. Com isso, deixam de existir dúvidas sobre a realização de jogos do Mundial em Curitiba. A assinatura do termo de cooperação garante a Arena da Baixada como um dos estádios da Copa 2014, algo que já estava previsto desde que Curitiba apresentou sua candidatura ao Comitê Organizador da Copa.

Nos últimos meses, houve questionamentos quanto à confirmação da Baixada. Apesar da improbabilidade de construção de um novo estádio na capital, o tema chegou a ser cogitado por alguns veículos de comunicação. Houve até quem afirmasse, com todas as letras, que a Arena seria excluída do rol de estádios da Copa pela Fifa, a exemplo do que ocorreu com o Morumbi.

Nada disso se confirmou e o bom senso prevaleceu. Por um lado, o Atlético se recusava a arcar sozinho com todos os custos exigidos para reformar o estádio nos moldes exigidos pela Fifa. Por outro, os entes públicos não ofereciam soluções viáveis para o financiamento das obras. Após meses de negociação, a solução finalmente foi alcançada: cada parte ficará responsável por obter um terço dos recursos necessários. Cerca de R$ 90 milhões serão captados na iniciativa privada, através da cessão de potencial construtivo.

O termo de cooperação firmado nesta segunda-feira simboliza o fim das discussões. Agora, a expectativa é pelo início das obras.

Luta incessante

Em seu pronunciamento, o presidente Marcos Malucelli reconheceu o trabalho realizado pela diretoria anterior, que ofereceu a Arena da Baixada como alternativa a Curitiba para que a cidade pudesse receber os jogos da Copa do Mundo. “É um momento especial depois dessa longa trajetória para que tivéssemos o Atlético e a Arena da Baixada dentro da Copa do Mundo. Foi uma luta incessante que começou na diretoria anterior, com o presidente João Augusto Fleury da Rocha, juntamente com o Mário Celso Petraglia, na época dois baluartes que representaram o Atlético na conquista pela Copa em Curitiba”, afirmou o dirigente.

Autoridades reunidas na sala VIP da Arena [foto: FURACAO.COM/Wellington Carvalho]

Ele relembrou o processo de viabilização financeira do projeto, que culminou com a celebração do termo, citando nominalmente as pessoas que participaram das negociações. “Com a indicação de Curitiba, em maio de 2009, iniciamos uma árdua tarefa de viabilizar a questão operacional e o enquadramento às exigências no caderno de encargos da Fifa. Tivemos de início a ajuda do então prefeito Beto Richa e tivemos principalmente, a partir desse ano, a ajuda do atual prefeito Luciano Ducci que, com o agora governador Pessuti, são as duas autoridades responsáveis diretos pelo andamento e pelo sucesso da empreitada. Se não tivéssemos esses dois dificilmente chegaríamos até aqui. Juntamente com eles tivemos o nosso (vereador) Mário Celso Cunha, o João Cláudio Derosso (presidente da Câmara Municipal de Curitiba), o Luiz de Carvalho (gestor municipal para assuntos da Copa 2014), o Algaci Túlio (secretário de Governo para assuntos da Copa), essas pessoas foram importantes. Queria aqui, sem demérito a quaisquer outras pessoas, deixar o registro da importância de cada uma dessas pessoas para que se concretizasse essa assinatura do termo com a Prefeitura Municipal e o Governo Estadual”, declarou Malucelli.

A Copa é de Curitiba

O presidente atleticano fez novamente questão de esclarecer que o clube não é o único beneficiário da realização da Copa na cidade. “Quero deixar claro que a Copa não é do Atlético. A Copa é da cidade de Curitiba e do povo paranaense. Estamos apenas cedendo o nosso estádio e colaborando, em parte, para a conclusão da Arena de forma que atenda as exigências da Fifa, até porque iríamos, de qualquer forma, concluir a Arena para as nossas necessidades em função da Copa e da alteração no último caderno de cargos. Em outubro de 2008 tivemos um custo elevado que não poderia ser suportado pelo Atlético, sob pena de criarmos um endividamento irreal para um clube do porte do Atlético e real para qualquer outro clube”, declarou.

Agora começa a luta

Marcos Malucelli explicou quais serão os próximos passos. De acordo com ele, será realizado um projeto executivo para depois ser iniciado o procedimento para seleção e contratação da empresa de engenharia que realizará as obras.

Malucelli: obras começarão em breve [foto: FURACAO.COM/Joka Madruga]

“O que fizemos até hoje não vale nada daqui para frente, nós precisamos viabilizar efetivamente o estádio da Arena como estádio da Copa. Agora começa a luta, nosso arquiteto vai a campo, juntamente com o pessoal do IPPUC e da construtora que licitaremos. Antes de mais nada precisamos de um projeto executivo pronto para lançarmos a obra. Teremos pelo menos umas seis construtoras que se habilitarão para a licitação. Embora não seja o Atlético uma empresa pública, acertamos aqui que faremos a licitação para que seja mais aberto possível de conhecimento público tudo o que for realizado. Pretendemos fazer uma contabilidade paralela exclusiva para a reforma da Arena. Agradeço e reitero que o Atlético é agradecido ao prefeito Luciano Ducci, ao nosso querido governador atleticano Pessuti e a todas as autoridades que mencionei e as que estão presentes”, declarou.

Reportagem: Wellington Carvalho (Furacao.com), direto da Arena da Baixada