O jeito curitibano de ser
Moro em São Paulo há 2 anos e meio; estive a trabalho em Curitiba no início do mês de setembro e consegui ir pra Arena ver Atlético x Ceará.
Fui com mais 3 colegas de trabalho que estavam comigo e queriam conhecer a Arena: 2 paulistanos torcedores do Corinthians e um gaúcho torcedor do Grêmio (todos simpatizantes do Furacão).
Não preciso nem dizer que ficaram impressionados com o nosso estádio, os acessos, a variedade gastronômica, a beleza das torcedoras e das atendentes da boutique (como diria Milton Leite: meeeeu Deus!).
Agora, eles acharam que um ponto foi meio ‘esquisito’: a impaciência da nossa torcida. Acabou o primeiro tempo em 0x0; mas estava todo mundo correndo, o Ceará dando aquela retrancada… e tome uma sonooora vaia da torcida no apito do juiz.
Eles olharam pra mim e perguntaram:’Cara, o que é que foi?’
E eu respondi: ‘Aqui o pessoal pega no pé mesmo’.
Tanto os corinthianos como os gremistas falaram que numa situação assim num 0x0 de intervalo com um time teoricamente inferior, o pessoal fica meio que com um ‘burburinho’ na torcida, mas nunca uma vaia daquele tamanho.
E aí vale um ponto de reflexão para nós atleticanos, curitibanos e exigentes:
Será que precisamos criticar tanto enquanto o jogo está acontecendo ainda?
Será que na hora que a coisa está difícil não seria a hora de primeiro empurrar o time pra cima do adversário em vez de ficar ‘Raça! Raça!?’
Será que Edno, Cristian, Fahel, Jorge Henrique, Rodrigo Souto e tantos outros ‘queimados na Arena’, não sentiram essa dificuldade?
Está na mais do que na hora de apoiar esse time e deixar de lado esse jeito curitibano de ser (pelo menos dentro da Arena).
Parece brincadeira a minha sugestão, mas serve para nós:
Vamos vaiar primeiro o adversário?