Profissionalismo no futebol
Não entendo essa insistência dos torcedores em chamar falta de ética as atitudes tanto do São Paulo, como do Carpa. Sou engenheiro mecânico e estou no meu atual emprego, muito feliz, pois fui sondado com uma proposta que trazia alguns benefícios. Além de salário a chance de trabalhar numa empresa forte no cenário muncipal.
Fui sincero com meu chefe sobre a proposta, como o Malucelli falou que o Carpa foi, ao dizer, já durante a semana, que o São Paulo o havia sondado. A proposta do São Paulo era muito superior e o Atlético não tinha como cobrí-la, fato. Foi uma simples negociação salarial, num esporte que cada vez mais é um negócio. E que gera milhões de dólares por ano e receitas em diversos setores da economia mundial.
O torcedor sim é e deve ser passional, mas os treinadores e jogadores são profissionais do esporte. Não são mercenários, são pessoas, como eu e você, que procuram a melhor posição, o crescimento profissional e oportunidades nas melhores e mais reconhecidas empresas do setor. Isso não é anti-ético se for feito de forma clara e pacífica. Procurar um melhor salário, um melhor nível de vida e conforto para sua família, não é anti-ético. Ninguém foi enganado, nada foi feito por baixos dos panos, ele recebeu uma proposta, pesou e apresentou à diretoria do atlético sua demissão pagando a munta recisória conforme contrato. Cadê a falta de ética nisso?
Quando o treinador vai mal, nós, os torcedores, somos os primeiros a pedir sua cabeça. Sem nos preocuparmos com o seu sustento e da sua família, sem nos preocuparmos com seu futuro profissional. Essa nossa atitude é lícita e ética? A atitude das diretorias em pôr a cabeça do treinador a prêmio, muitas vezes sem receber tudo que é por direito no contrato é ética? Porquê quando é o inverso, quando ele sai do time, nós nos sentimos tão ofendidos? É simples, somos passionais, mas não podemos nunca ser incoerentes, como o estamos sendo. Nem fechar a porta para um técnico que fez nosso ano ter algum objetivo.