Quanta diferença!

Gols perdidos têm sido frequentes ultimamente [foto: JORNAL DO ESTADO/Franklin de Freitas]

O Atlético completou duas marcas bastante distintas na partida contra o Santos. Enquanto a defesa perdeu uma invencibilidade de 400 minutos, o ataque completou três jogos sem balançar as redes. As estatísticas opostas indicam uma tendência que se repete desde a ascensão do Rubro-Negro no Campeonato: enquanto a defesa garante os resultados, o ataque não consegue modificá-los.

O sucesso individual de Neto, Manoel, Rhodolfo, entre outros é realçado pelos números da defesa atleticana, a melhor no segundo turno do Brasileirão, com apenas sete gols sofridos em dez jogos. Além disso, em apenas um dos quinze últimos jogos (justamente contra o Santos) o Atlético tomou mais de um gol. Como comparação, vale notar que nas primeiras quinze partidas, o Atlético havia sofrido mais de um gol em oito delas.

No ataque, os resultados são bastante diferentes. Dono do modesto 16º melhor ataque do Brasileirão, o Atlético ainda depende da bola parada: 15 dos 31 gols marcados foram assim; nove originados de cobranças de faltas, cinco de escanteios e um de pênalti. Individualmente, os atacantes também não alcançaram sucesso e Bruno Mineiro é o melhor colocado na artilharia, na 22ª posição. E além dos três jogos sem marcar, o Furacão possui outra marca incômoda: em apenas 9 das 29 partidas o Atlético marcou mais de um gol.

Justificativas

Dois colunistas da Furacao.com trataram sobre o tema nesta semana. Segundo Ricardo Campelo, os “camisas 9” tem destoado do restante do time. “É notável a falta de um camisa 9 à altura do restante do grupo. Bruno Mineiro vem em péssima fase e Nieto não mostrou as mínimas condições de jogar no Atlético. Uma pena que o ídolo Alex Mineiro não quis aproveitar a chance de encerrar sua carreira com dignidade, pois seria titular deste time com tranquilidade”, destaca.

Paulo Perussolo atribui a queda ao elenco limitado (nos últimos jogos o Atlético não pode contar, em uma ou mais partidas, com Maikon Leite, Bruno Mineiro, Guerrón e Branquinho). “Quando aconteceram os desfalques – por suspensão, contusão ou convocação para Seleção – o time enfrentou imensas dificuldades; não temos substitutos que correspondam ao nível dos titulares, o que seria fundamental para continuar na briga por Libertadores”.

A diferença entre os dois setores, ataque e defesa, também é defendida por Campelo: “Por outro lado, o setor defensivo vem sendo um ponto forte, pela primeira vez depois de um longo período de dificuldades. Rhodolfo vem repetindo atuações excepcionais, e, ao lado de Manoel, vem dando ao time boa segurança defensiva sem a necessidade de escalar três zagueiros. Ademais, as atuações do goleiro Neto dispensam comentários e João Carlos vem substituindo-o à altura”, finaliza.