Nesta terra de gigantes
Agora eu vou escrever para as ‘pessoas de alma bem pequena, remoendo pequenos problemas, querendo sempre aquilo que não tem…’ (Cazuza, blues da piedade)
O que dizer depois de um início de ano como este? Viramos o ano na maior expectativa de dias melhores quando então começam as novelas ‘mamãe a mesada do meu amigo é maior’ estrelada pelo ilustre recém-candidato-craque Manoel e ‘sonho europeu’ estrelada pelo grande arqueiro, titular a imensos um ano e com duas brilhantes convocações a uma seleção em remodelagem, sendo ainda a terceira opção, Neto.
Quero parabenizar aos dois senhores aqui mencionados a estonteante carreira que eles têm e a dureza que deve ter sido jogar pelo Atlético, pois deve ser chato jogar num estádio de primeira grandeza, receber salários em dia, treinar num CT que é referência no país e ter o apoio incondicional da torcida em todo o momento, mesmo esses senhores sendo recém-chegados ao profissional.
Não sei se a culpa é dos jogadores, de seus empresários, da diretoria, mas a única coisa que sei é que quem sofre de verdade é a torcida. Aquela que não quer sair de casa na segunda-feira porque o time perdeu no domingo, aquela que sai antes da escola/trabalho pra não perder o jogo, ou que deixa a patroa de lado pra pra assistir o furacão na tv, bom, aquelas pessoas que realmente sentem algo pelo Clube Atlético Paranaense.
Enfim, passado o momento de trasntorno, quero deixar meu recado para aqueles que viram debaixo de chuva o Oséias fazendo gol no então gigante palmeiras na velha Baixada, para aqueles que não vêem mais papai Noel como um velho barbudo, mas sim um moço careca, endiabrado, vestindo o manto não só rubro, mas negro também. Lembrem-se, os senhores dos primeiros parágrafos vem e vão, mas a história, as que ajudamos a criar, ficam, como ficam os verdadeiros ídolos de nossa paixão. Não farão falta aqueles que não vestem a camisa por amor. Por isso, a cada ano que passa, que o futebol se torna mais nojento aos meus olhos, percebo que o verdadeiro Clube Atlético Paranaense somos nós! Não deixemos isso morrer. Que antes sejam deixados de lado os ‘craques’ sedentos pela grana do que o nosso amor pelo clube.
‘…vamos pedir piedade, senhor piedade, pra essa gente careta e covarde’ (Cazuza, blues da piedade)