O Fala, Atleticano é um canal de manifestação da torcida do Atlético. Os textos abaixo publicados foram escritos por torcedores rubro-negros e não representam necessariamente a opinião dos responsáveis pelo site. Os autores se responsabilizam pelos textos por eles assinados. Para colaborar com um texto, clique aqui e siga as instruções. Confira abaixo os textos dos torcedores rubro-negros:
7 jan 2011 - 12h20

Profissão: boleiro

A pessoa que escolhe ser boleiro (jogador de futebol), quando moleque, sabe que terá que ir nas escolinhas de futebol e passar por diversas peneiras, até conseguir entrar em algum clube. Depois ele terá que disputar taças, sem muita expressão, e tentar se destacar, para chamar a atenção de clubes maiores e ser contratado, por um valor irrisório.

Ao entrar no time de base de um clube, o salário do cara, para padrões futebolísticos, é muito baixo, mas mesmo assim o cara tem que matar um leão por dia para se destacar e conseguir ser chamado para o time principal.

Quando ele consegue ser chamado para o time profissional, a diretoria do clube vem e faz um contrato estipulando um valor, que para um cara da base é bom, porém para um jogador do time profissional é baixo. Mas mesmo assim o cara aceita.

Com um contrato longo, quando sai da base para o profissional, o cara consegue se tornar titular, recebendo um salário baixo, enquanto os reservas do time titular recebem 3 a 4 vezes o que ele recebe estando no time titular. Por isso, quando alguns clubes apresentam propostas de salário muito maior do que ele ganha, o cara com os seus 20 e poucos anos, fica doido. Quer sair de qualquer jeito, para receber mais, mesmo que vá para outro clube para ser reserva.

Isso acontece com qualquer pessoa, principalmente no setor privado, porém com uma diferença. Quando o cara é bom, desempenhando a sua profissão com muito destaque, em uma detrminada empresa ganhando x, e chega uma outra empresa oferecendo 3x, o cara não pensa duas vezes e muda de empresa. E se o cara não for competente, a empresa não pensa duas vezes e manda ele embora, que no final das contas, acaba tendo que procurar uma outra empresa ou tentar uma outra coisa qualquer. No serviço público, é bem diferente, pois para entrar em um órgão público, você tem que eliminar uma concorrência violenta (milhares de pessoas para apenas 1 vaga), só entrando para o funcionarismo público aqueles que são mais capazes, mesmo que seja em áreas diferentes daquelas em que cursou na faculdade.

Cada um possui características e qualidades para determinada profissão. Tem gente que possui a capacidade para ser representante comercial, funcionário público, boleiro, bancário, médico ou qualquer outra profissão. E em cada profissão, o salário fala mais alto do que o lugar em que você trabalha.

Por isso o boleiro não possui nenhuma identificação com os clubes, sempre pensando no próprio umbigo. Com o clube também não é diferente, pois quando o cara não cumpre com as expectativas da diretoria, ela rescinde o contrato sem pensar duas vezes.

Portanto, se o cara é bom, novo e tem um futuro promissor, vale a pena você investir um pouco mais e ter um retorno garantido lá na frente.

Para mim, esse é o caso do Manoel. Um cara novo, que veio do interior do Maranhão, com uma família pobre e com dificuldades e que conseguiu se destacar num dos campeonatos nacionais mais difíceis do mundo. Por isso, quando ele recebe uma proposta 5 vezes maior do que ele ganha no nosso time, ele fica louco. O Rhodolfo, quando mais novo, chegou a ser execrado por grande parte da torcida, porém o cara aguentou todas as porradas e saiu pela porta da frente, com o reconhecimento da diretoria e da torcida.

Portanto, cada um sabe da sua vida e das suas condições, não cabendo julgamento por parte de ninguém.



Últimas Notícias