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24 jan 2011 - 22h26

Coisas que eu vi

Num belo dia de sábado, mais uma vez a esperança de um bom futebol do nosso Furacão. Contudo, o terceiro susto em seguida. Um time perdido em campo e que é notadamente o mais dotado tecnicamente dos últimos anos. Mas como um time que é talvez o melhor dos ultimos 4/5 anos está tendo tantas dificuldades neste início de temporada? Pois bem, elencarei algumas coisas que chamaram minha atenção neste último jogo:

1- Para começar, vi o melhor jogador da última temporada no Atlético – Paulo Baier – sumido em campo no primeiro tempo do jogo e, pior, falhando na marcação – que não é a dele -, mas como temos apenas um marcador na meia cancha, alguém tem que cobrir isso e se não for bem feito prejudica o time todo.

2- João Carlos: cada bola levantada na nossa área é um momento de emoção no jogo – lembrei da época de Galatto. Debaixo das traves ainda não foi realmente testado e espero que seja melhor, pois não tenho muita confiança no Renan. Santos pouco vi no time júnior, mas parece que não fica mais por aqui e confesso que nunca vi o tal do Silvio jogar e as boas recomendações que tive dele são as mesmas que me falaram que João Carlos era bom e que Neto não faria falta, então já viu né!

3- Nossas laterais estão num ‘apoia tímido e marca mais ou menos’. Até hoje não sei se as características de nossos laterais são de marcadores ou de apoiadores. Só o Wagner Diniz mesmo que é o típico corre-corre, que faz falta, perde muito no ar e, de vez em quando, faz uma boa jogada individual, mas apoia muito mal. Paulinho é regular, talvez seja na zaga a parte que menos comprometa.

4- Falando em zaga, ah a nossa zaga! Lembram há um mês quando alguns diziam que tínhamos um dos melhores sistemas defensivos do Brasil? Pois é, o que um mês não faz com um time. Confesso que Rafael Santos me parece meio desligado. Parece bom tecnicamente, mas ainda não tem minha total confiança. E o seu Manoel, que para mim é um dos melhores zagueiros em potencial no Brasil, não está nem um pouco afim de jogar aqui. Daí não tem talento que resolva, vai ser um peso por ali, vai falhar, falhar e falhar até virar reserva, desvalorizar, ir para um time do eixo a preço de banana e estourar por ali.

5- Valores individuais: finalmente um ano que me empolga com os valores individuais. Vamos lá a algumas observações particulares:

Branquinho: meio de campo habilidoso, tem boa visão de jogo e sabe segurar o jogo. Contudo é o típico jogador que não participa o jogo inteiro. Daí fica os torcedores ‘chiando’ o tempo todo com o Branquinho. Ele jogando na posição dele, com liberdade e sem a pressão da torcida pode render muito. Bola para isso ele tem, se ficar com a cabeça do lugar pode virar ídolo por aqui. Só uma coisa, na jogada do primeiro gol contra o Iraty todo mundo fala da bela assistência de Guerrón, mas quem começou a jogada, bela por sinal, foi o Branquinho. Mas os ‘críticos’ de plantão preferem falar que ele não tem vontade e merece ser reserva.

Madson: o baixinho está com vontade de mostrar serviço. Não sei se é para mostrar para a diretoria santista que ele não é um ‘mau elemento’ ou ele realmente quer agradar a torcida atleticana, mas o que importa é que ele corre, tem habilidade, não se esconde do jogo e está sendo importante para o time. Ganhou minha confiança. Só espero que não seja igual o Maikon Leite que ganhou a torcida atleticana e depois disso não jogou mais nada.

Lucas: talvez a mais grata surpresa. Lembrava de grandes jogos dele, mas há 11/12 anos atrás! É muito tempo. Achei que seria o novo Alex Mineiro. Mas como corre e tem vontade esse cara. E finalmente podemos dizer que temos um atacante de verdade, ou seja, faz gol, uma raridade por aqui.

Guerrón: tem as características que podem levar a uma jogada perigosa e decidir uma partida. Gosto do futebol dele, mas… Lembro bem de uma jogada na última partida em que Madson, dentro da área, limpou o zagueiro e a bola ia sobrando na sua perna direita, ele se ajeitou pra chutar quando Guerrón como um foguete passou a sua frente e isolou a bola. Madson não reclamou, mas deu pra ver sua insatisfação. E com razão, né. Para que contar essa história? Porque, espero que esteja errado, Guerrón me parece um tanto quanto individualista e isso me preocupa um pouco. Ele é importante às pretenções rubro-negras neste ano.

6- Minha maior preocupação: Sergio Soares. Alguns pontos: trocar Wagner Diniz aos 42 do primeiro tempo?! Sei lá, para mim ele estava tentando achar um ‘bode expiatório’. Nada mais foi do que uma transferência de culpa. O futebol do W. Diniz todos conhecemos e S. Soares também, a culpa é de quem o escala de titular. Outra coisa, na entrevista para a televisão na volta ao segundo tempo S. Soares falou que P. Baier ficou como segundo volante por que ele quis, não foram ordens dele. O quê, de novo transferência de culpa? Se não foram ordens dele, por que P. Baier jogou o primeiro tempo inteiro como tal? ele não tem voz para consertar à beira do gramado? Pois bem, ao que me parece, o nosso técnico não gosta muito de assumir a culpa e tem pouco controle do elenco. Espero e muito estar errado, quero que o tempo – senhor da razão – mostre a minha ignorância e que S. Soares seja um baita técnico, que consegue dar um padrão tático a equipe e que além de um técnico seja um ótimo líder perante seus jogadores, ou então quero ver o que será de jogadores habilidosos e ‘chatos’ como Branquinho, Guerrón, Madson e Paulo Baier ou de jovens problemas como Manoel.

Enfim, o começo de temporada não é o que esperávamos, mas dá para tirar algumas coisas boas como a boa quantidade de jogadores ‘marvados’ que mudam uma partida e de finalmente termos um atacante que faz gol. Vamos ver o que o nosso comandante consegue fazer com essas peças.



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