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22 fev 2011 - 18h28

A definitiva definição (tautologia proposital)

O time do coxa joga, nos dias de hoje, como o futebol mineiro jogava nas passadas décadas de 60 e 70, até porque o seu técnico atual jogou futebol nessas mesmas épocas. Não tem segredo nenhum: é povoar bem o meio de campo com jogadores “armandinhos”, “tocandinhos”, pequenos e rápidos, jogando pertinho um do outro e deixar lá na frente somente dois atacantes, um habilidoso, vindo de trás e também pequeno e outro mais enfiado, alto e tipo centro-avante convencional.

Quando está na frente, a leva de baixinhos “tocandinhos” também sobe, cada um se posicionando de um lado, com o menos habilidoso e criativo atrás. Aí ficam tocando, na entrada da área, com a mesma desenvoltura com que o fazem no meio de campo, até abrir um claro pelo meio, já dentro da área, ou um corredor, tanto pela esquerda quanto pela direita, para fazer a jogada de fundo, preferencialmente com um dos alas. Outra opção, é a subida do Pereira, nas bolas paradas, para tentar o cabeceio na direção do gol; é isso e somente isso.

Nenhuma grande virtude no sistema defensivo, a não ser um bom goleiro – eles têm, aliás, dois bons goleiros – e um volante baixinho encardido e mordedor. Eficiente naquela época – como o foi -, referida maneira de jogar está totalmente defasada nos dias de hoje, menos aqui no Paraná, ao que tudo está a indicar.

É bem verdade que a “escola mineira” continua priorizando o toque de bola como a sua principal arma, mas também aperfeiçoou muito o seu sistema de jogo, dando também a devida atenção ao seu setor defensivo.

É que, mesmo nessas épocas, apesar de suas inúmeras virtudes, o futebol mineiro, nos confrontos, por exemplo, com o futebol gaúcho, que é de força e de forte marcação, no final das contas, acabava não levando vantagem, isso porque os gaúchos, quando se defrontavam com os mineiros, impunham o seu futebol-força. Aliás, a única maneira que tinham para neutralizar a arte mineira de então –e, as mais das vezes, saíam exitosos – vejam as equipes do Grêmio e do Internacional dessas mesmas épocas.

Em síntese, os gaúchos, sabedores de que não poderiam se igualar aos mineiros de então em termos de toque de bola, marcavam-nos obstinada e tenazmente. Presentemente, os mineiros também marcam e bem. Guardadas as devidas proporções, foi o que não fizemos no último Atletiba.

É claro que também temos jogadores tecnicamente muito bons, mas nos falta o toque de bola, o tipo físico e as características que são exigidas dos jogadores para se jogar nesse sistema mineiro, tanto o pregresso quanto o atual.

Aí vocês poderiam perguntar: mas, por outro lado, temos jogadores no nosso elenco para jogar da maneira “gaúcha” tradicional?

A resposta não é simples. Temos bons jogadores, sim. O que não temos, em verdade, desde 2001, é uma definição sobre como jogar, pois, em verdade, estamos sempre hesitando, a cada jogo, entre priorizar a marcação e atacar com eficiência técnica.

Essa maldita indefinição, em realidade, acaba por se confundir com a ausência de uma própria identidade do Clube, antes de se identificar com a inexistência de uma maneira de se posicionar no campo do jogo.

Parece incrível mas é verdade: nada obstante o título de 2001, não temos, até hoje a definição de uma maneira de jogar, embora todos saibamos que para chegar a essa conquista, em última análise, priorizamos o setor defensivo (sistema com três zagueiros de ofício, um volante marcador e um segundo volante). A Seleção brasileira – lembrem-se – também foi pentacampeã mundial jogando exatamente assim. Aliás, com o auxílio fundamental do nosso segundo volante (Kleberson).

Não estou aqui a fazer a apologia do 3-5-2, mas sim enfatizando a necessidade de uma peremptória definição acerca da nossa maneira de jogar, independentemente do esquema tático. Enquanto não a encontramos, o remédio é jogar mordendo, principalmente os Atletibas.

Nesse interregno, caso assim procedermos, pelo menos, não vamos mais perder para os coxas. Não, pelo menos, da maneira absurda e inaceitável como estamos nos entregando para eles nos últimos tempos.

Geninho: gostar de comer picanha não é crime, gostar de empinar pipas com os netos é muito legal, não gostar de ser chamado de burro é sinal de personalidade (você, após ser chamada de burro pela torcida do Santos, indignou-se e disse: “tenho duas faculdades e não tenho estômago para aguentar um rótulo desse vindo de uma cambada de ignorantes” – logo depois, veio para cá e foi campeão brasileiro -). Agora, continuar por aqui com essa sobredita indefinição, SERÁ IMPERDOÁVEL!!!

Você, Geninho, é um sujeito extremamente inteligente. Material humano você já tem aí de sobra para fazer um time muito, muito competitivo. Imponha disciplina, defina uma maneira de jogar e, depois, faça o que tem que ser feito!

Desejar boa-sorte é para principiantes. Você não precisa disso, pois é ‘macaco-velho’.



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