Indução midiática à ingenuidade
Bem que eu tentei ser mais otimista quando, nas vésperas do Atletiba, vaticinei que iríamos perder tão-somente por 2 x 1, com uma expulsão nossa, com um gol de pênalti deles e com o nosso goleiro fazendo grandes defesas.
Bem… Substancialmente – afora o placar que, a esta altura, já é padrão -, minha previsão aconteceu: outra derrota.
O Coritiba, enquanto equipe de futebol, está entrosadinho. A gente percebe que os jogadores deles, mesmo estando de costas, lançam a bola exatamente no lugar onde está um companheiro.
Jogam com simplicidade e com facilidade. O forte da equipe é o meio de campo, onde todo mundo toca direitinho, coloca-se para oferecer a opção do passe e se desloca bastante. Os jogadores são leves, pequenos e rápidos.
Eu sabia de antemão que iríamos perder a meia-cancha e, em consequência, o jogo.
Faltou, então, botarmos na cabeça de que, primeiro de tudo, tínhamos que acabar com o tabu, ou seja, não perder novamente e depois tentar fazer alguma coisa boa. O empate, aliás, nas circunstâncias, seria ótimo.
A nossa mídia – majoritariamente coxa-branca como todos sabemos -, mais uma vez acabou fazendo a cabeça de todo mundo, ao apregoar que ‘somente a vitória interessará ao Atlético’…’o Atlético precisa ganhar…’ e outras estultices do gênero (indução ao desastre).
É claro que eles já sabiam que, caindo nessa ‘arataca psicológica’, o Atlético, que presentemente, em termos de conjunto, está consideravelmente distante do Coritiba, ao tentar ganhar o jogo, iria, isso sim, perdê-lo, principalmente por estar jogando fora da Arena, por ter um sistema defensivo ainda em formação e vacilante e por não possuir um treinador efetivo.
Os incautos de plantão – que, infelizmente, parecem ser mesmo a grande maioria rubro-negra -, acreditaram, como fizeram os mais ferrenhos eleitores do José Serra, que iriam ou poderiam ganhar… Afinal, ‘clássico é clássico… Não tem favorito’ (outra escancarada inverdade).
Ora, ora, ora… Sejamos racionais!
Tínhamos que ter ido jogar lá com duas linhas de quatro, todos predominantemente marcadores e mordedores – à exceção de Paulo Baier – e mantendo somente o Nieto e o Madson lá na frente. Aí, teríamos alguma chance de, pelo menos, não perder, ou quiçã até empatar.
Que os inocentes acreditassem que poderíamos ganhar deles lá, mesmo da maneira totalmente improvisada em que nos encontramos, vá lá. Mas o técnico também acreditar nisso… Aí já é ingenuidade amadorística. O jogo de domingo deveria ser jogado já em função do segundo turno, pensando nas consequências que o resultado para tanto acarretaria.
Falta profissionalismo e visão para toda essa gente, ou antes, um mínimo de inteligência (cá prá nós: deixar-se influenciar por um mídia esportiva com o nível da que temos por aqui é dose para mamute!!!).
Vou dizer a vocês uma coisa: não sou técnico, não conheço tática futebolística e nem estratégia de jogo; uma coisa, porém, eu não faria: era jogar num sistema tão frouxo, tão aberto e tão vazio no meio de campo como fizemos.
Em resumo: o técnico mandou a rapaziada atacar…quando eles perceberam que não conseguiam nem mesmo trocar um passe certo no meio-campo,pois o do adversário era muito melhor, decidiram defender; como, porém, não treinaram para se defender, tomaram três (3) em sete (7) minutos. O resto… Bem, o resto, vocês já sabem.
Uma coisa é ser torcedor fanático e apaixonado – como eu sou e a maioria é -, outra coisa é ser ‘burro’ e/ou influenciável por pseudointeligentes.