Quem não pode com o pote não bota a mão na rodilha

O “Fala, Atleticano” é um espaço para manifestações de torcedores do Atlético. Com esta frase o site furacao.com abre espaço a todos os torcedores do Clube Atlético Paranaense. Farei uso do espaço concedido gentilmente.

Sou torcedor dessa instituição há mais de 58 anos. Conheci a Baixada em 1952, aos 4 anos de idade, levado pela mão do meu querido paizinho.

Ele era sócio, tinha o privilégio de poder assistir aos jogos acomodado na saudosa Velha Social (o uso de iniciais em maiúsculo foi proposital mesmo).

O resto vocês já sabem, nossos cornetas são especialistas em detalhar as estórias e a História do querido e amado Clube Atlético Paranaense.

Nosso presidente, Sr. Marcos Malucelli, insiste em dividir nós, os sócios, em castas: os mais e os menos atleticanos.

Desconheço os critérios de avaliação que ele utilizou para tal análise, porém, não creio que assim seja. Não quero acreditar que existam mais e/ou menos atleticanos.

Se alguém decidiu ser atleticano, torcedor do CAP, teria sido porque deve ter um grau de maluquice acima dos demais, quantidade de maluquice tanto quanto nós a temos. Nosso amor foi forjado em cima da miséria, da humilhação, da desgraça. Quanto mais sofríamos humilhações, maior era o nosso amor pelo CAP. Por isso somos excessivamente passionais, doentes, adoravelmente doentes.

Fico muito triste ao ver o MM (apelido carinhoso que a torcida lhe deu) fazer uso insistentemente da Radio Transamérica para pronunciar-se oficialmente. Não preciso dizer-lhes o quanto essa rádio nos prejudicou no passado recente e remoto.

O que quer, afinal, o Sr. Marcos Malucelli ao insistir tanto nessa empreitada?

Todos sabemos do ódio mortal que o Sr. Airton Cordeiro nutre pela nossa instituição e pelo Sr. Mario Celso Petraglia. Difícil é saber quando e onde esses ódios se fundem no exercício de nos causar danos. Do Petraglia o ódio do Sr. Airton Cordeiro vem da campanha dos doze dias do Lerner, lembram?

Naquela ocasião houve um desencontro entre ambos, e isso deveria ser um problema a ser resolvido só entre eles. O cronista em questão não deveria deixar que o ódio sentido prejudique a nossa instituição.

Nosso presidente Malucelli não deveria dar chance a esse senhor que, decididamente, odeia o Clube Atlético Paranaense. Seria como colocar o Edir Macedo para falar do Roberto Marinho, ou colocar a raposa pra tomar conta do galinheiro. Sempre sairia excrementos daquele que tivesse a latinha nas mãos.

Quando qualquer cidadão decide deixar a vida comum, sair do anonimato, aceitando o desafio de ser o presidente de uma instituição que consegue reunir tanta gente “doida” como a nossa, ele deveria estar preparado para aceitar críticas sem se deixar levar pela autopiedade.

As frases que o Sr. Marcos Malucelli disse na Transamérica são de ressuscitar faraós, tamanha insensatez. Se não consegue dirigir o CAP, se “nunca mais quer estar nesse meio”, por que não antecipa a sua saída?

Há um ditado muito comum na região nordeste: “quem não pode com o pote não pega na rodilha”. Para quem não sabe, rodilha é um pedaço de pano que se coloca na cabeça para protegê-la de objetos pesados, nesse caso, no nosso caso, o pote com cheio de água, pesado, é o Clube Atlético Paranaense. Não é tarefa para qualquer um.

O resto é chororô de quem não agüenta o tranco. Pegar um clube como o nosso, com uma estrutura extraordinária, com um estoque riquíssimo para vender e mesmo assim ficar com esse “mimimi”, definitivamente demonstra que o Sr. Marcos Malucelli deveria ter se livrado da rodilha há muito tempo.