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1 abr 2011 - 19h41

E a nossa peremptória definição?

A tão decantada identidade de que carece o nosso Atlético nada mais é do que uma definição de opções. Não adianta querer comparar o futebol que o nosso time vem jogando com o que joga – até por ser o exemplo mais próximo que temos – o Coritiba.

Já afirmei algures que o Coxa, há algum tempo, já definiu as suas opções.

A forma de jogar – e isso é de uma clareza palmar -, vale dizer, a “escola de futebol” pela qual optaram é a “escola mineira”, o que se pode concluir facilmente até pelo fato de serem treinados nos últimos anos por profissionais técnicos mineiros (v., vg, o Ney Franco e o Marcelo Oliveira).

Abandonaram, por assim dizer, o estilo sulista de jogar, caracterizado pela utilização de jogadores fisicamente mais altos, mais fortes, mais pegadores e menos técnicos, priorizando, ademais, a marcação, em detrimento do toque de bola.

É aquela história do “biotipo” do atleta, no caso deles, de baixa estatura, velozes, mais técnicos e que tocam, tocam e tocam a bola até aparecerem os claros na defesa adversária.

O Cruzeiro de Minas Gerais – nem tanto o Atlético Mineiro – sempre jogou e ainda joga dessa maneira que, em verdade, não deixa de ser eficiente.

Outro dia me perguntaram a razão de haverem se interessado tanto pelo Anderson Aquino que, até recentemente, era considerado pela nossa torcida como ineficiente. Respondi: a razão é simples; é que ele se enquadra perfeitamente no biótipo físico pelo qual eles optaram para compor predominantemente o elenco de seus jogadores, além de também se adequar à “filosofia” do toque de bola – é só olhar para o resto da turminha lá: Rafinha, Donizete, Marcos Aurélio, Éverton Ribeiro, Léo Gago, David, entre outros-.

É claro que o Anderson, pelas suas características, iria mesmo se dar bem num grupo desses, até porque também é bom jogador.

Imaginem agora o Anderson jogando no nosso ataque, ao lado do Nieto, do Guerrón ou até mesmo do Lucas, recebendo lá na frente os chutões dos nossos zagueirões Manoel e Gabriel, ou então de nossos volantes Alê, Victor ou Robston; não iria jogar absolutamente nada, a não ser ficar se deslocando de um lado para o outro na esperança de que alguém, por acaso, enfiasse uma bola para ele no meio da zaga adversária , dessas que o Paulo Bayer – e somente ele -, raramente, consegue fazer.

Bem, diante dessa inelutável constatação, uma de duas: ou definimos o nosso padrão de acordo com os jogadores que temos (predominantemente grandalhões), ou reformulamos todo o nosso plantel para, ao depois, como fez o Coritiba, adotar a filosofia de jogo da “escola mineira”; vale dizer, partir para uma imitação do Cruzeiro, que foi o que eles fizeram de dois anos para cá (nenhum segredo).

Agora, ficar criticando duramente os nossos jogadores – e alguns são muito bons sim – unicamente por não se adequarem à filosofia mineira do toque de bola, com todo o respeito, é contrariar a lógica racional.

Querem saber, o time mais empolgante que vi jogar – senão o mais eficiente deles, na medida em que quem ganha jogo é quem faz mais gols – foi o “carrossel holandês” de 1974 que, aliás, era composto por jogadores predominantemente fortes e marcadores e que, valendo-se de seu vigor físico aliado à velocidade, atacavam em bloco e sufocavam o adversário no seu campo defesa –, aliás, sem muita firula e sem muito toquinho de bola para lá e para cá. Aquele time, em verdade, não foi campeão; mas não perdeu para quem jogava um futebol arte e sim para quem jogava simplesmente um “futebol burocrático”, de força e que também não priorizava o toque de bola – no caso, a equipe alemã de Mayer e Muller.

O que estou querendo dizer com tudo isso é que, para termos um time eficiente, à vista do que se pretende: êxito e títulos – e todos -, afinal de contas, pretendem isso-, não é preciso imitar ninguém, mas simplesmente possuir bons jogadores e adaptar às caracterísiticas desses mesmo jogadores o padrão e a filosofia de jogo a serem seguidos.

O Coritiba – e que me perdoem os inúmeros amigos coxas que tenho – é uma equipe que, defrontando-se eventualmente com qualquer outra equipe realmente competitiva, siga ela a “escola de jogo” que seguir, mas COMPETITIVA, vai encontrar sérias dificuldades.

O campeonato local não é parâmetro para nada, pois todas as nossas equipes não são competitivas, inclusive, presentemente, o próprio Atlético que, em termos de padrão e de filosofia de jogo, ainda não adquiriu a necessária identidade para ser realmente COMPETITIVO, que é o que nos interessa.



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