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24 abr 2011 - 18h44

Vocês dois, querem ficar quietos?

Há dois Elias Cordeiro dentro de mim, hoje, nesses momentos que antecedem ao Atletiba. O que fazer com eles? Como fazer para que eles se entendam e parem de me atormentar?

Meu ser se transformou num imenso campo de batalha. Isso é ruim, é péssimo para mim. Entre a alegria do dia de hoje e a tristeza que eu poderei sofrer por todo o campeonato brasileiro é que eu clamo:

Oh! Mestre, iluminai-me nesse momento tão crucial na vida do Clube Atlético Paranaense.

São 14h05min. Da varanda da minha casa ouço o barulho das ondas do mar. Elas são insistentes, intrometem-se no meu silêncio.O telefone toca, é o meu amigo Marco Onda que ficou com meus smarts desde o jogo contra o Bahia e que os usará como bem entender no dia de hoje, ele me liga desejando boa sorte no jogo.

Eu conto a ele o meu dilema.

Ganhar ou perder?

Ganhar o jogo me traria uma excitação momentânea. Sei que ela seria passageira. De nada nos adiantaria comprar, emprestar, fazer loucuras para o campeonato brasileiro. Malucelli continuaria no comando da nau e haveria grandes riscos do naufrágio de todos nós.

Com uma vitória convincente, talvez movida mais pela raça dos jogadores embalados pelos deuses que vagueiam pelo Joaquim Américo que pela técnica, poderíamos ser levados ao pensamento de que ele, o artífice Malucelli, teria finalmente conseguido vencer os coxas.

Na Gazeta do Povo esse cidadão disse claramente que não há importância maior num Atletiba, que é um jogo como os demais, e que nosso adversário é o São Paulo (?).

Adversário de São Paulo não levaria “toco” desses timinhos do interior do campeonato paranaense. Adversário do São Paulo jamais aceitaria ficar 8 (oito) pontos atrás do timinho das cercanias do Itupava.

Há contradições no modo de falar e de agir do Sr. Marcos Augusto Malucelli. Esse cidadão foi colocado no posto de presidente pelo Sr. Mario Celso Petraglia, tudo em conformidade com um contrato estabelecido entre ambos de que o projeto de crescimento continuaria no Atlético Paranaense.

Eu votei nele atendendo ao pedido formulado pelo Sr. Mario Celso Petraglia. Eu ouvi da boca do próprio Marcos Malucelli que o projeto de crescimento continuaria e que não haveria mudança na rota. Ele mentia nesse momento.

Marcos Malucelli rompeu o acordo instituindo uma política suicida. Desmontou a base, entreteve-se num processo maluco de contratar jogadores velhos, ultrapassados, acabou com a prática de investir pesado na base.

Passou a ver investimentos como despesa, fez acordos espúrios com as organizadas, atravessou a rua, promoveu frangos, polentas e fritas, foi ao Alto da Gloria de forma servil, humilhou-se perante os coxas, que sempre agiram contra os interesses do CAP, utilizou-se da Rádio Transamérica, ninho de um dos maiores adversários do Atlético, o Sr. Airton Cordeiro, como se ela fosse o canal oficial do povo atleticano.

Fez da Rádio Banda B, através do Sr. Osmar Antonio, uma levantadora de bola para dar petardos justamente no homem que o levara para o CAP, no homem que lhe dera a presidência do clube.

Na gíria dos “boleiros” isso é trairagem. Malucelli é um traíra. Fez trairagem com o Petraglia , com o CAP e com o Geninho, o único treinador que havia aceitado dirigir o Atlético num momento de extrema pobreza técnica e organizacional.

Se não bastasse esse rosário de infidelidades, o Sr. Marcos Malucelli aliou-se a um senhor chamado Ocimar Batista Bolicenho, que tem forte ligações com Luxemburgo e Sergio Salada Malucelli, e que também é funcionário fantasma do TCE, recebendo há décadas um polpudo salário de mais de 13 mil reais por mês, pagos pelos cidadãos paranaenses que nada recebem em troca, e juntos, todos eles, contrataram 59 jogadores e apenas m acerto: a contratação do Paulo Baier, mesmo com mais de 35 anos de idade.

Eles lesaram o Clube Atlético Paranaense. Com apenas uma vitória convincente no Atletiba haveria grandes chances de o processo de desmonte do CAP continuar sendo colocado em prática.

Esse é o famoso pacau-de-bico. Nesse momento já são 14h28min. Meu coração continua dividido, metade é feita por ele mesmo e a outra metade é feita de racionalidade, meu cérebro e minha mente o preenchem.

No entanto, já imaginaram perder para os coxas de forma humilhante? Mesmo com o prazer de ouvir (será?) a torcida TOF cantar acompanhada por todo o estádio “Hei Malu, vai tomar caju”, será que valeria a pena?

Meu coração rubro-negro, minhas raízes tão bem plantadas pelo tempo e pelo amor do meu paizinho jamais aceitaria que o Elias Cordeiro pensasse de forma diferente à da emoção, do amor puro e verdadeiro, que nada espera em troca. Jamais ficaria feliz com uma derrota para os coxas. Seria humanamente impossível. Penso que para mim, seria melhor morrer que torcer contra.

Já são 14h38min, não há mais dúvidas no meu coração. O problema, o entrave, o encosto, o obstáculo, o mala do Marcos Malucelli, nós trataremos mais tarde, num outro dia, mas hoje, nesse momento, todo meu ser clama por uma vitória convincente, mesmo que por um preço extremamente salgado.

Já são 15h18min, não há mais dúvida nenhuma em meu coração:

Que venham os ervilháceos! Vamos lá, guerreiros, que os deuses do Joaquim Américo se unam todos numa só corrente, nem que seja pra empurrar a bola pra dentro com a força do amor de vocês pelo CAP, vamos guerreiros, muita luta, muita garra!

Agora já são 15h40min, a sorte está lançada! Avante Furacão!



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