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12 jun 2011 - 12h27

Dona Cocóri-coxa e seu voo de galinha

Certo dia, no auge de sua valentia, Dona Cocóri-coxa saiu pra cima do Porco, que educadamente veio fazer uma visita no galinheiro de Dona Cocóri-coxa.Foram seis bicadas, e muita falta de educação da parte de Dona Cocóri-coxa, comentou a imprensa da floresta do eixo do mal.

Cocóricoxa andava de peito estufado, contando pra todo mundo que era bela como um pavão, que tinha alcançado feito inédito no Brasil, botar mais de 22 ovos seguidos, verdadeiro recorde, haja cloaca.

O Gambá, o Peixe e o Bambi riram muito, afinal o Porco, que um dia já foi periquito, tinha levado uma boa lição: Prudência e caldo de galinha não faz mal a ninguém.

Aprendida a lição o Senhor Porco deu duas focinhadas na cloaca da penosa, que ficou desnorteada e teve sua postura interrompida.

Porém a bipede coxa não perdeu a pose, nada abalaria em seu intento, voar.

– Antes disso lutemos com o Gambá, concluiu. Mas a coisa fedeu, e afinal perder para um Gambá é coisa comum, além do mais eles conseguem feder tanto quanto como nós, pensou.

– Atacarei o Dragão, isso o Dragão, uma coisa chique que pega bem,e de quebra, recupero meu moral.

Porém as coisas já não andavam bem pra Dona Cocóri-coxa, que acabou saindo chamuscada pela baforada do réptil incandescente.

Não satisfeita e arrogante como sempre a galinácea quis realizar mais uma façanha; um vôo mais alto, que ultrapassasse as cercas de seu galinheiro. Seria seu grande feito.

– Aproveitemos o momento oportuno. É agora ou nunca, pensou Dona Cocóri-coxa. A Gralha já tá nas últimas, quase morta, não sopra vento nenhum, muito menos o temível Furacão, que estava em sono profundo, após uma lambança de Dom Mánel, o venturoso que deixara escapar a esquadra Bacalhau. E seguiu a penosa em seu intento…

Após se livrar da incrível Carroça Desembestada, verdadeiro Barcelona do Cariri, Dona Cocóri-coxa se encheu de coragem, convocou suas paquitas, seus torcedores Os Duendes Verdes, a imprensa e tudo o que pode para finalmente mostrar seu intento ; VOAR.

Não muito longe dali, a esquadra Bacalhau preparava para mais um ataque tal qua seus ancestrais portugueses, especialistas em devorar galinhas. Dizem que havia um Rei de nome D. João, que tinha por hábito carregar coxinhas nos bolsos de seus casacos, além de compulsão por essa iguaria.

Lá foi a penosa para o Rio, cacarejando como nunca na história deste país, prometendo que daria um vôo que ficaria para a história. Esqueceu de combinar com seu lusitano anfitrião. Mal ela começou a botar as asinhas de fora, apareceu um Bacalhau mal educado que fez até careta, e deu uma cabeçada na pobre penosa que ficou sem rumo. Até agora, ninguém entendeu nada, pois nunca se viu por estas terras a tal cabeça de Bacalhau. Dona Cocóri-coxa jura que existe, além de ser uma arma mortal.

– Quando desaforado Bacalhau me fizer uma visita, vou mostrar do que sou capaz. Dou-lhe, duas bicadas e pronto, saio voando . Espere só e verá, pensou .

Chegado o grande dia, a festa pronta, milhares de Duendes Verdes lotaram o galinheiro, teve festa, luzes, e o já famoso e tradicional ”GAY HELL”. A esquadra Bacalhau chegou até ficar preocupada.

Logo que começou sua exibição o malvado Bacalhau Careta, não perdeu tempo e foi cortando as asinhas de Dona Cocóri-coxa, mas a penosa não se deu por vencida, revidou o golpe equilibrando as ações, desferiu um segundo golpe que deixou o Bacalhau preocupado. Será que desta vez a intrépida galinácea voará?

Não tardou muito e entra em cena um Professor Peru e diz:- Ordem no galinheiro!!!!Ele muito esperto passa pela defesa e põe, de uma vez por todas, Dona Cocóri-coxa em seu devido lugar . Bem que ela tentou reagir usando um Pombo sem asas, mas não foi o suficiente pra alçar vôo, o Peru o mostrou a ela que não basta ter duas asas, não adianta fazer curso com o Asa de Arapiraca, dizer que voa é uma coisa, voar é outra. Quando muito conseguiu dar um pulinho, mas nunca um vôo . Galinha não voa, de jeito nenhum.

Tristes ficaram Duendes Verdes, as Paquitas, o velho Cordeiro e outros bodes velhos.

Hoje Dona Cocóri-coxa trabalha num circo, onde imita golfinho que sobe, faz uma gracinha e depois afunda.

Fim

Esta é uma obra ficção. Quaisquer semelhanças com fatos, pessoas terá sido mera coincidência.



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