Final do campeonato brasileiro. Atlético e São Caetano.
Algo inacreditável, não?
Naquele maravilhoso dia, estava com um casal de tios, fanáticos pelo Rubro-Negro, em Santa Felicidade, almoçando, em torno de 12:30h.
O almoço deveria ser caprichado pois, inacreditavelmente, nosso Furacão estava fazendo história.
‘Meu Deus, é a final. Primeiro jogo! Que adrenalina…’, gritava meu tio, um apaixonado pelo Atlético.
Um Atlético de todos os paranaenses naquele ano. O último grande título nacional foi do Coritiba em 1985. Esse dado era um motivo de tristeza para os rubro negros, pois um título desse tamanho ainda não tínhamos.
Nos deslocamos para a Arena da Baixada. O melhor e mais moderno estádio do Brasil. Aquele monumento ainda me tirava o fôlego. Lembro de falar aos meus amigos, torcedores de times do eixo Rio São Paulo o quanto era maravilhoso colocar os pés naquele lugar.
Ao chegar, algo em torno de 14h, a adrenalina exalava de todos os cantos. Cada olhar, cada suspiro! A agonia e a esperança pairavam sobre a Arena. Lembro-me de olhar um senhor, com uma certa idade, com uma camisa rubro negra antiga, desbotada, andando no seu próprio passo em direção as escadas, com um semblante dizendo a todos: esse título é nosso!
Sentamos no setor Getúlio Superior. Não era um local com a torcida fervorosa e contagiante como junto aos Fanáticos, mas tudo estava radiando naquele local.
Começa o jogo. Minhas unhas doíam pois estavam no vivo. Pernas tremendo. Coração a mil. Suspiros a cada jogada, a cada linha de fundo.
Alex Mineiro era o nome dos últimos jogos. Não deixei de apostar todas as minhas fichas naquele que seria o grande daquele jogo!
Dito e feito.
Maior sorriso do mundo ao deixar o gramado da Arena, com um 4 x 2 fantástico.
Mas tinha o jogo de volta…
Meu Deus, que semana que não passava. Entrava nos sites atleticanos para ver novidades, secava o time do São Caetano para que acontecesse algo ruim…era muita ansiedade.
Fiz promessa, comprei novas camisetas, rezei pra todos os santos, anjos e até mesmo os apóstolos não se salvaram.
Queria que meu pai entendesse a situação e me deixasse ir a São Caetano. Sem chance: Gremista e gaúcho de coração, era firme e autoritário nesses momentos.
Me restou Galvão Bueno e minha TV 14 polegadas do quarto. Vi o jogo sozinho, sem ninguém por perto.
No fim, todos estavam perto! Demais! As ruas de Curitiba foram tomadas de vermelho e preto! Alegria imensa! Algo que quero viver novamente.
Quem sabe um novo dia o céu apresente-se em vermelho e preto e possamos gritar É CAMPEÃO da mesma forma.
Peço apenas isso.