23 dez 2011 - 2h48

A campanha: a trajetória do campeão

A campanha do Atlético no Campeonato Brasileiro 2001 foi irrepreensível. O time foi campeão com os melhores índices em todos os quesitos. Em 31 jogos, foram 19 vitórias, seis empates e apenas seis derrotas. O Furacão marcou 68 gols e sofreu 45, ficando com um saldo positivo de 23 gols. Os principais goleadores foram Kléber e Alex Mineiro, com 17 gols cada um. Souza fez 6, Adauto fez 5 e Ilan fez 4. Os meias Adriano, Kleberson e Rodriguinho marcaram 3 gols cada um. Os zagueiros Nem, Rogério Corrêa e Daniel fizeram 2. E os laterais Alessandro e Fabiano e o zagueiro Gustavo também deram sua contribuição. Confira abaixo um relato jogo a jogo e reviva a emoção do título.

A estreia do Atlético no Campeonato Brasileiro 2001 foi um sinal de que a campanha seria espetacular. O Grêmio havia sido campeão da Copa do Brasil no primeiro semestre e estava invicto há 20 jogos. O time de Tite contava com Danrlei, Anderson Polga, Tinga e Zinho. Mas não foi páreo para o Furacão. Jogando com uma formação que seria praticamente a titular durante todo o campeonato (à exceção da entrada de Cocito no lugar de Pires), o Atlético jogou muito bem e venceu com gols de Kléber, logo nos primeiros minutos, e Kleberson, cobrando uma falta no segundo tempo.

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Na rodada seguinte, o Atlético foi a Belo Horizonte e venceu o Cruzeiro no Estádio Independência por 2 a 1. Nem abriu o placar, mas Edmundo empatou logo em seguida cobrando pênalti. No segundo tempo, Kléber perdeu um pênalti e Pires foi expulso. No último minuto, Alex Mineiro aproveitou um contra-ataque e marcou o seu primeiro gol no Brasileirão 2001.

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Naquele momento, pouquíssimos poderiam imaginar que aquele confronto decidiria o título brasileiro quatro meses mais tarde. Tanto é que menos de duas mil pessoas foram ao Anacleto Campanella para assistir a São Caetano x Atlético. Mário Sérgio mexeu na escalação e o Atlético dependeu do goleiro Flávio para manter a invencibilidade.

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O primeiro jogo espetacular do Atlético em 2001 foi na quarta rodada. A histórica goleada por 4 a 0 sobre o Flamengo de Júlio César, Petkovic e Zagallo empolgou a torcida atleticana. Gustavo, Alex Mineiro, Kléber e Rodriguinho fizeram os gols, mas Kleberson foi o melhor em campo – nesta rodada, ele assumiu a primeira colocação na Bola de Ouro da Placar. O jogo ainda marcou a estreia de Souza na Arena. Com a vitória, o Atlético chegou à liderança isolada da competição.

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O Galo de Marques e Guilherme também caiu diante do Furacão de Kléber e Alex Mineiro. Desta vez, o jogo foi truncado e a vitória saiu graças ao atacante Ilan, que marcou seu primeiro gol com a camisa rubro-negra. Ele aproveitou uma boa jogada de Souza e Ilan e tocou na saída de Velloso, garantindo o Atlético na primeira colocação.

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A primeira das seis derrotas da equipe veio diante do São Paulo, no Morumbi. Nos primeiros minutos, Lino abriu o placar e, aos 20, Kaká ampliou. Foi o primeiro jogo ruim, com a equipe perdida em campo. No finalzinho, o artilheiro Kléber fez o gol de honra.

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O segundo jogo consecutivo fora de casa tirou a chance de uma recuperação com apoio da torcida. Jogando em São Januário, o Atlético perdeu para o Vasco por 4 a 0 e fez uma de suas piores partidas na competição. Irreconhecível e com vários desfalques, o time sucumbiu na etapa final. Terminou o jogo com dois jogadores a menos (Nem e Rodrigão foram expulsos e Ilan saiu machucado depois de Mário Sérgio ter feito três substituições). Um desastre.

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Pressionado, o Atlético entrou em campo precisando vencer o Santos para afastar a má fase das duas rodadas fora de casa. Mas a equipe sentiu o desfalque de cinco titulares e a chuva e não conseguiu jogar bem. O gol saiu aos 37, com o zagueiro Daniel, ex-júnior. Porém, a vitória escapou aos 47 minutos, quando Viola aproveitou uma falha do goleiro reserva Emerson.

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Mário Sérgio chegou a entregar o cargo depois do empate com o Peixe, mas voltou atrás e apostou numa recuperação contra o Palmeiras. Não veio. O Atlético perdeu por 2 a 0. Nem e Pires foram expulsos, o Atlético jogou mal e escapou de levar outra goleada.

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A crise se aproximava da Baixada. Sem zagueiros, Mário Sérgio foi obrigado a mudar o esquema para o 4-4-2 e escalou a dupla do júnior Daniel e Altair. Mas a equipe se mostrou apática e não teve ânimo para vencer o Fluminense. Com a derrota, Mário Sérgio foi demitido.

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Depois de cinco rodadas espetaculares, o Atlético enfrentou cinco rodadas terríveis. Geninho foi contratado durante a semana e pouco mexeu na estrutura do time. Estreou com o pé direito: vitória por 3 a 1 sobre a Lusa, com direito a dois gols de Kléber. No último minuto, Alex Mineiro fechou o placar após cobrança de escanteio.

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Recuperado, o Atlético foi para Porto Alegre confiante em conseguir um bom resultado contra o Inter de Parreira. O Rubro-Negro chegou a estar duas vezes em vantagem (1 a 0 e 2 a 1), mas o Inter conseguiu virar e no final teve de se contentar com o empate por 4 a 4. Flávio não foi bem e falhou em gols do colorado, mas o amuleto Adauto evitou a derrota no finalzinho do jogo.

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Contra o Corinthians, havia um tabu a ser quebrado: o de nunca ter vencido o time paulista em Curitiba em jogos do Brasileirão e Copa do Brasil. Missão dada, missão cumprida. De quebra, o Furacão ainda superou o árbitro Wilson Souza de Mendonça, que expulsou o técnico Geninho e irritou a equipe. Kléber fez dois de pênalti e o Atlético venceu por 3 a 2.

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Em pleno Maracanã, o Atlético venceu o Botafogo por 3 a 1, de virada, e voltou a embalar. Destaque para o meia Souza, que marcou um golaço em cobrança de falta.

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A má fase ficou mesmo para trás. No segundo jogo consecutivo fora de casa, o Atlético foi a Recife e se impôs sobre o Santa Cruz de Muricy Ramalho e Grafite. O destaque do jogo foi Alex Mineiro, que marcou dois gols e superou a ausência de Kléber. Com a goleada, o Furacão subiu para o quarto lugar.

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O Atlético estava voando e a confiança para o clássico contra o Paraná era grande. Mas ainda havia alguém que podia parar aquele time: Heber Roberto Lopes. Ele expulsou Alessandro, depois o auxiliar anulou um gol legítimo de Gustavo. Alex Mineiro foi novamente o melhor em campo.

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Mais um jogo fora, e mais uma goleada impressionante: 5 a 1 sobre a Ponte Preta em Campinas. Desta vez, a Macaca saiu na frente com um gol de pênalti de Washington logo nos primeiros minutos. Souza, em noite inspirada, fez dois e liderou a equipe. No final, Fabiano ainda mandou uma bola na trave e quase fez o sexto.

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Um jogo que parecia fácil acabou se tornando complicado. O Atlético teve de mostrar muita força para vencer o América por 3 a 2 na Arena. Geninho arriscou, colocando Adriano e Rodriguinho, e o time chegou à virada, com gols de Rodriguinho e Adauto.

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O Atletiba foi cercado de expectativas, mas o Atlético voltou a sofrer com a arbitragem. Desta vez, Rogério Corrêa foi expulso aos 21 minutos de jogo e o árbitro deixou de dar dois pênaltis para o Furacão. Flávio defendeu um pênalti cobrado por Enilton e assegurou o empate sem gols.

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Desfalcado do ataque titular, o Atlético foi a Ribeirão Preto e venceu por 2 a 0, gols justamente da dupla reserva, Ilan e Adauto. Com a vitória, a equipe chegou a 50 dias sem perder e ao terceiro lugar, além de atingir o maior número de gols marcado entre todos os 28 participantes da Série A.

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Com a vitória sobre o Goiás por 2 a 1, na Arena, o Furacão voltou à liderança do Brasileiro, com o mesmo número de pontos que o São Caetano. Kléber, de pênalti, abriu o placar no logo no começo da partida. Depois, o jogo caiu de produção e os gols só saíram no finalzinho.

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O jogo contra o Bahia foi um dos mais memoráveis daquela campanha. O jogo terminou 6 a 3 para o Furacão, na primeira vez em que o time marcou seis gols na Arena. O primeiro tempo foi 2 a 1 para o Atlético, com gols de Kléber e Alex Mineiro. O Bahia empatou aos 16 do segundo. A torcida cobrou “raça” e Kléber fez o terceiro, sem ângulo, aos 23. Aos 33, Preto empatou o jogo: 3 a 3. Aos 38, Geninho trocou o volante Cocito pelo atacante Adauto. No minuto seguinte, Adauto fez o quarto. Aos 41, Kléber fez o quinto, numa linda jogada de Alex. E aos 44, o próprio Alex marcou mais um. Na comemoração, o atacante tirou a camisa, colocou-a no solo sagrado da Baixada e beijou o manto rubro-negro, levando a torcida ao delírio e comemorando a classificação antecipada para o mata-mata.

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Com a classificação assegurada, o Atlético relaxou. Foi para Caxias do Sul e acabou perdendo a invencibilidade de 12 jogos. Além da derrota por 2 a 0 para o Juventude, o Rubro-Negro ainda perdeu o volante Kleberson, expulso por reclamação.

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A recuperação veio em casa, contra o Sport. Mesmo não jogando bem, o Atlético fez o suficiente para vencer e rebaixar o adversário. Kléber fez os dois gols que garantiram a virada e o retorno provisório à liderança do campeonato.

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A rodada seguinte tinha tudo para terminar em mais uma vitória atleticana, mas o quase rebaixado Gama teve raça e conseguiu vencer de goleada: 4 a 1. O Rubro-Negro até saiu na frente, com um gol de Daniel, mas não teve a mesma disposição dos últimos jogos.

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O jogo contra o Guarani, em casa, acabou sendo dramático. Kléber e Alex Mineiro foram expulsos e, graças a isso, quase deixaram o Atlético sem ataque titular no primeiro jogo da final (somente Kléber foi punido, e Ilan jogou em seu lugar). O Guarani fez 2 a 1 aos 39 do segundo tempo e a derrota parecia inevitável. Mas aos 47, Geraldo cobrou falta da ponta direita e Rogério Corrêa subiu para cabecear de dentro da pequena área e empatar a partida. O resultado derrubou a equipe para o terceiro lugar.

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Para o jogo contra o Vitória, o último da primeira fase e que não valia muita coisa, Geninho poupou vários titulares. Mesmo com um time misto, o Atlético teve controle total da partida. Com esse resultado (e a derrota do Galo), o Furacão terminou a primeira fase do Campeonato Brasileiro como a segunda melhor equipe, atrás apenas do São Caetano. Agora, era hora de decisão!

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O São Paulo, sétimo colocado na fase inicial, foi o adversário das quartas-de-final. E o jogo foi um dos melhores do campeonato. Foi sofrido, no sufoco, mas o Atlético garantiu a classificação à semifinal. Aos 28, Alex tocou e Kléber chutou para abrir o marcador. No segundo tempo, o São Paulo pressionou e chegou ao empate num pênalti cobrado por Adriano, aos 22 minutos. A partida caiu muito de ritmo, com poucas chances dos dois lados. Mas novamente, o Atlético levou mais perigo. Aos 38, Gustavo recebeu de Adriano e chutou cruzado. Rogério Ceni rebateu nos pés de Alex Mineiro que ficou livre para marcar o segundo gol do Atlético e garantir a classificação para a semifinal.

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Se o jogo contra o São Paulo foi bom, a partida contra o Fluminense conseguiu ser ainda melhor. Com a Baixada completamente lotada, a torcida acabou se constituindo em uma atração à parte. Sem parar de cantar um minuto sequer, os atleticanos apoiaram o time. Mas foi o Fluminense quem abriu o placar, aos 44 do primeiro tempo, com Magno Alves. Mostrando muita disposição, o Furacão apertou a garganta do Fluminense. Logo aos quatro minutos, saiu o gol de empate. Depois de escanteio, Nem ajeitou a bola no peito, Gustavo chutou para o gol, Rogério Corrêa desviou para o lado e Alex Mineiro, dentro da pequena área, chutou para as redes. A virada veio aos 23: Adriano tocou para Alex Mineiro na ofensiva esquerda. Alex recebeu e cortou André Luís, que escorregou e perdeu o pique da jogada. O atacante invadiu a área e tocou por baixo de Murilo, que saiu desesperado tentando defender sua meta. Mas o Flu não estava morto e conseguiu o empate novamente com Magno Alves, aos 29. O gol da final saiu aos 44: Alex Mineiro pegou a bola na ponta direita, carregou para o centro do campo, ajeitou e chutou de fora da área, no cantinho esquerdo do arqueiro. A Baixada explodiu em alegria e os torcedores continuaram comemorando mesmo depois do jogo. O Atlético estava na final do Campeonato Brasileiro.

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Havia chegado o grande dia: a primeira final de Campeonato Brasileiro da história do Clube Atlético Paranaense. De um lado, o São Caetano, melhor time da primeira fase. Do outro, o Atlético, dono da segunda melhor campanha. A Baixada estava lotada e a torcida fez uma linda festa. O jogo foi inesquecível. Com uma pressão incrível da torcida, o Azulão não aguentou nem cinco minutos. Aos quatro, Adriano fez boa jogada e tocou para Ilan. O atacante, no centro da área, dominou e bateu na saída do goleiro Silvio Luiz para fazer 1 a 0. A Baixada veio abaixo. A torcida cantou como nunca visto antes. Mas o adversário se acalmou, passou a tocar a bola e chegou ao empate aos 31, com Mancini. Aos oito do segundo, Mancini cobrou nova falta, e Marcos Paulo aproveitou o rebote para fazer 2 a 1. Os últimos 40 minutos foram emocionantes. Aos 10, Alex Mineiro empatou. Souza voltou ao time depois de mais de um mês afastado e foi decisivo. Aos 35, Alex Mineiro e Souza fizeram uma jogada maravilhosa. O meia tocou de calcanhar para o artilheiro, que driblou dois defensores e bateu na saída de Silvio Luiz, marcando um golaço. Mas ninguém estava satisfeito. A torcida pediu mais um e foi atendida. Aos 45, Adriano recebeu bola na esquerda, invadiu a área e, depois de driblar o zagueiro Daniel, foi derrubado. Pênalti marcado. Alex Mineiro foi para a cobrança e marcou seu terceiro gol no jogo. Um final maravilhoso para um jogo inesquecível.

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Depois de vários meses e muitos jogos, finalmente havia chegado o grande dia: 23 de dezembro de 2001. Muitos atleticanos foram ao Anacleto Campanella para acompanhar de perto o momento histórico. O Brasil parou para ver a grande decisão. O Furacão podia perder por até um gol de diferença para ficar com o título. Mas os jogadores queriam mais e dominaram a partida. Aos 21 minutos do segundo tempo, Fabiano chutou cruzado e o herói Alex Mineiro pegou o rebote para fazer seu oitavo gol no mata-mata e fechar com chave de ouro a conquista. Curitiba ficou mais vermelha e preta do que nunca. Na final do campeonato mais disputado dos últimos tempos, o Rubro-Negro encheu os olhos dos seus torcedores, dos admiradores do bom futebol e até dos rivais, com uma filosofia bem simples: atacar sempre. Deu certo!

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