Cristovão Tezza: “Era um time de dar saudade”
Nascido no ano de 1952, em Lages (SC), Cristovão Tezza mudou-se para Curitiba ainda criança e desde cedo adotou o Atlético como time do coração. Ex-professor universitário, Tezza é escritor renomado, tendo publicado dez romances, um livro de contos e três obras acadêmicas. O escritor foi aclamado com os prêmios Jabuti, Portugal Telecom, Bravo! e São Paulo de Literatura por seu romance O filho eterno, publicado em 2008, que retrata a relação de um escritor e seu filho portador de síndrome de Down. Pai e filho são torcedores do Atlético Paranaense e o time tem papel fundamental na relação familiar.
Em entrevista exclusiva à Furacao.com, Cristovão Tezza fala sobre o título brasileiro conquistado há dez anos e também faz uma reflexão sobre 2011.
O que representou o título brasileiro de 2001 na sua vida?
Uma festa sensacional. Era o momento certo de o Atlético ganhar um campeonato brasileiro para marcar um novo patamar de sua história.
Qual a melhor lembrança que você tem daquele Campeonato Brasileiro?
Depois da vitória final contra o São Caetano, sair pela rua com meu filho Felipe, com a bandeira do Atlético. Para ele foi um momento inesquecível, marcante, do qual se lembra até hoje.
Qual foi o momento mais difícil na campanha?
Para mim, foi a vitória contra o Fluminense por 3 a 2. Quando ganhamos aquele jogo, com o gol de desempate no final, eu não tive mais nenhuma dúvida de que seríamos campeões.
Na sua opinião, quem era o melhor jogador do time?
Tinha muito jogador bom. O nome mais óbvio é o do Alex Mineiro, no auge de seu talento. Mas eu gostava muito do Kleberson, que tinha uma regularidade impressionante e foi peça fundamental para o time.
Qual foi o fator essencial para a conquista do título?
Um técnico, Geninho, que entrou em sintonia total com os jogadores, que sabia desenhar o jogo justamente para o time que tinha à mão; e, é claro, jogadores de primeira linha. Era um time excelente, de dar saudade.
O que você pensa do Atlético hoje?
O Atlético vem patinando faz tempo, o que talvez seja um problema do próprio futebol do Paraná, que custa a se afirmar nacionalmente. Não é só uma questão de 2011. Faz já alguns anos que estamos sempre lutando para sair do buraco e, às vezes, contamos com recuperações impressionantes, como a do ano passado. Mas este ano foi realmente triste. Faltou muito pouco para o Atlético se livrar do buraco, mas o time parece que desabou de vez na reta final. Bem, nada é definitivo no futebol, e essa é a graça do jogo. Temos de nos organizar para superar tranquilamente o campeonato da série B e voltar com toda a força em 2013.