23 dez 2011 - 4h07

Geninho: “Foi um ano mágico”

Time na 13ª posição do Campeonato Brasileiro, a 11 do líder e a dois da zona de classificação para a segunda fase. Problemas internos, lista de dispensas e desconfiança da torcida… Foi esse cenário que o técnico Geninho encontrou quando chegou ao Atlético no dia 9 de setembro de 2001. Apesar das dificuldades, o time, que não vencia há cinco jogos, obteve uma sequência de 12 partidas sem perder. O Furacão com Geninho subiu 11 posições e terminou a fase inicial em segundo, atrás apenas do São Caetano.

Técnico tranquilo e de estilo paizão, Geninho deu confiança ao grupo rubro-negro, que cresceu na fase decisiva e teve forças para superar adversários fortes em duelos emocionantes. Primeiro, na quarta de final, vitória sobre o São Paulo por 2 a 1. Depois, na semifinal, 3 a 2 contra o Fluminense. Na decisão, o Furacão de Geninho atropelou o São Caetano e conquistou o título de Campeão Brasileiro. Antes da final, sua preleção entregando as faixas de campeão é lembrada com emoção por todos que participaram daquela bela campanha. “Disse a eles que, para mim, eles já eram campeões. Não deixem ninguém tirar essa faixa do peito de vocês”.

Em entrevista exclusiva à Furacao.com, ele relembra a campanha de 2001, comenta sobre as dispensas, bastidores, dificuldades, explica o esquema tático e fala sobre as outras duas passagens pelo Atlético, entre 2008 e 2009 e em 2011.

Quando você chegou, em 2001, tinha uma lista de dispensa. Seis jogadores seriam dispensados logo após a sua chegada, mas você disse que ninguém sairia. Como foi isso?
Eu cheguei e realmente havia essa lista. Assim que cheguei a Curitiba, fui jantar com a diretoria, Marcus Coelho, Ademir Adur, Valmor Zimermann e Petraglia, e durante a conversa disseram que no dia seguinte iria sair uma reportagem forte com o título “Ou o Atlético acaba com a noite, ou a noite acaba com o Atlético”, que foi a frase dita pelo Mário Sérgio. Disseram também que alguns jogadores estavam em uma lista de dispensa e nessa lista tinha o Nem, o Alex Mineiro, o Douglas Silva e uma turma. Aí disse não, esses jogadores deveriam ter sido dispensados da minha chegada, senão, vão falar que eu que dispensei. Aí pedi pra diretoria um tempo para avaliá-los e decidi que eles não seriam dispensados.

Dos que estavam na lista, quem permaneceu e foi titular?
Quase todos, acho que só o Douglas foi afastado, não me recordo muito. Os demais, Alex e Nem, ficaram e continuaram como titulares. Só o Souza no final que ficou alternando com o Gabiru. E o Nem e o Alex foram muito importantes.

  

O que mudou no Geninho nesses dez anos?
Ah, depois do título tudo mudou. Eu havia sido campeão com o Paraná em 2000, da Copa João Havelange, e depois no ano seguinte, fui campão da série A com o Atlético Paranaense. E isso me fez um bem muito grande porque passei a ser considerado um treinador de ponta. Antes disso tinha treinado algumas equipes como o Santos e o Vitória de Guimarães, de Portugal. Mas depois disso saí do Paraná e voltei ao Santos, e saí de lá para vir ao Atlético. Aí treinei Corinthians, Vasco, Botafogo, duas vezes o Galo e estive fora do país. Em 2005 quando vim para o Goiás já estava numa condição melhor e passei a ser considerado um treinador “top”, como dizem, de primeira linha. Então o título e fez muito bem.

Na sua avaliação, qual a participação do Mário Sergio no título?
O Mário montou aquele time e levou alguns jogadores. Eu não levei praticamente ninguém. Então ele fez toda a montagem e o time acabou não andando na mão dele, mas isso acontece. O time não anda na mão de um e acaba andando na mão de outro. E naquela época o Atlético era um time muito cobrando. Logo quando cheguei queriam mandar metade do time embora, mas o Mário teve uma participação importante na montagem daquele grupo.

Dos jogadores que participaram do título, quase todos não conseguiram um desempenho melhor nos anos seguintes, em outros clubes. 2001 foi um ano mágico, que tudo certo para aqueles jogadores ou o título acomodou eles?
Foi um ano mágico. Dificilmente vão fazer um time como aquele de novo, onde tudo se encaixava bem. Eles eram cobrados, davam trabalho fora de campo, mas davam resposta dentro também. Era um time difícil para você comandar e segurar. Todo dia tinha problema, mas eles respondiam muito bem dentro de campo e isso compensava. Acho que depois do título alguns aproveitaram bem, como o Kleberson, que foi para a Seleção Brasileira. O Nem, se não tivesse se machucado, seria convocado também porque o Felipão precisava de um líbero bom e eu tinha indicado. Tanto que a Seleção foi sem um líbero oficial, e o Nem acabou perdendo essa oportunidade. O Kléber e o Alex Mineiro também foram bem, foram pro México e ganharam dinheiro. O Fabiano para a Turquia, o Alessandro pro Botafogo, o Ilan para a França, o Adauto para a Tchecoslováquia, enfim, alguns acho que souberam aproveitar bem. O próprio Rogério Corrêa foi pro Goiás e ficou em terceiro lugar no Brasileiro, foram para a Libertadores e foi um fato muito comentado, um time fora do eixo brigando e ainda assim ficaram a três pontos do título.

Nessa sua última passagem pelo Atlético você reclamou do comportamento da torcida nos jogos na Arena. Em 2001, o Atlético era praticamente imbatível jogando em casa. Qual foi o papel do Caldeirão naquele título?
Ah, foi fundamental. A torcida jogava junto com o time. E não era apenas a Fanáticos, que é uma referência no estádio, era todo mundo. Lembro do jogo contra o Bahia, que estava 3 a 1, faltava 15 minutos para acabar, e terminou 6 a 3, a torcida sempre acreditando. E eu vi esse mesmo comportamento em 2008, porém, numa situação crítica, o time cai não cai, a gente sempre jogando pela vitória, e escampamos contra o Flamengo. Aí em 2011 eu não via mais isso. Eu via a Fanáticos e a Ultras torcendo, mas via aquele pessoal que fica ali atrás do banco já dividido. Metade torcendo e a outra criticando. Então já não era o Caldeirão. A torcida estava dividida, metade apoiando, metade criticando. Em 2011 já não aquele Caldeirão que foi em 2001 e 2008.

O 3-5-2 que seguiu contigo por toda a carreira dava muito certo em 2001 porque tínhamos um líbero de verdade (Nem) e alas que atacavam. Não acha que não tendo os jogadores com essas características houve desperdício de tempo nas outras vezes que tentou o 3-5-2?
Eu sempre tentei o 3-5-2 com jogadores que tinham as características. Senão tinha, não fazia. Na última passagem não joguei porque só tinha dois zagueiros. Jogava no 4-4-2, só que dando liberdade aos laterais. Tinha o Alberto, o Netinho, adaptei um ou outro e só jogava com dois zagueiro, jogava com dois volantes e um preso. Era diferente. Sempre joguei no 3-5-2 se tivesse um líbero, mas em 2008 não tinha, por isso não usei. Pra jogar no 3-5-2 tem que ter dois laterais que atacam constantemente, um meia que chega e três atacantes, então em 2001 tinha isso tudo encaixado. Eram dois laterais de apoio, dois zagueiros que marcavam bem, dois volantes que jogavam, o Cocito, o Kleberson, o Souza e Gabiru chegando, mais o Kléber como referência e Alex que flutuava. Era a mistura completa. Em 2008 tinha o Rafael Moura, Antônio Carlos, mas já não tinha o mesmo meio. Tinha o Netinho que metia uma bola parada muito boa e o Chico que cabeceava bem. Em 2008 muitos jogos foram resolvidos de bola área, mas não era tão arrumado quanto 2001. Mesmo porque em 2008 quando cheguei o time estava em frangalhos, os jogadores brigando, um não falando com o outro. O Ferreira não falava com o Rafael Moura, por exemplo. Mas o time tinha bons jogadores como o Valencia que fazia a função do Cocito, o Moura a do Kléber, enfim, alguns jogadores me ajudaram demais ali. Em 2001 era um time unido mas cobrado por fora, pela imprensa e pela torcida. Em 2008, era cobrado pela torcida, estraçalhado internamente, com um relacionamento horroroso. Era difícil achar três ali que se davam bem, então foi uma campanha complicada, foi mais fácil recuperar, contornar e mentalizar em cima de 2001 do que em 2008. E 2001 eu tinha mais jogos do que em 2008, onde jogávamos sem poder perder. Era ganhar ou ganhar. Os caras mal se cumprimentavam, mas que no final estava fechado. Mas nas quatro, cinco primeiras partidas, foi um desespero mesmo.

Muito se falou sobre a dupla de ataque Alex Mineiro e Kleber, mas um dos grandes diferenciais daquele time era a combatividade do meio de campo, exemplificado, principalmente, pelo volante Cocito. Como você analisa a participação do Cocito na campanha de 2001?
Foi muito importante. Todo mundo estava focalizado, o meio o ataque…. do meio pra frente então nem se fala. Se você ver foi o time de melhor ataque e melhor defesa, tomava pouco gol. A marcação era muito boa, o Cocito era praticamente o único volante. Muita gente confunde, o 3-5-2 não é retrancado quando você usa três zagueiros e dois volantes. Eu usava três zagueiros e um volante. O Cocito era uma espécie de pára-choque, cobria todo mundo e foi muito marcado pelo fato da imprensa pegar no pé dela pela marcação no Kaká, mas era um jogador que não fazia falta violenta. Ele tinha uma marcação forte, mas sabia jogar, pouca gente via essa qualidade nele.

Após o título do Atlético em 2001, o esquema 3-5-2 virou uma verdadeira febre no Brasil, mas poucos treinadores conseguiram encaixar tão perfeitamente esse posicionamento. A que se deve o sucesso do esquema de jogo atleticano no Brasileiro de 2001?
As peças certas nos lugares certos e a movimentação. Não é fácil jogar no 3-5-2 sem jogadores com as características certas. Muitos treinadores tentam, mas não têm as peças certas ou não respondem aí não adianta. Por isso que falo que vai ser difícil fazer outro time igual aquele porque tinham as peças certas pra aquele esquema. Se eu quisesse o time no 4-4-2 ia ficar no meio do caminho, porque não tinha essas características de laterais que iam embora, não tinha um segundo volante de marcação, aí eu estaria perdido. O Nem tinha dificuldades em jogar com dois zagueiros, então eu teria dificuldades com outro esquema. Qual foi a sorte? Eu usei o esquema certo para aqueles jogadores. Naquele ano aconteceu do Tite ser campeão da Copa do Brasil com o Grêmio no 3-5-2 e eu fui Campeão Brasileiro. O Felipão usou o 3-5-2 e foi Campeão Mundial.

Quando você assumiu o time em 2001, o elenco estava desacreditado e, até mesmo, os destaques do time não rendiam o esperado. Qual foi a sua primeira ação para reerguer o ânimo do grupo?Qual é a sua melhor recordação do título de 2001?
O começo é aquilo, tem que chegar no grupo e ter muita conversa, procurar fazer o grupo entender o que está fazendo de errado, qual objetivo e o que precisa mudar. E claro, jogar desafio ao grupo. Naquela época mostrei um jornal e falei: “Vocês são isso ou vamos provar que eles estão errados”? Aí você começa a mexer com o time. O grupo pode responder ou não. Um grupo vencedor responde, um perdedor não. Tem cara que recebe uma crítica e convive com aquilo. Mas tem aquele que reage e faz o cara acender. E em 2001 foi assim. Usei frases dos jornais e falava pra eles: “Vocês são isso aqui? Eles estão certos”? Tanto que fui guardando todas as críticas no primeiro mês, todos os jornais. E naquela final fiz mural com todas as críticas e outro só com os elogios. Ou seja, nós tínhamos ali os dois lados. Eu mostrava, olha como começou e como está agora. Eu fui guardando mesmo, recortando, comprava os jornais ou pedia à assessoria de imprensa e fiz um mural muito grande mesmo. No começo eram muitas críticas, mas depois do jogo contra o São Paulo o pior tinha virado o melhor. Na véspera do jogo do título eu coloquei os elogios e mostrei: “Olha o que vocês conseguiram mudar. Quando começamos olha como era e como estava. Estou mostrando que vocês chegaram até aqui e podemos ser campeões”. Contra o São Paulo coloquei só os elogios. Aí eu falei: “Agora vocês vão escrever que seremos campeões”.

Você chegou ao clube depois que o Mário Sérgio saiu reclamando que os jogadores estavam abusando da “noite”. Como estava o clima do elenco com essas declarações e a série de resultados negativos?
Nossa, todo mundo pra baixo esperando pra ser mandado embora, como era pra acontecer mesmo. Mas foi uma coisa que foi sendo feito jogo a jogo. Muitos deles não tinham ainda trabalho comigo, então até me conhecer e ficar mais fácil. E no dia a dia você tem que ir puxando. Quando cheguei o time estava em 14º ou 15º, aí ficamos 16 partidas sem perder,

No final da primeira fase, com o Atlético já classificado, o time sofreu uma goleada do Gama, que já estava rebaixado. Você temeu em algum momento que aquele resultado pudesse abalar a confiança do grupo?
Não. Aqui foi até bom ter acontecido porque me deu a chance de fazer uma cobrança. Serviu muito pra eu cobrar. Falei que se não tivesse seriedade, iríamos perder. Disse: “Se vocês voltarem a ser aquele time de lá atrás, vai acontecer”. A derrota foi um fato benéfico, mas que não alterou a nossa classificação. Houve um relaxamento, mas usei de maneira positiva.

Qual o papel da psicóloga Suzy Fleury naquele título?
Foi muito importante. Foi um trabalho de complementação daquilo que a gente fazia sem ter muito a experiência da coisa porque todo treinador tem um lado psicológico, mas não tem a amplitude de um profissional. Houve uma sintonia muito grande. O importante foi que a diretoria deu a possibilidade dela fazer um trabalho contínuo, não apenas uma palestra motivacional, aí vai embora e volta meses depois. Tudo foi feito de maneira seguida e trouxe um benefício muito grande. Tem um vídeo que ela fez, aquilo é uma loucura, foi sensacional. Foi uma jogada muito grande dela. Quando chegamos na fase classificatória ela disse que iria fazer um vídeo, mas jogo a jogo. Aí contra o São Paulo foi uma etapa, contra o Fluminense outra, e ela disse que só completaria com o título. E assim tem a sequência toda até o título. Em cada jogo eu passava tudo da minha palestra a ela na véspera, aí no dia ela passava o vídeo com o que tinha sido feito no jogo anterior. E ela dizia: “Chegamos até aqui, vamos colocar mais um pedaço”.

Qual era o grande segredo daquele grupo?
A união que o grupo começou a ter. Todos acreditavam que o time podia chegar, cada um foi acreditando no potencial que tinha. Por isso que o grupo chegava nos últimos jogos e já sentiam, já sabiam que iam ganhar. Eles tinham essa certeza antes mesmo de começar o jogo. Eles diziam: “Vamos lá, vamos matar esse jogo”. Então havia uma união e uma cobrança muito grande entes eles, além da crença naquilo que a gente traçou.

Quem era o grande destaque individual daquele time?
Ah, difícil. Cada um estava dentro da sua função. Um destaque fundamental foi o Nem, que atuava como capitão, cobrava muito deles e puxava junto, mesmo não sendo o melhor exemplo do time.

Daqueles quatro jogos decisivos (São Paulo, Fluminense e São Caetano), qual foi o mais difícil? Em qual você sofreu mais?
Contra o São Paulo. Fluminense também foi difícil. Mas sempre achei que o jogo chave, que seria o mais decisivo, seria contra o São Paulo, pelo momento e o time que eles tinham.

Naquela reta final, a mídia passou a tratar o Atlético como um time violento, principalmente depois do jogo contra o São Paulo. Como foi lidar com esse estigma?
Foi tranquilo porque falamos que nada teria que mudar. Isso foi coisa da imprensa paulista, principalmente porque o São Paulo era o grande representante e ficou de fora. Era o time endeusado e quando arrancada nos campeonatos inevitavelmente era campeão. Então naquele momento ficou de fora e tiveram que usaram algum argumento. Ninguém esperava que fôssemos ganhar deles. Mas todos esqueceram que o Atlético e o São Caetano estavam entre os oito. E os outros seis? Eram times grandes também. Tinha o Grêmio, o Galo, o Vasco, que foram eliminados também pra poder chegar o São Caetano. Mas a imprensa paulista nem se preocupava com o São Caetano, tudo era São Paulo. Mas quando o São Paulo perdeu para o Atlético tinha que ter uma desculpa. Eles jamais admitiriam pela técnica ou a derrota. Mas nada afetou o time.

Como foi a semana de trabalho depois do primeiro jogo e antes do segundo jogo da final? Foi feita alguma preparação diferente? Qual era o clima do grupo?
A gente fechou um pacto quando chegamos entre os oito. Ficamos um mês presos no CT. A gente permitia que a família fosse visitar nos intervalos e alguns dias específicos, as esposas podiam almoçar numa ala reservada, podiam levar os filhos, mas não era todo dia. Mas ficamos lá um mês inteiro, era trabalho de repouso, alimentação certa, conscientização direta, palestras sobre formações, adversários e muito papo. Foi assim desde antes do jogo contra o São Paulo até a final contra o São Caetano.

É verdade que antes do segundo jogo da final, você entregou uma faixa de campeão a cada jogador no vestiário e disse que eles já eram campeões, bastava confirmar isso no jogo? Como foi essa preleção antes do jogo decisivo?
Foi na última partida e apenas três pessoas sabiam. O Maculan, eu e a Suzy. Mandei fazer as faixas e pedi para que eles não contassem a ninguém. Então a surpresa foi até mesmo para a comissão técnica, os preparadores e os médicos não sabiam. Aí fiz a palestra, falei do jogo, posicionamento e outras coisas, e falei: “Agora tenho algo para vocês”. Abri a caixa e fui dando a faixa um a um. E disse, que independente do que fosse acontecer, que eles já eram campeões, bastava apenas confirmar aquilo. E perguntei se eles iam deixar aquela faixa no peito ou iam deixar que tirassem. Dizem que foi uma jogava psicológica bastante inteligente, a ideia era motivar mesmo.

Do que você se orgulha como tendo sido a sua maior contribuição para a conquista do título?
Fazer parte do grupo vencedor. E foi onde começou uma relação muito grande de amor entre mim e o Atlético. Tenho um carinho muito grande. Depois daquele ano, fui jogar na Arena umas quatro ou cinco vezes com outras equipes e toda vez fui aplaudido. Então foi em 2001 que começou uma relação de muito amor e cainho do Geninho com a torcida e com o clube, e isso perdura até hoje. Essa saída em 2011 me magoou mesmo, fiquei realmente magoado com algumas pessoas que comandavam o Atlético, mas não com a torcida, nem com o clube. E continuo chateado com a queda pra segunda divisão, torci muito pra que aquilo não acontecesse. Mas espero que o Atlético tenha força pra voltar e acho que tem. Mas me orgulho muito de ter participado daquele título.

Por que aquele mesmo time fracassou na Libertadores 2002?
Uma série de problemas. No início da temporada tinha toda uma programação e o time não iria começar a jogar em um mês e meio devido à preparação. Quando começou a Sul Minas, perdemos pro Cruzeiro por 3 a 0, aquela pressão da imprensa, diretoria, para que o time começasse a jogar e jogamos de maneira precipitada. Entramos sem ter a base ideal, tanto que chegou na fase final o time estava voando. Empatamos com o Cruzeiro no Mineirão, aí fomos jogar contra o Bolívar na altitude, chegamos a estar ganhando por 4 a 1 e deixamos empatar. Aí jogamos pelo empate com o América, na final chegou bem, mas no começo estava mal porque não foi seguido a programação, foi tudo atropelado. A imprensa fez um carnaval com aquele 43 a 0, que um time campeão brasileiro não podia ter perdido, que a prioridade era a Libertadores. Então houve muita pressão e cobrança. Outro fato que atrapalhou era que havia sido combinado um valor e não foi pago. Pagaram apenas a metade pela conquista e aquilo gerou um mal estar muito grande. Disseram que não iam pagar, que não era o valor, que aquilo havia sido acertado por uma diretoria e assumiu outra, que era um valor absurdo. Isso causou um clima ruim nos jogadores porque tudo foi acertado antes dos jogos finais, naquela empolgação toda. Aí depois a conversa mudou. Ou seja, na hora que precisou estava certo, aí ganhou e o não foi cumprido.



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