23 dez 2011 - 2h55

O time: por onde andam os campeões?

Em 23 de dezembro de 2001, o Clube Atlético Paranaense conquistou o principal título de sua história. Em um dia como hoje, há dez anos, o Rubro-Negro jogou a final do Campeonato Brasileiro contra a Associação Desportiva São Caetano. Eram cerca de cinco e meia da tarde quando, em um rápido contra-ataque, Fabiano chutou cruzado e o iluminado Alex Mineiro surgiu para fazer o gol e levar à loucura os milhares de fanáticos atleticanos que tomaram conta do Anacleto Campanella, em São Caetano do Sul.

Meia hora depois, o Brasil era rubro-negro. O guerreiro Gustavo escalou os alambrados para comemorar com a torcida. O capitão Nem ergueu a taça de campeão, almejada durante tantos anos. O visionário Petraglia agitou uma bandeira atleticana, feliz tal qual os mais de um milhão de atleticanos. Geninho apontava a estrela dourada em uma bandeira, mostrando que aquele campeonato tinha dono e campeão.

Muitos jogadores vestiram gorros de Papai Noel para celebrar a conquista em tempo natalino. Aliás, o Natal de cinco anos foi especial para a nação atleticana. A felicidade derivada do espírito religioso e de confraternização com familiares e amigos foi elevada a um ponto jamais atingido.

Parece que foi ontem, mas já faz dez anos. As lembranças estão tão vivas na nossa memória que talvez não tenhamos nos dado conta de como o tempo passou. De lá para cá, muitas vitórias, derrotas, títulos e fracassos. Muita coisa mudou.

E por onde andariam os principais nomes daquela conquista? Descubra abaixo no levantamento realizado pela Furacao.com:

FLÁVIO
O alagoano Flávio chegou ao Atlético em 1995, ano em que participou da conquista da Série B e marcou a volta do Furacão à elite do futebol brasileiro. Vindo do CSA, Flávio somente garantiu a titularidade após a saída de Ricardo Pinto. Um jogo marcante para Flávio no Atlético foi em 1999, na primeira derrota rubro-negra na Baixada, para o Internacional. A torcida o elegeu como culpado por aquela derrota e saiu de campo sob o coro de “frangueiro”. Porém, deu a volta por cima e se tornou o goleiro mais vitorioso da história do Atlético: foram cinco Campeonatos Paranaenses, uma Copa Paraná, uma Série B, uma Seletiva da Libertadores e um Campeonato Brasileiro. Flávio jogou de 1995 à 2002 no Furacão. Jogou no Vasco, Paraná e este ano disputou o Campeonato Brasileiro pelo América-MG. Em dezembro, assinou com o clube onde iniciou a carreira, o CSA.

ALESSANDRO
O lateral-direita Alessandro chegou ao Atlético em 2000, vindo do Bangu. Foi trazido por Antonio Lopes, que o conhecia de uma de suas passagens pelo Vasco. Lateral de grande velocidade e explosão, realizou uma bela Copa João Havelange em 2000. Esta performance resultou em uma convocação para a Seleção Brasileira na Copa América em 2000 e em jogos pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002. Após sua passagem pelo Furacão, Alessandro jogou no Atlético-MG, São Caetano e Botafogo. Após permanecer por quatro anos no clube carioca, Alessandro foi dispensado após o término do Campeonato Brasileiro, aos 34 anos.

GUSTAVO
Gustavo de Souza Caiche chegou ao Atlético em um “pacote” composto por reforços vindos do Botafogo-SP: ele, Cocito e Lucas. Com um excelente jogo aéreo e exímio nas antecipações, não teve dificuldade em se tornar ídolo da torcida, principalmente após marcar o gol do título paranaense em 2000 sobre o maior rival Coritiba. Realizou um excelente Campeonato Brasileiro em 2001, que lhe garantiu uma Bola de Prata da Revista Placar. Teve uma outra passagem pelo Atlético em 2008, sem o mesmo brilho. Gustavo atuou também por São Caetano, Corinthians, Sport, Boavista-RJ e Al Shamal (QAT), onde encerrou a carreira. Hoje coordena um projeto social no Guarujá, a G3Futsports, ensinando futebol a crianças e adolescentes.

NEM
O zagueiro Nem ficará eternamente marcado na história do Furacão como o primeiro jogador da história do clube a levantar uma taça de campeão brasileiro. Nem ganhou destaque ao participar da histórica equipe do São Paulo comandada por Tele Santana, no início da década de 90. Após passar por alguns clubes do interior paulista e ser campeão da Série B pelo Paraná Clube, Nem foi o capitão da vitoriosa campanha atleticana no Brasileiro de 2001. Após atuar pelo Atlético-MG, Sporting Braga (POR) e Paraná Clube novamente, Nem decidiu se aventurar no futebol amador de Curitiba. Voltou a atuar no futebol profissional, atuando alguns jogos pelo Rio Branco de Paranaguá. Em maio, assinou contrato para dirigir o São José na Divisão de Acesso do Campeonato Paranaense.

ROGÉRIO CORRÊA
Após se destacar pelo Goiânia, o zagueiro Rogério Corrêa veio para o Atlético para a temporada de 2001. Formou um excelente trio defensivo com Nem e Gustavo. Teve uma segunda passagem pelo Furacão em 2008, mas sem apresentar o mesmo futebol de anos anteriores. Rogério Corrêa atuou também pelo Bahia, pelo Goiás, Joinville e no futebol japonês, pelo Shimizu S-Pulse. Encerrou a carreira de jogador no Anapolina este ano e lá começou a carreira de treinador.

FABIANO
Fabiano Lima Rodrigues veio do Nacional-SP para as categorias de base do Atlético. Firmou-se na lateral-esquerda do Atlético em 2000. Dois lances de Fabiano ficaram marcados na memória dos atleticanos: o chute cruzado que resultou no gol de Alex Mineiro na final do Brasileiro contra o são Caetano e um golaço marcado contra o Corinthians no Pacaembu no Brasileiro de 2002. O lateral atuou ainda por São Paulo, Palmeiras, Guarani e em clubes da Turquia, Itália e Espanha. Seu último clube foi o Criciúma, mas foi dispensado antes do término da Série B deste ano.

COCITO
Thiago Cocito chegou ao Alético no “pacote” vindo do Botafogo-SP, junto com o zagueiro Gustavo e o atacante Lucas. Símbolo da raça, é sempre lembrado pela torcida rubro-negra pela sua determinação em campo. Além do título de 2001, voltou ao Atlético para participar do histórico vice-campeonato da Copa Libertadores da América em 2005. Após sua saída do Furacão, Cocito jogou por Corinthians, Grêmio, Tenerife (ESP), Real Murcia (ESP), Fortaleza, Avaí, Boavista (RJ). Após mais uma contusão o joelho, encerrou a carreira no Vila Nova. Hoje trabalha no ramo de construção civil em Curitiba.

KLEBERSON
O Xaropinho, como era conhecido, veio para as categorias de base do Furacão através da parceria com o clube PSTC, de Londrina. Ganhou destaque nacional ao marcar um gol do meio de campo contra o Fluminense, em jogo pela Copa São Paulo de Juniores de 2000. Versátil, aos poucos veio conquistando a vaga no time titular rubro-negro, atuando em várias posições. Mas foi no Brasileirão de 2001 que o Brasil conheceu Kleberson. Realizou um campeonato muito regular e quase ganhou a Bola de Ouro da Revista Placar, perdendo nas últimas rodadas para o artilheiro das finais Alex Mineiro. No final daquele ano, foi convocado para um amistoso da Seleção Brasileira e não saiu mais. Kleberson não se contentou em ser o primeiro, e até hoje único, jogador atuando no futebol paranaense a ser convocado para uma Copa do Mundo. Na Copa de 2002, conquistou a titularidade no time de Felipão ao longo da competição e realizou uma final maravilhosa, dando passe para o segundo gol de Ronaldo e chutando uma bola na trave. O site do canal americano CNN elegeu o atleticano como o herói daquela final. Após um longo período de boatos sobre uma transferência do agora campeão do mundo para um clube estrangeiro, em julho de 2003 Kleberson finalmente assinou contrato com um dos maiores clubes do mundo: o Manchester United. O meio campo foi apresentado junto com a então promessa Cristiano Ronaldo. Após um período ruim na Inglaterra, foi para o Besiktas. Em 2007, acertou a sua volta ao Brasil para atuar pelo Flamengo. Foi campeão brasileiro novamente pelo clube carioca em 2009. Jogou a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Este ano, acertou seu retorno, por empréstimo, para o Furacão. Porém, uma contusão abreviou sua passagem pelo clube que o revelou.

ADRIANO
Um dos mais vitoriosos jogadores da história do Atlético, Adriano chegou em Curitiba em 1998, vindo do CSA de Alagoas. Jogador vibrante, com excelente técnica e muito veloz, deixou gravado seu nome da história do Atlético. Foi decisivo na final contra o São Caetano ao sofrer o pênalti que resultou no quarto gol atleticano na primeira partida, que permitiu ao Rubro-Negro jogar com mais tranquilidade em São Paulo. Adriano entrou pra história também de outro clube do sul do Brasil. Na final do Mundial Interclubes de 2006 contra o Barcelona, marcou o gol que deu o inédito título mundial ao Internacional. Além do Colorado, atuou também por Olympique Marseille (FRA), Cruzeiro, Figueirense, Sport, Goiás, Guarani, Mixto (MT) e Corinthians (PR). Após alguns meses sem clube, assinou em dezembro contrato com o clube onde iniciou a carreira, o CSA.

SOUZA
O potiguar Souza foi uma das maiores promessas do futebol brasileiro no início da década de 90. Ganhou destaque no Corinthians e chegou a ser convocado algumas vezes para a seleção brasileira. Transferiu-se para o São Paulo e de lá veio por empréstimo para o Atlético, para a disputa do Brasileirão de 2001. Sem dúvida, uma contratação muito acertada. Souza não era titular absoluto do Furacão nesta campanha, mas foi fundamental em vários jogos, usando sua experiência e técnica acima do jogo para segurar os resultados para o Atlético. Deu um passe maravilhoso de letra para Alex Mineiro marcar o gol da virada do Atlético sobre o São Caetano na primeira partida da final. Souza vestiu também as cores do Atlético-MG, Krylya Sovetov (RUS), Flamengo e encerrou a carreira no clube onde começou a carreira e é um dos maiores ídolos, o América-RN.

KLÉBER
Kléber chegou ao Atlético em 1999 após se destacar como grande goleador no Moto Club, do Maranhão. E aqui confirmou sua fama: é o terceiro maior artilheiro da história do Furacão, com 124 gols, atrás de Jackson e Sicupira. Sua distancia para Sicupira, 30 gols, poderia ser menor, caso não perdesse 16 gols de pênalti com a camisa do Atlético. Esta foi uma marca do artilheiro no Atlético: costumava, na mesma partida, perder gols imperdíveis e fazer gols de placa. Foi artilheiro do Furacão no Brasileiro de 2001 com 17 gols, junto com Alex Mineiro. Naquele ano, marcou 50 gols e ganhou a Chuteira de Ouro da Revista Placar, destinado ao maior artilheiro do Brasil. Jogou e marcou muitos gols também no Tigres (MEX), Veracruz (MEX), América (MEX), Necaxa (MEX), Santos, Internacional, Vitória e em 2011 voltou ao Moto Club para encerrar sua vitoriosa carreira.

ALEX MINEIRO
Em qualquer lugar do Brasil, é impossível lembrar do título brasileiro do Atlético em 2001 e não pensar em Alex Mineiro. O atacante veio para o Atlético em uma troca com o volante Marcus Vinícius, que foi para o Cruzeiro. Com certeza foi um negócio que causa arrependimento ao clube mineiro. Alex marcou 17 gols na campanha atleticana em 2001, sendo oito nas quatro partidas decisivas. Seu desempenho excepcional na reta final garantiu ao atacante a Bola do Ouro da Revista Placar como o melhor jogador daquele campeonato. Teve mais duas passagens pelo Atlético: em 2007 e de 2009 a 2010. Passou também por Tigres (MEX), Atlético-MG, Kashima Antlers (JAP), Palmeiras e Grêmio. Recentemente, confirmou que está aposentado e negou que esteja acertando com o CSA para a próxima temporada.

ILAN
Uma das maiores revelações do Paraná Clube no final da década de 90, Ilan ganhou destaque ao fazer quatro de seis gols paranistas numa goleada contra o Coritiba, com apenas 18 anos de idade. Chegou ao Atlético em 2001, após breve passagem pelo São Paulo. E no Atlético, voltou a mostrar seu faro de gol. Foi importante na campanha de 2001, sendo um reserva a altura dos goleadores Alex Mineiro e Kléber. Marcou o primeiro gol do Atlético na vitória por 4 a 2 na primeira partida da final contra o São Caetano. Com a saída da dupla Alex e Kléber, assumiu o comando de ataque atleticano e suas boas atuações lhe renderam convocações para a Seleção Brasileira. Foi convocado para a Copa das Confederações de 2003, junto com outros dois atleticanos: Kleberson e Adriano. Teve relativo sucesso no futebol europeu, atuando por Sochaux (FRA), Saint-Etienne (FRA) e West Ham (ING). Em 2010, voltou ao futebol brasileiro para jogar no Internacional, mas foi pouco aproveitado. Em 2011, retornou para a França para atuar no Ajaccio.



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