Não seria a hora da ‘democracia atleticana’?

Em 17/07/2013 o colunista Fernando Martins (Gazeta do Povo) narrou:

‘Em 1981, o Corinthians havia tido um desempenho muito ruim. O time tinha feito campanhas péssimas nos campeonatos paulista e brasileiro.

Esses resultados em campo levaram à eleição, um ano depois, de um novo presidente do clube.

A nova gestão do clube decidiu ouvir os jogadores – escutar aqueles que são afetados pelas deliberações que vêm de cima é importante para que as decisões sejam mais efetivas.

Como havia um grupo de atletas politizados e dispostos a participar – Sócrates, Wladimir, Casagrande e Zenon –, uma revolução na gestão do clube começou a ser deflagrada. Se não houvesse esse ímpeto dos boleiros, provavelmente os dirigentes do clube passariam a mandar sem consultar mais ninguém. Ou seja: a participação é fundamental.

Em pouco tempo, todas as decisões do clube passaram a ser tomadas em conjunto por dirigentes, jogadores e comissão técnica. Contratações e demissões de atletas, regras de concentração, premiações por vitórias, horários de treinos, datas de viagem. Tudo era definido no voto.

A ampla participação resultou em mais liberdade, o que sempre exige a responsabilidade como contrapartida. Jogadores casados foram dispensados da necessidade da concentração antes das partidas. E o consumo social de álcool foi liberado após os jogos.

Funcionou, contrariando o senso comum de que os jogadores iriam se “perder” em noitadas regadas a muita bebida.

O Corinthians chegou às semifinais do Brasileirão de 1982. Sagrou-se campeão paulista naquele mesmo ano. E repetiu o feito em 1983.

Paralelamente, as finanças do clube estavam bem; não havia dívidas e o caixa tinha dinheiro.’

Para bom entendedor…