9 out 2013 - 1h48

Petraglia sobre obras da Copa: “Deformação do custo”

Um dos maiores defensores da Copa do Mundo no Brasil, o presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, disse que não concorda com a supervalorização de muitas obras do Mundial. Em entrevista ao programa “Bola da Vez”, da ESPN Brasil, ele citou os exemplos dos orçamentos da maioria dos estádios e também das obras de mobilidade urbana.

“Sempre fui favorável à vinda da Copa do Mundo, deixará vários retornos, mas essa deformação não sou favorável. O custo dos estádios, das obras em torno da copa do mundo, houve deformação”, disse.

Segundo ele, dos 12 estádios da Copa, a Arena da Baixada será o mais barato e, mesmo com a correção orçamentária devido à inflação do período, o estádio é o com custo mais reduzido de todas as sedes. “Nós tivemos pelo atraso de um ano na nossa construção, tivemos inflação, o orçamento é de novembro de 2010, estamos entregando o estádio em janeiro de 2014. São três anos de correção do Índice da Construção Civil, que dá 30%. O nosso orçamento, mesmo com um ano de atraso, aumento 18%. Tivemos atrapalho, dificuldades, mas o nosso modelo é diferente das 11 demais capitais. Os empreiteiros tomaram conta do futebol brasileiro, operarão por 30, 35 anos cobrando ingresso caro”, disse, ressaltando as vantagens do modelo de auto-gestão da obra, alternativa adotada pelo Atlético.

Petraglia também defendeu a questão do acordo com os órgãos públicos para viabilizar todos os estádios da Copa.

“Eu fiz mais de trinta e tantos estudos de viabilidade de arenas. Se você viabilizar sem subsídios, você vai ter que pagar tarifa tão cara que não teria público. [e que nem o metrô. Poderiam ser feitos estádios pela metade [do preço], não vou entrar nesse mérito, é questão de Brasil. Se o Corinthians não tem subsídio, não faz estádio. Mesmo com subsídio vai ser pauleira. O modelo econométrico, de estudo de viabilidade, do investimento contra as receitas não fecha. Eu não vi nenhum estádio que não tenha subsídio e que fique em pé”, disse.

Entretanto ele salientou que na Arena não há receita do governo e sim títulos de potencial construtivo. “Não foi criado por mim [o acordo dos títulos de potencial construtivo], já cumprimentei diversas vezes a pessoa que bolou. Não é dinheiro do orçamento, não é renúncia fiscal, é um título que a prefeitura dá para diversos projetos para ter retorno”, ressaltou.



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