Petraglia sobre obras da Copa: Deformação do custo
Um dos maiores defensores da Copa do Mundo no Brasil, o presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, disse que não concorda com a supervalorização de muitas obras do Mundial. Em entrevista ao programa Bola da Vez, da ESPN Brasil, ele citou os exemplos dos orçamentos da maioria dos estádios e também das obras de mobilidade urbana.
Sempre fui favorável à vinda da Copa do Mundo, deixará vários retornos, mas essa deformação não sou favorável. O custo dos estádios, das obras em torno da copa do mundo, houve deformação, disse.
Segundo ele, dos 12 estádios da Copa, a Arena da Baixada será o mais barato e, mesmo com a correção orçamentária devido à inflação do período, o estádio é o com custo mais reduzido de todas as sedes. Nós tivemos pelo atraso de um ano na nossa construção, tivemos inflação, o orçamento é de novembro de 2010, estamos entregando o estádio em janeiro de 2014. São três anos de correção do Índice da Construção Civil, que dá 30%. O nosso orçamento, mesmo com um ano de atraso, aumento 18%. Tivemos atrapalho, dificuldades, mas o nosso modelo é diferente das 11 demais capitais. Os empreiteiros tomaram conta do futebol brasileiro, operarão por 30, 35 anos cobrando ingresso caro, disse, ressaltando as vantagens do modelo de auto-gestão da obra, alternativa adotada pelo Atlético.
Petraglia também defendeu a questão do acordo com os órgãos públicos para viabilizar todos os estádios da Copa.
Eu fiz mais de trinta e tantos estudos de viabilidade de arenas. Se você viabilizar sem subsídios, você vai ter que pagar tarifa tão cara que não teria público. [e que nem o metrô. Poderiam ser feitos estádios pela metade [do preço], não vou entrar nesse mérito, é questão de Brasil. Se o Corinthians não tem subsídio, não faz estádio. Mesmo com subsídio vai ser pauleira. O modelo econométrico, de estudo de viabilidade, do investimento contra as receitas não fecha. Eu não vi nenhum estádio que não tenha subsídio e que fique em pé, disse.
Entretanto ele salientou que na Arena não há receita do governo e sim títulos de potencial construtivo. Não foi criado por mim [o acordo dos títulos de potencial construtivo], já cumprimentei diversas vezes a pessoa que bolou. Não é dinheiro do orçamento, não é renúncia fiscal, é um título que a prefeitura dá para diversos projetos para ter retorno, ressaltou.