Sobre o movimento ‘Fica Paulo Baier’
Torcedor tem memória curta. Muito curta. Certa vez um piloto de Fórmula 1 disse, ironicamente, que ‘o piloto é tão bom quanto seu desempenho na última corrida’. Acredito que a frase também vale para o futebol.
O Maestro já faz parte da história do CAP. Teve atuações gloriosas, gols e jogadas importantíssimas, lavou nossa alma diversas vezes. Já colocou seu nome entre os maiores ídolos da nossa história. Será sempre lembrado.
Mas, será que se tivéssemos perdido o atletiba, a declaração dele de que ‘a diretoria o informou que não vai renovar seu contrato’ teria tido tanta repercussão? Aliás, será que ele teria feito a declaração em caso de uma atuação apagada? Duvido muito.
Os dois gols da vitória no Atletiba, que nos levaram ao êxtase, imediatamente apagaram de nossa memória alguns jogos deste ano em que nosso maestro não jogou bem. Também apagaram os inúmeros cruzamentos errados, as dezenas de cobranças de falta que não surtiram efeito algum. Também nos fizeram esquecer que ele já não volta pra marcar, e que os jogadores ao seu redor têm que se sacrificar mais pra compensar isso.
O que quero dizer é que eu não gostaria de ver o Paulo Baier ser como o Rogério Ceni é hoje no São Paulo. Um ídolo que passou da hora de parar, e que pode ter sua bela história comprometida por atuações pífias de fim de carreira.
Lembram dos últimos jogos do Alex Mineiro por aqui? Foram melancólicos. Do Kleberson e do Lucas então, nem se fala. E, voltando um pouco mais, dava dó de ver o Ricardo Pinto levando frangos em seus jogos finais.
De qualquer maneira, um dia o ídolo vai embora. Um dia ele deixa de de ser decisivo. Eu gostaria de guardar na lembrança imagens de um ídolo vitorioso. De um cara que nos deu a vitória no Atletiba. De um cara que nos levou à Libertadores e, quem sabe, que ergueu a taça da Copa do Brasil!
Enfim, gostaria de ver o Paulo Baier sair do Atlético vitorioso! E com uma bela festa de despedida durante a inauguração da nova Arena da Baixada.