Juca Chaves, o ‘Menestrel maldito’, em suas incursões de shows pelo Brasil, tinha como praxe receber sempre em conformidade com a bilheteria, jamais uma cota fixa.
Para lotar o recinto, comparecia no dia do espetáculo a emissora ou emissoras de rádio da localidade, conceder entrevista e divulgar o show.
Entrevista recheada de ironias, sátiras e humor, gostava sempre de enfatizar ao entrevistador que o espetáculo tinha ‘caráter beneficente’.
Diante da inevitável pergunta sobre qual entidade seria beneficiada, respondia com seu habitual sorriso cínico e voz maviosa: ’em benefício da Família Chaves’.
Embora a singeleza da pilhéria, à noite os ingressos esgotavam.
Lembro esse fato para uma sugestão.
Diante dos novos empecilhos do Tribnal de Contas para liberar a penúltima parcela do BNDS, tal como aconteceu com as parcelas anteriores, de bom alvitre ao Presidente da CAP S/A adotar a tática do Juca Chaves, sensibilizando os senhores Conselheiros do TC com o argumento de que a verba tem caráter beneficente.
‘Em benefício da Família Petraglia’ haverá responder ao incauto que lhe perguntar. Se sempre funcionou com o Juca Chaves, à guisa de uma singela piada, porque não funcionaria com MCP, onde a resposta tem lá ‘fumos de verossimilhança’ como diria Dom Casmurro?