Curitiba está sob ameaça para a Copa do Mundo de 2014. Depois de reunião com representantes dos governos municipal e estadual e de visita à Arena da Baixada nesta terça-feira, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, deu o prazo limite de 18 de fevereiro para os responsáveis apresentarem soluções para a realização dos jogos na cidade. Caso contrário, a cidade pode ficar fora do Mundial.
– Daqui até 18 de fevereiro, eles terão de decidir. A partir de hoje até essa data, é necessário que sejam feitas as obras que nos permitam confiar que é possível realizar a Copa do Mundo aqui. Como está hoje é um perigo. Não há uma data limite. Já não se fala mais nisso. Em 18 de fevereiro vamos ver o que está sendo feito. Depois temos de ver o que pode ser feito até a data mais afastada possível do dia 16 de junho (data do primeiro jogo na Arena da Baixada). A partir de hoje, vamos trabalhar em vários níveis e haverá uma fiscalização diária do COL e da Fifa cobrou Valcke, lembrando que 18 de fevereiro também marca o início do congresso técnico da Fifa, com a presença dos técnicos das 32 seleções da Copa, em Florianópolis.
Pelo Twitter, cerca de uma hora depois da coletiva, o francês foi mais claro ainda sobre a ameaça a Curitiba: – Todos os envolvidos concordaram: a confirmação de Curitiba como cidade-sede será em 18 de fevereiro, antes do seminário em Florianópolis. Plano com três medidas do governo e de Curitiba deve acelerar o processo para ter o estádio pronto para a Copa. Agora, a bola está nas mãos de Curitiba e do governo para implementar as medidas.
Na última segunda, Valcke esteve em São Paulo e Cuiabá para ver de perto obras da Copa. A agenda inicial previa uma visita a Manaus nesta terça. Porém, a Fifa mudou a programação na última sexta, preocupada com os relatórios recebidos sobre a situação na Arena da Baixada. No começo da entrevista coletiva, o francês foi ainda mais incisivo quando demonstrou desconforto em ter que falar sobre o andamento das obras em Curitiba.
– Bem, o que eu posso dizer… A questão é delicada. Sejamos francos e diretos. Como devem saber, a situação atual do estádio não é realmente do nosso agrado. O estádio não está apenas muito atrasado, mas foge a qualquer bom cronograma de entrega para a Fifa acrescentou o secretário-geral da entidade máxima do futebol.
Lá atrás, no embrião do projeto Copa do Mundo, a Arena da Baixada tinha data prevista de entrega para 31 de dezembro, assim como todos os outros seis estádios que não participaram da Copa das Confederações. Mas houve uma sequência de problemas e a última data prevista era 29 de março. Data que não deve ser cumprida.
– Nós detectamos que mantido o ritmo atual da obra, ela não ficaria pronta em tempo com a qualidade e o cumprimento de exigências para a realização da Copa nesta cidade. Diante dessa constatação, tivemos de tomar medidas. Essas medidas foram discutidas e aprovadas de forma unânime disse o secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes.
Além de Valcke e Fernandes, participaram da coletiva o secretário estadual especial da Copa, Mário Celso Cunha, o pentacampeão Cafu e o tetracampeão Bebeto, membros do COL, e Reginaldo Cordeiro, secretário municipal da Copa. Inicialmente, na mesa do auditório onde foi realizada a coletiva, havia uma placa indicando a presença de Mário Celso Petraglia, presidente do Atlético-PR. Mas poucos minutos antes do início da sessão de perguntas e respostas, umas das pessoas responsáveis pela organização da coletiva retirou o nome dele, que não apareceu.
Houve cobrança também do governo estadual ao Atlético-PR. Principalmente em relação ao número de operários a Fifa cobrou recentemente que o número aumentasse de 1.000 para 1.500 funcionários.
– Hoje são 1.084 operários, mas para o governo (estadual), isso não representa quem efetivamente está trabalhando. Temos que de descobrir quantos de fato estão trabalhando cobrou o secretário Mário Celso Cunha.
Reportagem de autoria de Leandro Canônico, publicada no portal GloboEsporte.com e reproduzida na íntegra pela Furacao.com