Quando todos estão errados, fica difícil tudo dar certo
2014 poderia ser um ano sensacional para o Atlético. Começou com uma classificação épica, inesquecível e inenarrável no mata-mata da pré-Libertadores. Mas, desde então, uma soma de erros vem estragando o ano do nosso 90o aniversário. E é difícil dizer quem não é culpado nessa história.
O caso Manoel, para mim, é o maior erro da nossa diretoria. Querer jogar contra a torcida o melhor zagueiro que tivemos nos últimos 10 anos por não conseguir renovar seu contrato é, acima de tudo, burrice. Desvaloriza o jogador perante o mercado, deixa um clima ruim entre todos e ninguém sai ganhando com isso. Não renovar com o Nathan, mesmo que tenha seu preço, é outra burrice. Não pagávamos uma nota preta todo mês pelo Ciro? E agora vamos perder um camisa 10 de seleção de base?
O técnico também tem seus erros. A única evolução desde que chegou é que ensinou o time a tocar a bola. Mas substitui mal, escala mal e inventa novas posições para diversos jogadores.
E não podemos esquecer que o nosso maior problema nesse Brasileiro é jogar meio campeonato longe de casa. Isso, graças às organizadas. Primeiro, por brigarem entre si e levarem nosso último jogo do ano passado para Joinville. E, depois, pelos incidentes da última rodada que todos lembram bem. (Aqui, a diretoria também tem culpa pela má organização.)
Aí eu poderia muito bem dizer que quem sofre é o atleticano médio. Sócio, assíduo frequentador dos estádios e que, como diz o slogan, segue o Atlético em toda parte. Mas a verdade é que nós que habitamos essa categoria também merecemos tudo isso que está acontecendo. Nossa torcida nunca foi tão chata. Vaiar o próprio time durante o jogo, chamar o técnico de burro com 10 minutos de jogo… Por mais que se pense tudo isso, não podemos nos esquecer que temos uma função no estádio: incentivar o rubro-negro em qualquer circunstância. Como foi no Atletiba de 2011 quando, rebaixados, nos despedimos da Baixada. Apoiamos do começo ao fim. E, após o jogo, aí sim cabe protestar.
2014 ainda pode ser um ano sensacional para o Atlético. Mas a mudança vem de cada um de nós.