19 maio 2014 - 21h08

Petraglia reage a cobranças da torcida

O presidente Mário Celso Petraglia falou nesta segunda-feira, através da Rádio CAP, sobre o atual momento do clube. Comentou as dificuldades financeiras, que impedem o investimento em reforços, lamentou a saída de Miguel Ángel Portugal e fez um desabafo em relação às críticas da torcida nos últimos dias. Por diversas vezes, mesmo tratando de outros assuntos, Petraglia demonstrou estar chateado com o que considera uma falta de paciência e injustiça da parte de alguns torcedores.

Ele ficou incomodado especialmente com a crítica de que existiria um desrespeito ao torcedor atleticano. "Falam que a direção do clube não respeita o nosso torcedor. Gente, quer mais respeito do que tirarmos o clube da Segunda Divisão? Quer mais respeito que disputar a final da Copa do Brasil, ser terceiro colocado do Brasileiro, ter um dos melhores CT do mundo, um dos melhores estádios do mundo a nível Fifa? Esse respeito estamos construindo de forma sólida, mesmo que as administrações incompetentes prometam uma coisa e façam outra, como foi a Administração Mais Chuteiras, isso é respeito. Aqueles que realizam projetos grandiosos, isso é respeito. Quer maior respeito que esse? De dar a casa que estamos construindo para nossa família?", questionou.

No jogo de reinauguração da Arena da Baixada, diante do Corinthians, houve gritos contra o técnico Miguel Ángel Portugal, fato que desagradou o presidente. Câmeras da televisão flagraram ele balançando a cabeça negativamente e respondendo aos torcedores "Vocês não merecem isso", fazendo alusão à grandiosidade do novo estádio.

O grito "Fora, Portugal" chateou o presidente. Na visão dele, a torcida se preocupou demais com um jogo amistoso, sem considerar que o projeto leva em consideração o futuro do clube daqui a 10, 20 anos. Segundo o presidente, o pedido da torcida foi ofensivo porque presume que a diretoria não sabe o que é melhor para o time.

"Sabemos que é uma pequena minoria, que a unanimidade é burra, mas mesmo assim entristece. Sabemos que a grande maioria da família atleticana compreende, mas por outro lado quando você vê poucos conduzindo, como ouvimos numa só voz ‘Fora, Portugal’, isso sim é um desrespeito à instituição, é desrespeitar a direção, que está trabalhando pelo bem do clube, e achando que o torcedor tem mais poder ou direito de decisão do que aqueles que têm todas as informações internas, sabem os detalhes do dia a dia, a problemática de um clube de futebol. Gente, nós temos muito mais a solucionática, para imitar o Dadá Maravilha. Então, acreditem. Pô, nós não temos mais o que provar. Só que, por favor, tenham um pouquinho mais de compreensão. Ninguém faz milagre. Estamos sobrevivendo por milagre, porque só se gasta, só se gasta. O estádio demorou um ano e depois meses a mais, quanto custou isso pra nós? Mesmo assim, temos de estar ganhando todas as partidas, liderando todos os campeonatos? Só se eu fosse o Rei Midas, que transformasse cocô em ouro. Infelizmente, é um pouco do nosso desabafo. Quem respeita a torcida somos nós. Quem, por poucos, não estamos sendo respeitados somos nós", afirmou.

Postura da torcida

Em outros momentos, Petraglia criticou os torcedores por criar um ambiente de muita pressão, que afeta o rendimento dos jogadores dentro de campo. Quando o comentarista Capitão Hidalgo se entusiasmou com a força que o Atlético terá jogando na nova Arena da Baixada, o presidente ponderou: "Isso se a torcida ajudar. Errou um passe, começam a vaiar os meninos".

Além da postura durante os jogos, Mário Celso Petraglia voltou a cobrar a colaboração financeira daqueles atleticanos que têm condições econômicas de se associar.

"A preocupação (com o número de sócios) existe. Conversamos diariamente se vamos ter os sócios que idealizemos, teremos ou não teremos, então essa é uma grande dúvida. Quando ao crescimento (depois da reinauguração do estádio), zero. Não teve nenhum. E mesmo assim a gente deu uma carência para aqueles que foram fieis, agora nós precisamos de ajuda. Não há clube rico sem torcida participativa. Com um pouquinho de cada um, faremos uma massa e faremos um clube que queremos", observou.



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