19 maio 2014 - 10h53

Tchau, Portugal!

Demorou, mas aconteceu. O espanhol Miguel Ángel Portugal Vicario não é mais o técnico do Clube Atlético Paranaense. Sua saída foi anunciada na manhã desta segunda-feira, depois do empate deste domingo diante do vice-lanterna Chapecoense.

Portugal foi contratado pelo Atlético em janeiro, com a missão de conduzir a equipe na disputa da Taça Libertadores da América. No currículo, tinha passagens como diretor do Real Madrid e pouca experiência como treinador, destacando-se o título do Clausura da Bolívia com o Bolívar em 2012/2013.

Sua contratação foi vista como mais uma aposta da direção atleticana, que nos últimos anos já havia feito tentativas com nomes de menor expressão como Casemiro Mior (2005), Roberto Fernandes (2008), Waldemar Lemos (2009) e Ricardo Drubscky (2012). Ele foi o terceiro técnico estrangeiro a passar pelo Furacão na última década, depois do alemão Matthäus e do uruguaio Carrasco.

Avaliação

Miguel Portugal nunca contou com a aprovação da torcida. Sua contratação foi aprovada por 20% dos participantes de enquete promovida pela Furacao.com em janeiro – outros 45% não souberam opinar e preferiram dar um tempo para o técnico mostrar seu trabalho.

Dois meses depois, o índice de aprovação do técnico já havia caído para 2%, com mais de 86% de reprovação. Em abril, uma nova enquete resultou em 92% de votos considerando o trabalho de Portugal ruim. Neste domingo, a Furacao.com lançou outra enquete, tomando por base uma campanha contra o técnico iniciada no Twitter, em que 77% dos torcedores consideravam que era hora de mudança, mas 23% achavam que ele ainda merecia novas chances.

A pressão sobre o técnico espanhol foi grande também nas arquibancadas. Nos últimos jogos, a torcida gritou "Fora, Portugal" e demonstrou sua insatisfação.

Resultados

A pressão da torcida atleticana pela saída do técnico não foi por acaso. A insatisfação surgiu de uma combinação de maus resultados, escolhas equivocadas de jogadores, mau futebol e declarações debochadas.

Sob o comando do técnico espanhol, o Atlético fez 13 jogos, vencendo cinco, empatando dois e perdendo seis, um aproveitamento de 43% dos pontos disputados.

O time sofreu para se classificar na fase pré-Libertadores, passando pelo Sporting Cristal nos pênaltis. Depois, foi eliminado na fase de grupos, frustrando a expectativa da torcida de uma campanha melhor.

A estreia no Campeonato Brasileiro veio com uma vitória sobre o Grêmio, mas depois uma sequência de quatro jogos sem vencer e ainda uma derrota no amistoso de reinauguração da Arena da Baixada diante do Corinthians.

Em campo, o time não mostrou condições de recuperação, apresentando um estilo de jogo burocrático e sem força. Para piorar, quando confrontado por repórteres sobre as críticas dos torcedores, Miguel Portugal respondeu ora com ironia ora pedindo mais paciência porque o time era jovem.

Pede para sair

O Atlético não divulgou detalhes da saída de Miguel Ángel Portugal. Mas o próprio técnico informou via Twitter que foi ele quem entregou o cargo, afirmando que chega um momento em que um comandante sabe a hora de sair.

Antes do jogo com a Chapecoense, ele próprio havia afirmado que era obrigação vencer. Com o empate, sua situação se tornou insustentável.



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