Análise do jogo: Com desequilíbrio, a derrota
Com a entrada de três jogadores da base rubro-negra que não vinham sendo titular constantemente e com a mudança de técnico, o Atlético apresentou desequilibradamente em campo. A derrota preocupante por 3 x 0 apresentou vários pontos falhos, mas alguns positivos. Para a estreia do Furacão na Copa do Brasil de 2014, os comandados de Leandro Ávila começaram no 4-2-2-2 e o América-RN no 4-2-3-1:
Atlético no 4-2-2-2 e América-RN no 4-2-3-1
Ao assumir mais uma vez o comando técnico interinamente, Leandro Ávila alterou o esquema tático da equipe: do 4-2-3-1, o time passou a jogar no 4-2-2-2. Neste esquema, Nathan e Marcos Guilherme ficam responsáveis pela criação da jogadas de cada lado do campo e Marcelo e Douglas Coutinho iniciam a transição ofensiva abertos. Quando a bola for para um dos lados, um permanece aberto enquanto que o outro centraliza em direção à área adversária. Como os dois volantes pouco participam do sistema ofensivo, Sueliton e Natanael têm liberdade para subir freqüentemente ao ataque. Já o América-RN atuou no 4-2-3-1 com dois volantes que pouco saiam para o ataque e o trio de meias que se movimentavam constantemente em ação ofensiva.
Como os dois times tinham dois volantes que pouco atacavam, ambas as equipes se apresentaram muito espaçadas e descompactadas em campo. Deste modo, em todas as transições de jogo havia muito espaço para qualquer que seja o time. O veloz sistema ofensivo rubro-negro aproveitou disso.
Somente no primeiro tempo, o Atlético finalizou 11 vezes. No segundo tempo, foram apensar quatro arremates ao gol de Andrey. Se compararmos estes números com as médias de finalizações dos outros quatro jogos de Leandro Ávila e os oito de Doriva, com 11,75 e 11 arremates de média respectivamente, houve um aumento de 36% de finalização. Ou seja, apesar da qualidade defensiva do América-RN, a produção ofensiva rubro-negra foi muito boa na estreia do time na Copa do Brasil.
Já defensivamente, o 4-2-2-2 não apresentou o equilíbrio necessário para o jogo. Sem ninguém marcando e retornando rapidamente pelos lados do campo, o Mecão teve muito espaço em suas transições ofensivas nestes setores do campo. Pelo flagrante adiante, perceba os tamanhos dos espaços que o América-RN tinha para contra-atacar representados pelos retângulos amarelos:
Sem ninguém marcando pelos lados do campo, América-RN contra-atacou diversas vezes pelos setores.
Sem equilíbrio em campo, Leandro Ávila começou a substituir já no intervalo da partida, momento do jogo que o América-RN já vencia por 2 x 0. No intervalo, Paulinho Dias entrou no lugar de Otávio. Com o decorrer do segundo tempo, Cléo e João Paulo entraram nos lugares de Nathan e Douglas Coutinho. Através destas três substituições, o Furacão melhorou a saída de bola, ganhou uma referência fixa no ataque, mas ofensivamente o time se perdeu.
Com a vantagem, o Mecão passou a se defender no 4-1-4-1 e com tantos novos jogadores rubro-negros fazendo parte do sistema ofensivo, o Atlético pouco produziu ofensivamente. Foram só quatro finalizações em 45 minutos.
Fim de partida: Atlético no 4-3-3 e América-RN no 4-1-4-1.