Enderson: "Quero sempre o melhor para o Atlético"
Implacável. Assim foi a estreia de Enderson Moreira no comando do Furacão. Pegando uma equipe desacreditada e na iminência de ter que disputar o "Torneio da Morte" para escapar do rebaixamento no Campeonato Paranaense, o novo comandante rubro-negro fez alterações pontuais no time e promoveu uma mudança radical na postura da equipe, que aplicou a maior goleada do certame, 7 a 0, no Nacional de Rolândia.
Depois da vitória, o técnico concedeu entrevista coletiva em que se mostrou surpreso com o placar elástico, afirmou que o elenco precisa ser reforçado e destacou o empenho dos atletas e o apoio da torcida. Confira os principais trechos:
Resultado surpreendente, mas equipe ainda tem muito a evoluir
"O resultado acabou sendo surpreendente nesse sentido, mas a postura da equipe fez com que a gente construísse isso. A equipe não fez 1 a 0, não fez 2 a 0 e ficou esperando as coisas acontecerem. Continuou argumentando, é uma equipe que ao meu ver ainda tem muita coisa para poder fazer dentro daquilo que eu penso de futebol", disse o treinador.
Motivação e tranquilidade fizeram parte da receita do time que não desaprendeu
"O que eu mais trabalhei com eles esta semana foi que eles tivessem tranquilidade, que não carregassem essa carga toda, que eles pudessem entrar em campo hoje e fazer aquilo que eles sabem fazer. Eles não desaprenderam, é lógico que a pressão do resultado é sempre prejudicial para que o atleta possa desenvolver o seu jogo, são atletas, na sua grande maioria, atletas jovens, que carregam talvez esse peso de uma forma ainda maior, e eu acho que dentro daquilo que a gente colocou eles fizeram muito bem", afirmou Enderson Moreira.
Trabalhar para vencer o difícil duelo contra o Londrina e aguardar o que vem pela frente
"Que a gente possa fazer a nossa parte que é buscar um resultado positivo lá contra o Londrina, já que é um jogo extremamente difícil, a gente sabe da qualidade da equipe do Londrina, do grande trabalho que tem sido feito por eles, não só este ano, mas já há algum tempo atrás. Um treinador que está há muito tempo lá, conhece muito bem os seus atletas. Então o mais importante é que a gente possa fazer um bom jogo, buscar essa vitória, e o que acontecer posteriormente faz parte, se a gente não conseguir a nossa classificação vamos com muita força nesse quadrangular", analisou o técnico atleticano.
A equipe é qualificada, mas precisa de reforços para se tornar competitiva
"A equipe do Atlético é uma equipe que tem qualidade, é uma equipe que fez durante a temporada passada grandes jogos. Perdeu alguns atletas muito importantes, mas eu acho que o Atlético agora tem que buscar esse caminho de poder qualificar ainda mais esse grupo, que essa mescla vai dar, com certeza, atletas um pouquinho mais experimentes com esses atletas jovens, vai dar uma equipe extremamente competitiva", ponderou Enderson.
Marcos Guilherme faz falta, mas o importante é o grupo
"Marcos Guilherme é um jogador muito jogvem, extremamente qualificado, fez, na minha concepção um bom jogo hoje, uma grande partida. Tem muita coisa nele que vai maturar ainda, é uma coisa normal, natural, mas ele demonstrou muita qualidade e que sem dúvida nenhuma faz falta, mas eu sempre trabalho com um grupo. Não posso ficar aqui lamentando as ausências, o que eu gosto de fazer é enaltecer quem está entrando no lugar, quem vai ganhar essa oportunidade, porque um grupo que busca vitórias, busca conquistas não se faz apenas com onze atletas e sim com um grupo qualificado e é o que a gente valoriza durante todo o trabalho", alegou, quando questionado sobre a ausência do jovem jogador que se apresentará à Seleção Olímpica e desfalcará o time contra o Tubarão.
O Foz do Iguaçu não vai entregar; todo time entra em campo para vencer
"Eu tenho certeza que qualquer equipe entra no jogo sempre para tentar vencer. Não fica pensando no que é que vai ser melhor para A ou para B. São atletas profissionais, todo mundo está buscando alguma coisa no campeonato ainda, seja uma classificação, seja uma posição entre os quatro para poder ter a vantagem de fazer o segundo jogo em casa. Então eu acho que cada um vai fazer a sua parte e o mais importante é que o Atlético faça a dele, o que é extremamente difícil. É um jogo muito complicado esse jogo contra o Londrina, mas é aquilo que eu falo com os atletas, nós temos que fazer aquilo que nos é possível realmente. Depois do jogo, independente de qualquer situação, a gente tem que participar da melhor forma possível na sequência", destacou, após ser questionado sobre o fato de o Atlético depender de um resultado do Foz para se classificar.
A torcida do Atlético é fantástica
"Eu fui torcedor, principalmente na minha juventude, início da fase adulta. Hoje a gente é extremamente profissional e a gente não tem mais esse sentimento que o torcedor tem. E eu respeito muito porque eu sei e sofri muitas vezes com as equipes, mas eu acho que a gente tem que entender que é esse grupo que nós temos para esta fase do Campeonato Paranaense. Então, independente daquilo que aconteceu, eu acho que é momento de a gente poder virar uma página, de alguma forma dar força para quem está entrando, quem está participando, porque são esses atletas que vão de alguma forma nos encaminhar na sequência do campeonato. Então é muito importante o torcedor. É simplesmente um pedido, mas eu entendo muito o lado dele. O lado do torcedor passional, o torcedor que tem muita paixão, que tem muito amor pelo Clube, e vê o Clube numa situação desta é extremamente complicado. Eu até me surpreendo com o número de torcedores. Eu, particularmente, não esperava talvez uma torcida nesse número em função da sequência ruim, pelo contrário. E a torcida do Atlético, ela é fantástica. Ela é um décimo segundo, um décmio terceiro jogador, eu joguei aqui algumas vezes contra e senti aquela pressão vindo da arquibancada, uma coisa que dava muita força para os atletas do Atlético e em compensação nos deixava de alguma forma pressionados. Então a gente precisa reconquistar esse torcedor e com boas atuações, não tem outro caminho", finalizou Enderson Moreira.