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31 mar 2015 - 9h16

A morte do futebol

Mais um espetáculo deprimente para nos humilhar. A derrota em Londrina, protagonizada por um grupo de jogadores desorganizado, triste e sem personalidade, ratificou o desastre que se anunciava. O Atlético vive, hoje, o maior fracasso da sua longa história. Sim, nós já enfrentamos desventuras terríveis. Sim, nós já apanhamos de adversários bizarros, já entregamos a rapadura em momentos decisivos, já fomos vítimas de fragilidades eventuais. Apesar das crises gigantescas e aparentemente insolúveis que nos incomodavam, porém, nós nunca deixamos de lutar. E foi esse espírito de luta, feito da vontade de viver e da crença inabalável na nossa história, que fez com que resistíssemos, que nos deu uma característica única, mistura de calor e paixão.

Vemos, agora, a nossa esperança desmoronar. Finalmente, o projeto de Mário Celso Petraglia mostrou o que é, sem firulas, sem disfarces. O projeto de Mário Celso Petraglia é a morte do futebol. É o desfile de seres postiços trajados com o manto da tradição golpeada. É a apropriação escandalosa da nossa marca por um ditador ridículo. É a barbárie da especulação e do lucro elevada à sua expressão máxima. É a desumanidade, é o rancor, é o medo, é o abismo entre a realidade e o delírio megalômano de um falso líder. É a Baixada siberiana e descolorida, para poucos, com saudade do seu povo.

Objetivamente, Mário Celso Petraglia é o pior comandante do futebol do Clube Atlético Paranaense em todos os tempos. Ao nos colocar num torneio de morte enquanto prometia a conquista do mundo, revelou-se uma fraude. Ao menosprezar o campeonato paranaense, dando-lhe a qualificação preconceituosa de “ruralzão” – apelido mal-educado que seus asseclas difundiram com entusiasmo durante os muitos anos em que não ganhamos nada –, tentou esconder a sua incapacidade de formar equipes competitivas. Ao silenciar diante das derrotas acachapantes e cada vez mais frequentes que patrocinou, limitando suas intervenções a notas oficiais burocráticas e vazias (como a mais recente, divulgada no dia seguinte à confirmação de que somos um dos quatro piores do Paraná), comete atos de covardia.

Mas, pensando bem, não devemos preocupar-nos com o que aconteceu no último domingo. A tragédia que se abateu sobre aquele bando desfigurado, naquele dia cinza, é uma tragédia que diz respeito ao time do Petraglia. E o time do Petraglia, todos sabemos, não é o nosso. Esse que está aí, feito de arrogância e ódio, sem sangue nas veias, é a cara dos empresários, especuladores e picaretas que assaltaram o futebol brasileiro – o que de pior o mundo esportivo já produziu –, sob a direção autocrática de um “chefe” local. Esse que está aí merece desaparecer, sem deixar nenhuma saudade, envenenado pela arrogância dos que insistem em dizer que nada presta além da sua vaidade nojenta e insuportável.

O que nos cabe, o desafio supremo, é recuperar o Clube Atlético Paranaense, devolvê-lo à multidão que o ama sem condições e acima de interesses individuais. O que nós queremos é respeito. E o respeito que merecemos nos permite exigir a providência fundamental, que não pode mais esperar: FORA, PETRAGLIA!



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