18 abr 2015 - 22h46

"Não fizeram um grande jogo", admite Enderson

Depois de mais um revés dentro de casa, a torcida voltou a perder a paciência e também descontou no treinador, que foi chamado de "burro" no decorrer da derrota doo Atlético para o Rio Branco, por 3 a 1, em plena Arena da Baixada.

Em entrevista concedida após a partida, o técnico atleticano assumiu a responsabilidade pela péssima apresentação de sua equipe, mas não deixou de ressaltar as dificuldades que vem enfrentando desde que assumiu o comando do Furacão.

"A responsabilidade do que aconteceu é do treinador. É minha. Agora, é claro que tem uma série de ações que precisam ser feitas e nós estamos tentando, de todas as formas, juntamente com a direção, fazer. Não é à toa que esses atletas estão chegando. São atletas que a gente sabe que podem agregar valor ao time, a mudança de três, quatro, cinco, seis jogadores pode mudar completamente a cara de uma equipe. É uma equipe nova, uma equipe diferente, então a gente está buscando alternativas dentro do mercado. Mas para o Campeonato Paranaense nós temos esta equipe, então eu sei que às vezes o treinador é o culpado, é Fulano, é Ciclano, não. O Atlético não fez um Campeonato Paranaense digno das suas tradições. Então a gente tem que reconhecer isso, somos todos culpados, a responsabilidade no momento é minha, como treinador, e nós estamos trabalhando para poder modificar isto. Mas não tenho, talvez, agora, a condição de modificar com outros jogadores. A gente tem que modificar é com atitude, é a forma de fazer. Não tem nenhum tipo de justificativa. É claro que… esse grupo jogou quarta-feira e não treinou até ontem porque não foi possível, 48 horas depois, de fazer qualquer tipo de trabalho. Então a gente tem conversado, tem tentado, tem percebido aquilo que não tem funcionado, tentando buscar outras alternativas dentro daquilo que a gente tem como opções", alegou.

Enderson Moreira também foi questionado sobre as alterações promovidas na equipe, bem como sobre as substituições feitas durante o jogo, e explicou:

"A improvisação a gente tem a partir do momento em que não se tem um especialista no banco de reservas. Tem que buscar outras alternativas e eu precisava, de alguma forma, colocar um jogador agudo, como é o Damasceno, um jogador que tem o drible, que podia receber faltas, que podia criar algumas situações, já que a gente não estava, realmente, criando uma situação ofensiva. Então eu achei que fosse interessante, a gente estava muito exposto com os laterais, os dois. Podia ser o Eduardo, podia ser o próprio Natanael, eu achei que estava muito aberto e de qualquer forma tentei dar um pouco mais de consistência ali e criar uma situação um pouco diferente. Em relação ao Gustavo Marmentini, não tem nada a ver o resultado com a entrada desse jogador. E o Bruno Mota entrou numa outra função, entrou na função de segundo volante, que ele tem treinado bastante. Como meia ele teve algumas dificuldades no último jogo, então a gente decidiu colocar o Felipe mais por dentro, como armador do time, porque tem essa capacidade, e o Gustavo que tinha entrado bem, poderia ganhar uma oportunidade também, criar uma situação ali, de entrada um pouquinho por dentro, um pouquinho mais de envolvimento com posse de bola, um jogador um pouquinho mais próxmio do Felipe para a gente tentar argumentar mais. A minha busca constante é o setor de criação. Precisamos criar mais. O Atlético precisa criar situações de gol e é o que a gente tem demonstrado dificuldade", afirmou.

O técnico foi confrontado com uma incômoda pergunta: "Depois de um mês de trabalho e oito jogos à frente da equipe, o time atleticano parece não ter nenhum padrão de jogo; a que se pode atribuir esse cenário?" Para Enderson, o time já vinha mal antes de sua chegada e é muito fácil atribuir a responsabilidade apenas ao técnico, esquecendo o fato de que o time quase não tem tempo de treinar:

"Quando eu fui apresentado aqui, eu fui muito claro. Eu não sou mágico. Você acha que o time já vinha com um padrão de comportamento legal, bacana? Se o treinador fosse só o responsável… é muito fácil, cara. O treinador, no Brasil, cai e chega com a mesma velocidade de qualquer coisa. Se você quiser fazer um trabalho sério, a gente vai ter que mudar muita coisa, de acordo com aquilo que eu penso, que eu acho, e que infelizmente nesta competição a gente não tem condições de poder modificar, seja na parte de atletas ou de treinamento, de mudar alguma situação. Talvez agora, que a gente tem uma semana aberta, modificar alguma coisa que a gente pode, ainda, agregar. Mas é uma competição que já estava no meio e a gente está, de todas as formas, buscar alternativas. Então se é apenas a culpa do treinador, é muito fácil de resolver isso. Nós estamos tentando uma remontagem de equipe. Uma coisa que talvez poderia ter sido feita, ou deveria ter sido feita, no início de temporada. Nós estamos agora buscando um novo caminho e eu estou muito focado nisso também. Eu estou com os dois focos, constantes. Um treinador que trabalha dentro de campo e tenta fazer da melhor forma possível, dentro das limitações, porque eu tenho pleno… eu não preciso ficar justificando isso, não. Eu tenho um mês e fiz oito jogos. O que é que significa isso? Que a gente não teve semanas para poder, praticamente, montar um trabalho. Porque é jogar, recuperar, jogar, recuperar, jogar e recuperar. Então a gente está num momento de transição e isso pra mim é muito tranquilo. Se for só o treinador o problema é coisa fácil de resolver. Só que a gente percebe, e a direção tem essa consciência, que os problemas são um pouco maiores, são diferentes, e a gente está buscando alternativas. Agora, dentro do Estadual a gente tem essa equipe, nós precisamos contar com esses atletas, nós precisamos que eles possam dar uma resposta. Eles sabem muito bem que não fizeram um grande jogo, eles são capazes de coisas melhores. A gente já teve uma amostragem disso, então é isso o que a gente vai batalhar e vai buscar para a próxima partida", finalizou.



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