18 abr 2015 - 22h10

Weverton: "É um momento triste"

Após mais um revés em plena Arena da Baixada, no fraquíssimo Campeonato Paranaense e diante do frágil Rio Branco, o Atlético foi novamente vaiado pela torcida, que não suporta mais ver tanta apatia dentro de campo.

Depois da derrota por 3 a 1, que complicou a vida do Furacão no "Torneio da Morte" do certame estadual, o goleiro Weverton, um dos poucos jogadores ainda preservados pela torcida, desabafou: "É um momento muito triste", disse em entrevista após a partida.

Ao falar sobre o momento que vive o time, o camisa 12 demonstrou a mesma incredulidade que a maioria dos torcedores:

"É uma coisa inexplicável. Até nós mesmos nos perguntamos e analisamos todos os dias, da mesma forma que o torcedor sofre a gente também sofre. A gente não pode sair de casa, a gente não pode sair pra jantar, a gente não pode sair pra almoçar, a gente não pode pegar a família e dar uma volta, porque a gente vai ouvir o que não quer, com razão. Mas é um momento inexplicável, é um momento triste, para nós jogadores e pro torcedor também", lamentou.

O arqueiro rubro-negro, no entanto, procurou evitar a "caça às bruxas", preferindo focar seu discurso na busca pela reação:

"Acho que agora não é hora de a gente ficar buscando culpado, nem ficar tentando achar erro, e sim tentar achar a solução. Então agora é pensar no próximo adversário e tentar vencer para sair o mais rápido possível desta situação incômoda", projetou.

Weverton também não fugiu da responsabilidade, admitindo que foi este grupo quem colocou o Atlético nesta situação e é este mesmo grupo quem vai ter que resolver o problema:

"Ninguém vai resolver o nosso problema a não ser nós. Então enquanto não acabar isto, este torneio, enquanto a gente não se livrar disto a gente não vai descansar, a gente não vai ter paz, a gente não vai conseguir ser feliz de verdade enquanto estiver nesta situação. Então, da mesma forma que o torcedor está inconformado, a gente também está. A gente tomou gols hoje que é complicado de falar, mas que não são coisas normais. Que nem eu vou voltar a falar, neste momento, não adianta a gente querer achar um culpado. O culpado é o grupo todo, o culpado é todo mundo, todos que fazem parte e que representam o Atlético têm sua parcela de culpa e sua responsabilidade. A gente não vai fugir jamais dela e vai lutar até o final pra sair desta situação", prometeu.

O goleiro ainda admitiu que a pressão por bons resultados tem influenciado o psicológico dos jogadores, mas não tirou a razão da torcida e admitiu que o problema deve ser resolvido de dentro das quatro linhas para fora:

"Nós somos seres humanos e estamos sendo muito cobrados. Não é pouco não, é muito. E com razão. A gente foge da nossa responsabilidade e sabe que tem que ser cobrado mesmo. Tudo que o torcedor fizer, desde que não bote a vida de ninguém em risco e nem cause nenhum problema maior, ele tem toda razão de vir aqui no estádio e fazer o que está fazendo. E isso com certeza vai no psicológico de muitos e é natural. Mas nosso problema não é fora das quatro linhas e sim dentro delas. Então a gente tem que procurar resolver nossos problemas lá dentro, procurar fazer o nosso melhor na próxima partida, porque essa aí não vai voltar mais, essa aí já foi, tudo o que a gente fez de bom e de ruim não vai voltar mais. É trazer a lição para o próximo jogo e procurar melhorar o mais rápido possível", avaliou.

Por fim, Weverton disse ainda acreditar numa reação do grupo, especialmente considerando o desempenho do time na reta final do Brasileirão 2014:

"Com todo respeito ao campeonato, mas as equipes que a gente enfrentou no ano passado, no Brasileiro, são muito mais qualificadas e muito melhores do que muitas equipes do Campeonato Paranaense. Acho que ninguém, nem nós e nem vocês imaginou que a gente ia estar numa situação destas. Mesmo estando com o mesmo grupo do ano passado, mesmo sem grandes contratações até então, ninguém imaginou que ia chegar nesta situação. Nem a gente, no nosso pior sonho, a gente imaginou isso. Mas futebol tem essas surpresas. E que nem eu falei, agora a gente já entrou, a gente é responsável, a gente sabe que a gente é responsável porque a gente representa um clube de uma imensidão muito grande, de uma torcida fanática, que cobra, e a gente é responsável por tudo o que acontece dentro de campo. Então, hoje, a gente envergonhou o nosso torcedor, a gente envergonhou nós mesmos, mas eu tenho certeza que este grupo vai dar a volta por cima e vai sair desta situação o mais rápido possível", concluiu.



Últimas Notícias

Brasileiro

Fazendo contas

Há pouco mais de um mês o Athletico tinha 31 pontos, estava há 5 da zona de rebaixamento e tinha ainda 12 partidas para fazer.…

Notícias

Em ritmo de finados

As mais de 40 mil vozes que acabaram batendo o novo recorde de público no eterno estádio Joaquim Américo não foram suficientes para fazer com…

Brasileiro

Maldito Pacto

Maldito pacto… Maldito pacto que nos conduz há mais de 100 anos. Maldito pacto que nos forjou na dificuldade, que nos fez superar grandes desafios,…

Opinião

O tempo é o senhor da razão

A famosa frase dita e repetida inúmeras vezes pelo mandatário mor do Athletico, como que numa profecia, se torna realidade. Nada como o tempo para…