4 maio 2015 - 15h59

Torcida critica desprezo do Atlético pelo Estadual

O Campeonato Paranaense de 2015 é para ser esquecido. Há tempos, o Rubro-Negro deixou de lado o Estadual para dedicar-se apenas às competições nacionais. E, neste ano, o "abandono" acabou tornando-se um vexame para o clube. Ele teve de disputar o Torneio da morte para assegurar sua permanência na elite estadual.

Assim como nos dois anos anteriores, o time sub-23 iniciou o campeonato. Porém, após o retorno do time titular da pré-temporada na Espanha, o clube resolveu mudar a estratégia e colocá-los em campo no Campeonato Paranaense – para, quem sabe, acabar com o jejum de títulos do Atlético, pois a última taça levantada foi em 2009, justamente no Estadual. Mas não deu certo. Torcedores, como Michel Cristian Dias lamentam o ruim início de temporada do Furacão.

"O Atlético não foi nada bem. Ele não entrou em campo. O Atlético verdadeiro que a gente está acostumado, ainda está em 2014. O time não entrou em 2015, seja no Paranaense, seja em outro campeonato. Precisamos de organização. Temos bons jogadores. O técnico é uma promessa que veio agora, se saber organizar o elenco direito, vai para frente. A gente não está aqui para ver o estádio crescer. A gente está aqui para ganhar título e é disso que vive um time de futebol”, disse o torcedor, antes do último confronto do Atlético no Estadual 2015", disse.

O time principal acabou passando vexame em todas as partidas que disputou. Foram quatro derrotas, um empate e uma vitória, na primeira fase. Os resultados negativos deixaram o Rubro-Negro entre os quatro piores clubes da competição, que disputariam o "Torneio da morte". O Furacão acabou vencendo três partidas, empatando uma e perdendo outra, e permaneceu na elite paranaense, mas um dos maiores vexames do clube ficou marcado na história. Nesse pouco tempo, o Atlético teve três técnicos diferentes. Claudinei Oliveira deu lugar a Enderson Moreira, que ficou pouco mais de 30 dias e também deixou o cargo. O atual treinador é Milton Mendes.

A torcedora Andrea Broto defende a presença do time principal no Campeonato Paranaense, afirmando que o estadual é a melhor forma de encontrar deficiências e de dar ritmo de jogo ao time.

"O Paranaense é uma oportunidade de você ver onde estão suas fraquezas. Onde precisa reforçar. E onde precisa só trabalhar melhor os recursos que já tem além de dar ritmo de jogo ao time. De modo que quando começamos o Brasileiro e Copa do Brasil já temos entrosamento", garante.

Um clube vive de títulos, seja ele de qual competição for. É o que pensa o torcedor Ricardo Nolanrri Marques, que também afirma que a melhor solução para isso é colocar força máxima no Campeonato Paranaense.

"O Atlético não deveria jogar com o sub-23 no início do ano, deveria estar com força máxima no paranaense para estar preparado para o Campeonato Brasileiro. Para você poder corrigir desvios, você tem tempo para fazer isso antes do Brasileiro, que é importante. Hoje nós temos estádio, não temos dívida, mas não temos time e, consequentemente, não temos títulos", questionou.

Assim também pensa a torcedora Najla Azevedo, que relembra os títulos atleticanos e ressalta a rivalidade das torcidas. Para ela, essa posição do clube também acaba afastando o torcedor do estádio.

"É o título mais possível que temos chance de conquistar. Penso que é melhor preparação para o Brasileiro e penso que o fato de não entrar para ganhar, afasta o torcedor do estádio, afinal qual a graça de ver um time que já entra ‘derrotado’? E tem também a questão da rivalidade entre as torcidas. Cresci vendo e torcendo pelo time, principalmente no estadual. Difícil acostumar com essa postura atual do Clube", refletiu.

Para Juarez Villela Filho, a escolha de utilizar uma equipe da base no estadual não é de toda errada. Porém, a forma como o clube executa acaba o prejudicando tanto a pré-temporada do grupo principal, quanto aos garotos da base, no campeonato em que o Atlético mais tem chances de levantar a taça.

"Abandonar o Estadual é um erro. Acredito que apostar no sub-23, desde que com planejamento, não é má ideia. Por sinal, o Atlético é mestre em ter excelentes idéias, mas as executa de maneira completamente equivocada. Um time que mescle jovens com alguns mais rodados e que pouco a pouco vá colocando jogadores do elenco principal (que deve sim ter uma pré-temporada mais longa) tem tudo pra dar certo, desde que treinados por um treinador competente. Pois, se o clube vive de apostas tresloucadas no principal, imagine o que faz com o time secundário. Ter ingressos mais acessíveis, fazer promoções, levar a sério o único campeonato em que o clube tem reais chances de ser campeão me parece mais acertado do que simplesmente desprezar o campeonato", sugeriu.

Mas há quem discorde de que o time de futebol é a principal preocupação no momento. Para o senhor Walton Wysocki de 78 anos, a torcida precisa olhar mais para a parte estrutural, do que para os jogadores. "Hoje qualquer perna de pau é cinco milhões. O time de futebol eu deixo para segundo plano. Acho muito certo vender o jogador o quanto antes, porque o dinheiro está entrando. Isso aqui (Arena da Baixada) é o que fica, isso o tempo não apaga. O time de hoje é fraco, mas é o que temos que fica, os jogadores passam. O Atlético fica e os jogadores só querem saber deles", explicou.



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