19 jun 2015 - 10h38

Da desconfiança à vice-liderança

Quando foi anunciado pelo Atlético de forma oficial, no dia 20 de Abril, o técnico Milton Mendes foi recebido com total desconfiança pela torcida. Os mais de 75% que votaram "Não" na enquete “Você aprova a contratação do técnico Milton Mendes?”, feita pela Furacao.com, apenas mostraram o tamanho da frustação da torcida ao ver a chegada do quarto treinador no ano, contando Marcelo Vilhena no Sub-23, sendo este um desconhecido do público em geral.

Com a carreira quase em sua totalidade fora do país, onde também conseguiu os títulos de qualificação da UEFA para treinadores, Milton teve apenas uma breve passagem pelo Paraná Clube em 2014 – que foi interrompida após derrota para o Sub-23 rubro-negro – e pela Ferroviária de Araraquara, clube parceiro do Atlético, no Brasil. Na equipe paulista, Milton fez bela campanha na Série A2 do Paulista e levou a equipe ao acesso e ao título da competição.

Mas de equipes como o Paraná Clube e a Ferroviária para um clube do porte do Furacão disputando a primeira divisão nacional, os níveis de dificuldade e de exigência são completamente diferentes. Como o treinador passou de contestado e dado como “demissão certa” ainda no início do Brasileiro para uma certeza no vice-líder da competição? A Furacao.com enumerou algumas razões.

1- Reforços: é inegável que Milton teve ao seu dispor jogadores melhores do que seus antecessores, Enderson Moreira e Claudinei Oliveira. A começar por Walter, o grande jogador da ofensiva atleticana, que foi contratado por indicação de Enderson, mas não chegou a jogar com o treinador. Além do atacante, o meia Nikão só atingiu um físico desejável para a disputa das partidas com o treinador; antes, o meia apenas entrava no final dos jogos. O zagueiro titular Kadu, o meia Giovanni e o atacante Ytalo também só jogaram com o treinador, além do volante Jadson, que havia feito apenas uma partida com Enderson.

2- União do grupo: o técnico é o paizão do elenco. Milton chegou pregando união e esforço coletivo e trouxe o grupo de jogadores para o seu lado. Em várias entrevistas o treinador chama o elenco de “família”, e os jogadores dizem que ele “os trata como filhos”. O técnico até ganhou o apelido de “Cebolinha” dos atletas e chegou a ser chamado de “um cara da p…” por Walter.

3- Sequência caseira: a marca expressiva de 5 vitórias em 7 jogos, levando a equipe ao melhor início de Brasileiro da história do Atlético, teve grande participação do “fator Baixada”. Foram quatro jogos no Caldeirão, com 100% de aproveitamento e nenhum gol sofrido. Na 1° rodada, 3 a 0 no Internacional; na 3° rodada, 1 a 0 no Atlético-MG; na 5° e 6° rodadas vitórias sobre Figueirense, 1 a 0, e Vasco, 2 a 0.

4- Dupla de volantes: Deivid sofreu uma lesão na coxa após a derrota para o Goiás, ainda na segunda rodada, e botou uma dúvida na cabeça de todos: quem ocuparia seu lugar? Milton escolheu Otávio ao invés de Jadson e ainda manteve Hernani na equipe. O que parecia ser um erro pela falta de características defensivas de ambos acabou se tornando um dos maiores acertos do treinador. A dupla de pratas da casa tem dado vida nova ao meio-campo, ajudando na saída de bola e na armação de jogadas, fazendo com que o contra-ataque rubro-negro possa funcionar com a qualidade e a velocidade necessárias para levar perigo. O bom posicionamento de ambos, na maioria das partidas, compensa a falta de cacoete para a destruição de jogadas que os atletas demonstravam possuir.

5- Compactação defensiva e transições rápidas: quando chegou ao Clube, Milton confirmou: o Atlético tem um sistema de jogo instituído pela sua direção. No caso, o sistema é o 4-2-3-1. Impossibilitado de realizar grandes mudanças no sistema, coube ao técnico partir para outros aspectos da tática no futebol para dar uma nova cara ao time. E deu certo. O Atlético sob sua batuta é bastante compactado, com uma distância curta entre as linhas de defesa e de meio-campo – sempre com ao menos um jogador presente entre ambas – e de meio e ataque. Além da compactação defensiva, a equipe também possui uma boa velocidade nas transições ofensivas, quando o time recupera a posse de bola e inicia um ataque, e defensivas, quando a posse de bola é perdida.



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