7 dez 2015 - 22h59

Entrevista com Henrique Gaede, da Atlético de Novo

A Furacao.com elaborou 14 perguntas sobre os temas mais importantes relacionados ao Clube Atlético Paranaense. As questões foram encaminhadas às assessorias de imprensa das duas chapas, com a informação de que as respostas seriam publicadas simultaneamente nesta segunda-feira. O texto das respostas não sofreu edição pelo site, sendo publicado da forma como redigido pela chapa.

Quem respondeu pela chapa Atlético de Novo foi Henrique Gaede. Ele é candidato à presidência do Conselho Deliberativo. João Alfredo Costa Filho é o candidato à presidência do Conselho Administrativo.

Henrique Gaede tem 52 anos e é sócio da Gaia, Silva, Gaede & Associados Advogados. Ele é formado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (1987) e em contabilidade pela Faculdade Católica de Administração e Economia (1987). Tem quatro filhos e já foi vice-presidente do Conselho Administrativo do Atlético.

Confira as propostas da Atlético de Novo (número 49):

1) Por que você merece ser eleito para dirigir o Clube Atlético Paranaense nos próximos quatro anos?
A torcida atleticana está cansada dessa forma amadora e ditatorial que o clube está sendo administrado nos últimos anos. É um modelo que não dá resultado, e que tem gerado humilhações atrás de humilhações. A Atlético de novo tem um modelo de gestão profissional, com foco no futebol e na recuperação das nossas tradições. É fácil perceber que resta pouco do Atlético que aprendemos a amar. Chegou a hora de lutarmos pela nossa mística, pelas nossas cores e pela nossa história. Vamos fazer renascer, com a união de todos os atleticanos, o Furacão que conquistou os nossos corações.

2) Desde 2009 o time profissional do Atlético não conquista nenhum título. Como se pretende quebrar esse jejum?
O futebol do Atlético tem sido tratado com descaso. É inadmissível um clube do nosso porte ganhar 1 título nos últimos 10 anos. A atual gestão coleciona fracassos. Em quatro anos tivemos uma sequência assustadora de humilhações, dezenas de treinadores e contratação meramente comercial de jogadores que não tinham condições para vestir nossa camisa. A partir de 2016, o Atlético será novamente um clube de futebol. Iremos profissionalizar todo o departamento, começando pela contratação de um gestor de qualidade reconhecida. Pela primeira vez em sua história, o Furacão terá um orçamento fixo para o futebol, que levará em consideração a arrecadação anual. Adiantamos que será um valor muito superior aos que o Atlético costuma investir no departamento. Desta maneira, teremos condições de montar times competitivos. Passaremos para os nossos atletas o verdadeiro significado de vestir a camisa atleticana. Entraremos em todas as competições para ganhar, sem desprezar campeonatos por mera implicância por quem organiza. Nossa torcida merece comemorar.

3) O clube terá condições de investir na contratação de jogadores titulares de outros clubes da Série A?
Esse é o nosso objetivo. Futebol não se faz só com apostas. Obviamente que temos que garimpar novos talentos, mas ao mesmo tempo precisamos trazer jogadores que já são realidade. O investimento, consequentemente, será mais alto, mas é impossível fazer futebol sem investir. Só assim alcançaremos os títulos que tanto almejamos.

4) Qual é o projeto para o futebol para o curto, médio e longo prazo?
Iniciaremos o projeto profissionalizando todo o nosso departamento de futebol, que será acompanhado de perto pelo João Alfredo Costa Filho. Estamos em negociações avançadas para a contratação de um gestor, que deve ser apresentado logo após a eleição. Já para 2016, teremos um time com a cara do Atlético, focado em todas as competições. Neste primeiro ano, vamos recuperar nossa hegemonia no Estado do Paraná, entrando com força total no Campeonato Paranaense, que servirá, também, como preparatório para as competições regionais e nacionais. Vamos em busca de uma vaga na Copa Libertadores 2017, e por esse motivo precisamos estar muito preparados para os principais campeonatos do ano, com uma equipe entrosada e sem furos de planejamento. Queremos manter os destaques de 2015, que serão mesclados com reforços pontuais que chegarão para serem titulares, e não apenas para encher as nossas prateleiras.

5) Qual é a política da chapa com relação à captação de atletas e à gestão das categorias de base?
O Atlético sempre foi um grande formador de jogadores, mas nos últimos anos tem queimado seus jovens talentos. Da mesma maneira que revelamos, perdemos diversos jogadores que poderiam render muito por aqui. A formação de atletas no clube hoje é meramente comercial. Se o jogador não aceita as condições contratuais, é atacado e colocado no mercado. Em nossa gestão, vamos valorizar muito a base, potencializando a formação, promovendo uma aproximação entre todas as categorias e fazendo com que o Furacão não seja apenas um clube de passagem. Precisamos criar ídolos, e não apenas lucrar em futuras negociações. Para que isso aconteça, precisamos trabalhar fortemente a técnica e, também, a cabeça dos jogadores. Vamos efetivar parcerias em diversas partes do país para garimparmos talentos, que depois serão lapidados em nosso CT. Tenham certeza que ao chegarem ao profissional, a partir de agora os nossos jovens talentos irão respeitar e lutar muito pela nossa camisa.

6) A chapa é favorável à instalação de grama artificial na Arena?
Da maneira que foi feita, não. Esse assunto é polêmico e exige muito estudo. Nunca poderia ser tratado apenas como uma medida eleitoral. O conselho do clube não foi consultado. Especialistas não foram consultados. A CBF não foi consultada. Temos que resolver o problema do nosso gramado, que assim como o futebol, sempre foi deixado em segundo plano pela atual administração, mas precisamos de soluções inteligentes e muito bem planejadas. Um mês antes da eleição não é o momento para aprovar às pressas uma mudança deste porte.

7) Quais são as estratégias para tornar a Arena economicamente rentável ao clube?
Parece bobagem, mas inicialmente temos que ter um planejamento. Coisa que não vimos nos últimos anos. O estádio está quase todo desocupado. Isso é muito triste, pois estamos tratando de um dos principais pontos turísticos da cidade, além de ser, obviamente, a casa do maior time do Estado. Precisamos de propostas inteligentes para os nossos parceiros. Já estamos em conversas avançadas com bares, restaurantes e lojas que pretendem ocupar os nossos espaços, e que reclamam da falta de diálogo nos últimos anos. Além disso, nosso marketing terá papel decisivo para essa mudança. Temos que tornar os nossos espaços físicos atrativos para investidores.

8) Se o acordo tripartite não for honrado pelo valor total da obra, qual atitude será tomada?
Nós assumiremos tudo o que foi acordado pelo Clube Atlético Paranaense. Obviamente, iremos lutar pelo tripartite e acreditamos que a mudança de interlocutor já trará bons resultados. De qualquer maneira, estamos desenvolvendo diversos estudos para equacionarmos esse problema sem que o clube tenha suas finanças muito comprometidas.

9) A chapa pretende dar continuidade ao “Complexo Arena”, com a construção, por exemplo, da Areninha? Em caso positivo, como pretende viabilizar recursos para a obra?
Antes de tudo, precisamos terminar a Arena, que está inacabada, e resolver as pendências financeiras do Estádio. A Areninha só sairá se não trouxer novos prejuízos financeiros para o clube. Não podemos ser reféns de novas obras, e a nossa torcida está cansada disso.

10) Existe a possibilidade de redução do valor dos ingressos avulsos e também das mensalidades dos planos de associação? Como se pretende aumentar a média de público no estádio?
Isso não é uma possibilidade, isso é um fato. Chega de estádio vazio. Vamos trazer o povão novamente para o estádio. Nossa média de ocupação do estádio nos últimos anos é uma prova de que o modelo atual está ultrapassado e precisa ser revisto. Teremos ingressos avulsos que custarão entre R$ 50 e R$ 100. Já os nossos planos de sócios terão preços que variam entre R$ 25 e R$ 150. Queremos recorde de público, e não só recorde de renda.

11) Qual a opinião da chapa sobre torcidas organizadas e como será o relacionamento da gestão com a Fanáticos e a Ultras?
Nosso relacionamento com as torcidas organizadas será baseado no respeito, sempre valorizando a independência delas. Elas terão liberdade para fazer grandes festas na arquibancada. Sem sua torcida, o Atlético perde a razão de sua existência.

12) Nas últimas semanas, o Atlético anunciou diversas mudanças no Plano de Sócios e posicionamento da torcida no estádio. Caso eleita, a chapa pretende manter o plano atual ou existe um projeto de novas modificações?
Já apresentamos nossos planos de sócios com valores muito mais atrativos do que os valores da situação. Além disso, o nosso posicionamento da torcida adversária ficou muito inteligente. O que eles levaram quatro anos para prometer, nós colocaremos em prática em nosso primeiro mês de gestão.

13) Qual é a sua opinião sobre a chapa adversária nas eleições do clube? Caso a sua chapa seja eleita, existe a chance de aproveitar algumas das ideias e componentes da outra chapa?
As propostas da chapa de situação são praticamente as mesmas propostas que eles apresentaram na última eleição, em 2011. Curiosamente, nada foi cumprido. É uma visão ultrapassada, que mais uma vez não tem o futebol como foco principal.

14) O que você diria para o eleitor que está indeciso em que chapa votar na eleição do dia 12?
Chegou a hora da mudança. Está claro que o Atlético perdeu sua alma, e que as pessoas que hoje estão lá não estão preocupadas com isso. Precisamos recuperar o orgulho da torcida atleticana e ter novamente os resultados dentro do campo como o principal combustível do nosso clube. Reunimos um grupo de grandes atleticanos, apoiados por todos os ex-presidentes vivos e grandes ídolos da nossa história, para devolvermos o Atlético para os seus verdadeiros donos: os torcedores. Com uma gestão extremamente profissional, vamos focar em gols, vitórias e títulos. Pedimos que os eleitores comparem as propostas e os grupos de cada chapa antes de decidirem o voto. Quem compara, vota 49. Só assim teremos o nosso Atlético de novo. Pedimos o voto de confiança de todos os atleticanos para reescrevermos juntos a nossa história. Tenham certeza que o nosso Furacão vai voltar.



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