Segundo o dicionário “Priberam”, ferramenta de fácil acesso pela internet, o vocábulo “salame” é definido como “preparação especial da carne do lombo e do presunto do porco conservada em tripa”. Roliço e de proporções consideráveis, o aperitivo suíno é usualmente utilizado com uma conotação provocativa com o rival: “salame neles!”.

O termo é sugestivo para o momento. Ontem, o Atlético Paranaense não apenas se sagrou campeão. De forma irretocável, emplacou um agregado de 5×0 e vestiu a faixa no reduto rival – o que não fazia desde 1990. Encheu de orgulho sua (carente) torcida e restabeleceu a ordem natural das coisas.

Sem menosprezo ao adversário e à competição, o time passou por cima de um desmantelado e prepotente verde. O Atlético de ontem foi Atlético, finalmente. Aquele que conheci na infância; aquele que tem raça; aquele que não teme a própria morte.

Permito-me aqui fazer um agradecimento especial ao amigo Henrique Gaede, que capitaneou uma campanha que buscava devolver a nós justamente o que vimos ontem. Se não vencemos o pleito, ao menos plantamos uma sementinha que ontem germinou e culminou nesse resultado que ora nos permite sentir essa sensação inexplicável. Que maravilha, Atlético!

E agora, depois de tanto tempo, não há como não oferecer a eles aquele preparado de porco. Salame neles, Atlético!​